Orquestra Sinfónica do Iraque - "two shots for happy"
 Por muito que nos espante existe uma Orquestra Sinfónica do Iraque e, toquem os sinos no céu, funciona. Este pequeno prodígio merece uma saudação especial e faz-me regressar ao espírito de celebração da bondade, optimismo e beleza que prometi, aqui e aqui, nos meus posts intitulados “two shots for happy”.
Por muito que nos espante existe uma Orquestra Sinfónica do Iraque e, toquem os sinos no céu, funciona. Este pequeno prodígio merece uma saudação especial e faz-me regressar ao espírito de celebração da bondade, optimismo e beleza que prometi, aqui e aqui, nos meus posts intitulados “two shots for happy”.A Orquestra Sinfónica do Iraque ensaia três vezes por semana e dá um concerto pelo menos uma vez por mês. Já por três vezes incendiaram ou saquearam a Escola Sinfónica onde está sedeada, na Rua Abu Nawas, em Bagdad. Três vezes a destruíram, três vezes os seus membros a reconstruíram, sem que nunca, nestes anos de brasa, tenham cancelado um concerto, apesar de um músico ter morrido na explosão de um carro bomba e alguns terem tido familiares vítimas doutras acções terroristas.
São, diz-se neste artigo do El Mundo, “los más valientes” músicos do mundo. Para evitarem atentados não publicitam os concertos. Telefonam, mandam e-mails, sms e passam a palavra. É assim que enchem as salas de iraquianos que querem ouvir Bach ou Mozart.
Munzir Hafe é o mais velho destes músicos mais valentes do que os aventureiros “guapos”, esses “cultores del corage” da prosa de juventude de Jorge Luis Borges. Munzir tem 75 anos. Ele e o seu violencelo resistiram a tudo, da ditadura a golpes de Estado, das guerras aos atentados terroristas.A este velho guerreiro juntam-se mais 65 músicos sunitas, shiitas, cristãos, curdos e turcomanos. Une-os a convicção firme de que a “música é uma arma”. Tão inabalável ideal faz-nos despertar a consciência de que, afinal, em qualquer homem está um deus.
 
0 comentários:
Enviar um comentário