A dupla promissora
Não esqueço o debate entre Hollande e Sarkosy, no final da campanha para as Presidenciais francesas deste ano. Um confronto ganho nitidamente por Nicolas Sarkosy que, portant, seria destronado em seguida pela maioria dos comentadores e jornalistas.
Sarkosy calmo, realista, coloca-nos a questão de saber se é promissor quem promete ou quem fala verdade? Hollande, agitado, reivindicativo, com propostas idílicas, devolve-nos a pergunta: é promissor quem vende sonhos ou quem nos aponta caminhos com pedras?
Conhecendo o valor da oportunidade, António José Seguro seguiu a sombra do francês. Marcou presença na campanha e citou abundantemente a cartilha hollandesca acreditando nos poderes salvíficos da esquerda sobre a depressão. Hollande ganhou e Seguro jubilou. Hollande reduziu a idade da reforma e Seguro rejubilou. Hollande caiu na realidade, travestindo as promessas em austeridade, e Seguro fez silêncio. Hollande caíu nas sondagens e Seguro, ouvindo o galo cantar, negou defesa ao anterior compagnon de route.
Há virtudes na condução política de Hollande, sobretudo na construção do Pacto para o Crescimento no Conselho Europeu. Mas hoje Seguro teme qualquer colagem ao flop francês e mantém-se orgulhosamente silenciado. Nem por isso passa de oportunista a oportuno.
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