segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

«Endorsments» vs «Objectividade»



"When we endorsed Mrs. Clinton in 2006, we were certain she would continue to be a great senator, but since her higher ambitions were evident, we wondered if she could present herself as a leader to the nation.
Her ideas, her comeback in New Hampshire and strong showing in Nevada, her new openness to explaining herself and not just her programs, and her abiding, powerful intellect show she is fully capable of doing just that. She is the best choice for the Democratic Party as it tries to regain the White House."



Como é hábito em grande parte da imprensa anglo-saxónica, o NYT já veio a terreiro fazer o «endorsment» dos «seus» candidatos no campo Democrata e Republicano. Escolheu Hillary Clinton (aqui) e John McCain (aqui). Não me interessa discutir a sagacidade das escolhas (as minhas teriam sido Obama e McCain, mas sobre isso falaremos um dia destes). Interessa-me, isso sim, sublinhar a prática. Corajosa, frontal e transparente. Em Portugal, estou disso convencido, a maioria dos leitores dos jornais penalizaria uma atitude deste tipo. Vivemos iludidos uma sacro-santa «objectividade» que nunca existiu nem pode existir.


E a diferença, aparentemente insignificante, diz muito das duas culturas. Por cá passamos a vida à procura de uma inatingível pureza em todos os domínios da sociedade. Do lado de lá, habituaram-se a viver com a endémica imperfeição da humanidade.

2 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

Mas o resultado é o mesmo. Proporcionar regalada vida, a uma, ou grupo de pessoas, que nos vão salvar... e depois, snif, snif, nos desiludem.

JP Guimarães disse...

Concordo em absoluto. O desígnio de uma neutralidade impossível nos media persegue-nos numa (pequena) sociedade que, para mais, se move - apenas e sempre - por consensos. Quanto aos candidatos presidenciais nos EUA disse-te, há meses atrás no Belcanto, que o próximo Presidente seria o John McCain. Lembras-te?