quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

A música da eternidade

“Não havia escola, nem cinema, nem teatro”. Xavier Camps e os amigos, protegidos pela impunidade dos 15 anos, acorreram aos Jardinets de Gràcia, em Barcelona, para ver o avião alemão que, abatido, se oferecia como espectáculo de bairro. Corria o ano de 1939 e a Guerra Civil, de Franco e repu[...]
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quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

As Ideologias, a Questão Nacional, os Partidos Políticos e Portugal (II)

O segundo acto desta minha declaração de princípios prende-se, justamente, com o sujeito das ideologias, isto é, com a comunidade das pessoas e/ou dos grupos de pessoas originariamente vinculadas por uma vontade comum de existirem e viverem colectivamente de tal modo, que reúnam dentro de si todos os meios necessários à conservação e ao desenvolvimento dos seres humanos.
Como referi no meu post anterior, o que aqui direi aplica-se propriamente às comunidades nacionais, ocidentais e modernas, nas quais a legitimação da autoridade acontece por meio de um processo imanente – isto é, por auto-determinação –, ainda que, por analogia, possamos estendê-lo a todas as outras comunidades políticas, porquanto, conformemente a todas elas, o termo nação expressa o carácter da pertença,[...]

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Cinema Nostalgia II

Cinema Roma
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terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Da Política na América

Estas eleições americanas estão a revelar-se um manual sobre a política no século XXI. O mais interessante não é o confronto de ideologias mas o combate entre formas diferentes de entender a política. Do lado democrata a estratégia de Hillary Clinton é desenhada por Mark Penn (autor de Microtrends: The Small Forces Behind Tomorrow's Big Changes). Penn é alguém que acredita que a sociedade actual é uma simples agregação de pequenos interesses particulares. Numa sociedade deste tipo, fazer política é satisfazer o maior número possível desses interesses. Para quem acredita nisto, as eleições ganham-se propondo políticas que correspondam aos interesses particulares do máximo número possível de grupos. A política transforma-se quase num exercício [...]
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Herodes, Salomé e o Ministro da Saúde.



Não sei se o Presidente Cavaco dançou, tal como a bíblica Salomé, de lantejoulas e umbigo à mostra perante um Sócrates evidentemente deleitado. Sei, isso sim, que num incompreensível assomo populista aquele mandou às urtigas a sensatez a que o seu cargo obriga, deu voz à «rua» e reclamou a cabeça do Ministro da Saúde. Hoje ficámos a saber que o Eng.º Sócrates aceitou finalmente representar o papel de Herodes Antípas[...]
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Cinema Nostalgia I

Cinema Eden

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

«Endorsments» vs «Objectividade»



"When we endorsed Mrs. Clinton in 2006,
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Apo(so)logia de um cigarro em três reflexões (Parte II da Trilogia do Fumo)


Não fumo. Mas não escondo a inveja de quem o faz. Com prazer - e por prazer -, claro. Imagino sempre o gosto de quem puxa de um cigarro depois de u[...]

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domingo, 27 de janeiro de 2008

Top-Models de todo o mundo, uni-vos

Ontem, as grandes agências noticiosas mundiais (os oráculos da Fashion TV e o Windows Messenger de Hugh Hefner, p. ex.) davam conta daquilo que pode ser uma autêntica mudança de paradigma geo-estratégico: numa iniciativa concertada - e despudoradamente insidiosa - as principais manequins do mundo ocidental decidiram seguir o gesto visionário de Carla Bruni e
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sábado, 26 de janeiro de 2008

He lost control


O fascínio das vidas interrompidas pelo desespero existencial, é contraditório c[...]
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Time shall set us free

Neste tempo, que não sei se é de narcisos, lilases ou rosas, não sei se lembre, não sei se esqueça. Só sei que "Me olvidó que te olvidé a mi que nada se me olvida."

in time of daffodils(who know
the goal of living is to grow)
forgetting why,remember how

in time of lilacs who proclaim
the aim of waking is to dream,
remember so(forgetting seem)

in time[...]

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

V. Curtius, European Literature and the Latin Middle Ages, Princeton / Boellingen Paperbacks

Os tópicos falam por si, embora se tivéssemos a tentação de os desenvolver, cada um deles daria um livro. Cada um deles, mesmo que não aceite, é tópico sério, estudado e reflectido por quem sabe o que diz. Podemos não concordar com as suas conclusões, mas apenas se armados da mesma erudição, o que não é figura a todos acessível. A muito poucos, para dizer a verdade. Mas com este autor estamos em casa. Pelo menos as pessoas sérias, as capazes de pensar e assimilar a informação que é alimento do pensamento. Em parte porque diz tudo o contrário do que o homem público iliterato afirma.

