segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O Papa subtropical

A iniciativa papal de ouvir o que pensa o Povo de Deus sobre temas fracturantes surge como mais um sinal de abertura. Abertura para um beco. Não que faça mal à Santa Sé apurar o que os seus párocos já sabem, entre o adro e o confessionário. Também durante os trabalhos do Concílio Vaticano II se ouviram casais de leigos e, no entanto, três anos depois (1968), o resultado foi a encíclica de Paulo VI que criaria o imbróglio do preservativo.


Ouvir para conhecer? Ouvir para que o ouvido se sinta ouvido? Ou ouvir para mudar? As boas intenções do Papa criarão o inferno do descontentamento entre os que acalentam a esperança de fazer doutrina à imagem do tempo que corre. Não vão conformar-se com a manutenção de princípios imunes ao tempo e ao modo. Nada há de democrático na Doutrina. Pode e deve ser discutida e aprofundada. Mas esta consulta surge nos jornais como um Referendo. O que fará a Igreja com o resultado?

1 comentários:

miguelvazserra disse...

Querida Inez
Depois de ouvir o comentários LAMENTÁVEIS E ALTAMENTE FACCIOSOS da Igreja Portuguesa,fiquei elucidado de como vai ser o inquérito Papal.
Coitado de Sua Santidade o Papa Francisco.Nem sonha com quem está a lidar por esse Católico (muito pouco) mundo.