quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O TIGRE E A MALÁSIA

José Sócrates juntou à fama de líder com autoridade o proveito da agressividade e do planeamento. A sua entrevista a Clara Ferreira Alves não resulta apenas do ambiente informal e desligado que a jornalista pode favorecer. Mas resulta de um propósito arrabatador das esquerdas que não se revêem na docilidade de Tó Zé ou na espera de António Costa. Sócrates radicalizou. Com palavrões e jargões sobre a Direita. Com calúnia contra adversários internos. E injúria mais patriótica do que protocolar contra pretensos inimigos boches.
Capitalizou os revoltados. Aniquilou a utilidade do Bloco de Esquerda com um sopro. Prometeu curvas e mostrou que está aí para as fazer. Não foi excessivo. Nem descuidado. Foi propositadamente preciso. Porventura enganado por um Freud tardio. Acalentado num exílio da França secular. Materializado numa tese sobre a tortura, sob a forma de revolta democrática, hoje lançada ao grande público. O homem é hábil. Estudou o seu futuro rebanho. De cordeiros vestidos de lobos.

2 comentários:

miguelvazserra disse...

Queria Inez
O texto está fantástico como sempre,só que.....fala de Sócrates e por isso não concordo em absoluto com o conteúdo.
Sócrates passou dos limites em larga escala até internacionalmente.
Foi mais que descuidado, enterrou a remota hipótese de se candidatar a fosse o que fosse em Portugal.
Não foi de todo preciso pois não explicou o inexplicável.
Pode ter estudado o rebanho mas atacou-o.Não ficaram nem os ossos. Desprezou-o.Insultou-o até, quando diz que não está para se por a jeito de "favores populares",tal ditador nefasto valando do sagrado poder de voto.Se o rebanho de que fala é o PS, não vai a lado nenhum pois a ala moderada está forte e não o quer nem ver pintado de roxo.
Chamou "bandalho" a outro EX-PM. Define a baixeza e falta de educação.
Penso que à parte de um ser humano desprezível devia ser investigado pois não se sabe nem do que vive.
Em relação ao Bloco, já desapareceu há anos e com a morte do único válido, o Miguel Portas, terminou.

João Wemans disse...

Merecia que lhe apertassem os calos...