Numa Europa que oficialmente se diz permanentemente reinventada, que se chega mesmo a dizer anti-histórica porque a História são guerras (que triste imagem do passado se tem,[...]
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A expiação da ASAE

Sejamos optimistas. A ASAE tem um caminho para a redenção e eu ainda não desisti de salvar a alma do Sr. Nunes das agruras do inferno. Proponho um «roteiro para a expiação» em dez singelas proibições. Instituam-nas com garbo, defendam-nas com diligência e contem com a minha capacidade de lobbying. Não «O» conheço de lado nenhum mas tenho companheiros de blog com ligação directa ao Paraíso.

1 - É proibido comer pipocas no cinema. Abre-se todavia uma excepção a todas as fitas com o Ben Afleck.
2 - É proibido ser-se o Dr.

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Da Visão: Postais da Índia VI



1 – No Museu Arqueológico de Velha Goa estão, literalmente, amontoados os retratos dos 163 vice-reis e governadores que fizeram a história da presença portuguesa na Índia. O espaço expositivo está decadente, os quadros em paupérrimo estado de conservação, a iluminação é indigna, legendas ou explicações nem vê-las. Salazar, Américo Tomás, um colossal Camões e diversa estatuária hindu compõem o ramalhete de um muse[...]
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Olhar Vadio

No belo e consolador post que o Pedro Marta Santos escreveu na sua estreia na Geração de 60, arriscou uma afirmação que eu, à John Wayne, me apetece abat[...]
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quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

As ideologias, a Questão Nacional, os Partidos Políticos e Portugal (I)

Sentindo-me obrigado a estar à altura do convite que me foi feito para participar em tão distinto blog, o que muito agradeço, quis começar por uma declaração de princípios, em quatro actos, que o título claramente indica.
Sem grandes desenvolvimentos, nem demoras, como julgo ser próprio destes lugares, a que não estou habituado, o primeiro tem a ver com algo que, hoje, na vida social e política do ocidente, anda evidentemente escondido: as ideologias.
A oposição e mesmo a aversão que pressuponho surgirá face à proposta de discussão deste tema não são novas, tendo-a acompanhado desde o seu início. O termo idéologie, de facto, foi criado em 1801, pelo filósofo francês Destutt de Tracy, com o significado de ciência das ideias, no sentido de estad[...]
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IV. Curtius, European Literature and the Latin Middle Ages, Princeton / Boellingen Paperbacks

Façamos um passeio rápido pela obra.

1) A artificialidade da divisão geográfica e histórica da Europa, entre os mitos nacionais e as necessidades pedagógicas (p.6)
2) Tanto Toynbee como Planck se confessam como cristãos (p.9)
3) É-se europeu quando se começa a ser um ciuis romanus (p. 12),
4) A literatura europeia é uma unidade inteligível que desaparece quando é cortada às fatias (p. 14).
5) A continuidade da civilização europeia dilacerada por uma separação segundo Toynbee (p. 20)
6) A ingénua crença no progresso e numa Europa fruto do progresso desmentida pelas guerras do séc. XX (p. 23)
7) Até ao séc. VIII fala-se latim (p. 25)
8) O barroco como forma rejuvenescida da Idade Média (p. 27),
9) A bela [...]
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Fumar a preto e branco (Parte I da Trilogia do Fumo)




Numa rua secundária de uma povoação distante, num qualquer bar (de alterne?) um homem só bebe a sua “mil nove e vinte”. É só mas não está só. À sua frente, uma mu[...]
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2ª Classe

O mundo em que vivemos provoca-nos algumas perplexidades. Aqui, na Geração de 60, do BCP ao Cristianismo, do livre arbítrio à herança genética, cumprimos o papel cívico a que um blog pode aspirar e já nos apresentámos espantados, ofendidos, desencorajados e exaltados.
Não somos os únicos. Mesmo miúdos com 7 anos revelam, no labor académico da sua 2ª classe, sinais ineq[...]
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quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Camouflages

