sexta-feira, 20 de março de 2009

"Portugal Maior"



O mundo ocidental confronta-se com o envelhecimento da população. A terceira idade é uma realidade tão presente que, com a melhoria do nível de vida das populações e o aumento da esperança média de vida, já se fala de uma "Quarta idade".

A terceira e quarta idades trazem novas questões, ao mesmo tempo que fazem nascer novas profissões, serviços e indústrias.

A título de exemplo, vários estudos europeus apontam já no sentido se permitir que aqueles que atinjam o número de anos necessário para a reforma possam continuar a trabalhar, se essa for a a sua vontade - o que se compreende face à questão da sustentabilidade do sistema de segurança social.

Relativamente à quarta idade, a assistência, por vezes necesária, faz nascer empresas e novos profissionais.

Ao mesmo tempo que estudos de marketing apontam como um grupo específico de consumo, aquelas pessoas com mais de 55 anos se encontram já reformadas/aposentadas, com poder de compra e disponibilidade de tempo e dinheiro.

Vem isto a propósito de uma recente campanha que vi passar na tv chamada " Portugal maior" da responsabilidade do Ministério da Economia e da Inovação.

Vi sempre o mesmo spot ( não sei se é o único, ou se haverá mais). Mas não gostei daquele que vi.

Vi praias, sol e dois manequins, lindos, magros e bronzeados. Com aquela beleza que alguns têm a sorte de possuir quando, com vinte anos, vão acampar para o Alentejo.

Num tempo de crise em que vivemos, não me parece que seja um par de namorados com vinte anos que vá passear e conhecer Portugal.

Quem é o público alvo daquela campanha? Não serão casais de trinta ou quarenta anos com filhos pequenos, não serão séniores, a terceira idade, não serão pessoas interessadas em conhecer a cultura, a gastronomia, não serão jogadores de golfe?

Conheço bem a fixação da publicidade e do marketing com a "qualidade aspiracional" ( isto era o que me diziam na grande distribuição alimentar), mas será que algum destes públicos alvo se revê naquela campanha?

Penso que não e, desse ponto de vista, uma campanha que não cumpre o seu propósito, muito por causa de uma ideia serôdia de umas agências,de uns assessores e de um Ministério.

Por oposição,chamo a atenção para uma foto que anda aí nas revistas de que gosto e não consegui encontrar para aqui colocar, de um produto de uma seguradora ( Zurich, passe a publicidade). Dois velhotes, ele de fato de mergulho, ela de fato-de-banho e máscara, a fazerem mergulho.

Cool, não?

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