quinta-feira, 19 de junho de 2008

Prontos! Eu também odeio...

Confesso que me é difícil dizer aquilo que odeio. Tenho muito má memória, pelo que, às vezes até contra a minha vontade, acabo quase sempre por perdoar. Perdoar os outros, no entanto, que a mim é mais difícil perdoar. Porque aquilo que odeio está cá dentro, muito mais do que nos outros, fora de mim. Dito isto, vamos ao que interessa:

1. Odeio as minhas fragilidades, recorrentes e antigas, e sobretudo ter medo delas.
2. Odeio o medo.
3. Odeio a mentira. Não aquela que diz "sim" quando é não, mas aquela que, a partir de dentro, nos esconde e impede de ser.
4. Odeio não ser compreendido e a minha incapacidade para melhor me mostrar.
5. Odeio a guerra. Não aquela dos soldados e dos canhões, que, sendo odiável, não conheço. Mas odeio aquela guerra que se instala entre as pessoas, entre irmãos, entre amigos, entre vizinhos, entre concidadãos, entre todos nós, tornando-nos fechados, defensivos, agressivos, intolerantes, ignorantes e maus...
6. Odeio a irritação que às vezes me arde no peito e que não passa, tolhendo a razão.

Mas o que odeio, acima de tudo, é o medo, raiz do mal e da mentira, do fechamento e da guerra, e da irritação que não passa.

2 comentários:

Sofia Galvão disse...

Subscrevo os teus ódios quase todos, mais exactamente, do 2.º ao 6.º. Mas sobre o 1.º, resisto ao comentário. Acho que me inspiraste um post...

Manuel S. Fonseca disse...

É engraçado: quando somos crianças o medo é uma das nossas paixões. Todas as grandes histórias infantis - todos os grandes contadores de histórias a crianças - nos fascinam e encantam com o medo tremendo que nos inspiram.