Os co-autores e 40 mil leitores do Geração de 60 vão perdoar que eu rompa com a tradição aristocrática do blog e consequente elevação dos temas, mas a culpa é de dois Pedros, o Norton e o Lains, que me fizeram descer do pedestal e desarvorar por encruzilhadas mais vernaculares. A propósito deste Estiloso, insinuam aqui coisas.
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III. Curtius, European Literature and the Latin Middle Ages, Princeton / Boellingen Paperbacks

É evidente que se podem estudar continuidades, pode-se mesmo aceitar que elas existem, mas em nome dessa busca da continuidade perder um tempo imenso a estudar mediocridades. É evidente que mais dificilmente se encontra um filão de continuidade nação por nação nas línguas vernáculas. Mas estas duas evidências não têm o significado que se lhes poderia atribuir. É que quando analisamos a fileira da continuidade da literatura neolatina verificamos que se encontram obras de grandeza em todas as épocas. E que se não se encontram em todas as épocas em todos os países isso resulta de falarmos de um espaço bem mais vasto de escolha. Podemos ser bem mais exigentes.

Reconheçamos que se fizermos um panorama da literatura europeia em língua vernácula não perderíamo[...]
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O incrível Hulk



Na próxima sexta-feira começa em Davos mais um Forum Económico Mundial. O programa é variado, os convidados ilustres e, como é da praxe, está já também garantida a presença dos habituais manifestantes anti-globalização sem os quais não há, nos dias que correm, cimeira digna desse nome.

Devo confessar que tenho um certo carinho por este tipo de manifestações-tipo-dança-da-chuva. Gosto [...]
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Estiloso

A fotografia chegou-me com uma única referência: estiloso. Creio ser de um angolano, fotografado em Luanda. Se querem que vos diga, é uma fotografia que convida ao paradoxo: parece convocar o ridículo e exclui-o logo a seguir. Este jovem luandense exibe um prazer e uma alegria inabaláveis. É verdade que talvez haja nele uma[...]
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terça-feira, 22 de janeiro de 2008

II. Curtius, European Literature and the Latin Middle Ages, Princeton / Boellingen Paperbacks

O que aprendem as populações na escola é marcado pela idolatria do descontínuo. A matéria é descontínua (resta saber em que termos e com que limites), as formas de pensamento são discretas, os saltos são quânticos. As criancinhas aprendem o ermamento, que na revolução de 1383-85 apareceu uma nova nobreza (basta ver a genealogia de D. Nuno Álvares Pereira para perceber que isto é dislate), a nobreza galo-romana ou hispano romana ou itálica nem é referida. O mundo é feito de saltos, de cortes, de descontinuidades.

No caso do estudo da literatura este pressuposto ainda é mais cruelmente enunciado. Dão-se as literaturas “nacionais” apenas na língua vernácula. Nesta perspectiva parece que durante o Império Romano se escrevia e depois tivemo[...]
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HUNGRY...think purple !

Is it possible to hate something if you haven’t really tried it?

Although its colors may vary from pearl white to almost dark chocolate, most of Portugal knows it for it’s large oval shape and beautiful shiny coat of dark purple.

It’s a common vegetable which has made it’s way through almost every Mediterranean household.

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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A Festa de Guerrieri

Poder-se-á dizer que, com a entrada do Chef Guerrieri, a Geração de 60 vai ter a sua "Babette's Feast"? Seja bem vindo Chef.
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I. Curtius, European Literature and the Latin Middle Ages, Princeton / Boellingen Paperbacks

Tive a infelicidade de conhecer uma criatura de baixo coturno colocada num alto posto (“se queres conhecer o vilão...”) que costumava dizer “todos cometemos erros”, “t[...]
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Beleza e Consolação

Alcochete e Ota, BCP e Totta, a lota dos pescadores que perde o mar ao ritmo exacto das directivas comunitárias, a taxa de inflação que nasce torta como a doçaria de Guimarães, um Tratado de ardilosa e bufa tecnocracia, o preço e o peso das coisas. A realidade é isto, e esmaga-nos o sentido de prazer, esse último cálice pagão no altar inicial do mundo. Onde é que se procura hoje a beleza? E quando paramos o tempo suficiente para sentir falta dela?
A beleza está para além da consciência - ela não necessita da percepção do observador para existir. As nuvens de gás de Andrómeda ou as estrelas de Cassiopeia são belas independentemente da existência humana. Mas a insustentável leveza da sua falsa[...]
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domingo, 20 de janeiro de 2008

Um mundo muito perigoso


Os primeiros dias de 2008 foram marcados por uma iniciativa invulgar. George Shultz, William Perry, Henry Kissinger e [...]
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