Quando mostrar que se finge é ainda mais fingido
A versão do Anna Karenina, que há dias chegou a Portugal, mostra a produção do sonho mais do que os sentimentos dos personagens de Tolstoi.
Aligeira o drama e as questões existenciais do russo com a representação da representação. Desventra os bastidores de um teatro transformando uma boa história numa engenharia de teia, cenários, luzes e outros artifícios. Não nos deixa embarcar. Está sempre a lembrar-nos que tudo foi combinado com o realizador. É um mata fantasia. Um desmancha prazeres. Um desencanto de movimentos que existem para a câmara e não para os nossos olhos.
Aligeira o drama e as questões existenciais do russo com a representação da representação. Desventra os bastidores de um teatro transformando uma boa história numa engenharia de teia, cenários, luzes e outros artifícios. Não nos deixa embarcar. Está sempre a lembrar-nos que tudo foi combinado com o realizador. É um mata fantasia. Um desmancha prazeres. Um desencanto de movimentos que existem para a câmara e não para os nossos olhos.
Dito isto, é um filme optimo, se desligado do livro de Tolstoi. Bem realizado, bem representado, bem vestido. Bonito. Original.
Se lhe chamarem Ana Catarina, gostei muito.
Se lhe chamarem Ana Catarina, gostei muito.
2 comentários:
Geralmente acontece isso com os grandes livros de grandes escritores, Inez, quando passam ao cinema.
Eu irei ver pois acho o Jude Law dos poucos excelentes actores da nova fornada.
Obrigado pela crítica.
O filme vale muito a pena, tal como o teatro.
Encontrei, há dias, um escrito de Agustina sobre o livro «Causas de Cultura» de Pedro Santana Lopes, que dizia: «O teatro sempre foi para mim um lugar de fascínio. Sendo engano, é verdadeiro; e sendo solitário no seu verbo, é comunicativo na sugestão».
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