quinta-feira, 7 de julho de 2016

Fragilidades do islão V

 

Em sétimo lugar o islão foi fragilizado pela ideologia multicultural que imperou na Europa desde os anos 90 por influência britânica e americana. Precisamente o inverso do que queriam os cultores do multiculturalismo.

O primeiro passo desta ideologia foi o de marcar a alteridade absoluta, o de exigir o direito à diferença, à radical diferença. Hoje em dia, os mesmos que exigiam a radical diferença ao islão apresentam-se com um discurso mitigado, a típica estratégia do «sim, mas…». Sim, há crianças de nove anos casadas com homens maduros entre os refugiados na Noruega, mas…. temos de perceber as circunstâncias. Sim, é feio bater nas mulheres, mas… temos de perceber outras culturas. Sim, é feio lapidar pessoas, mas… temos de dar tempo ao tempo. O lobo colocou a pele de cordeiro para nos obrigar a compreender o inaceitável. A diferença radical passou a ser excepção a valores que se admitem comuns.

A questão é que esta nova estratégia deixou de ser credível. Perdeu-se o efeito de surpresa, a contradicção com o passado fica notória.

O filo-islamismo decorre de muitos factores. Tudo na vida decorre sempre de muitos factores já o sabemos. Interesses políticos eleitorais dos trabalhistas ingleses, socialistas franceses e verdes alemães, interessados em substituir eleitorado popular que se vira para direita, ignorância das culturas alheias, religiões irénicas de substituição, herança da ideologia colonial em que os nativos se mantêm nas suas culturas desde que a segurança não esteja em causa. Há de tudo. Mas em última análise o filo-islamismo na Europa resulta de uma visão uniforme do ser humano, em que as diferenças são irrelevantes, em que o homem é um produto industrial padronizado. A diferença é apenas uma marca comercial, que no fundo em nada afecta o produto. Comungando todos da mesma natureza, nunca podemos desenvolver diferenciações substantivas.

Ora foi precisamente esta ideologia multicultural de origem colonialista britânica que mais prejudicou a possibilidade da convivência pacífica do islão com a Europa, e dificultou um seu verdadeiro reforço. Tanto mais abespinhado quanto mais frágil, o islão faz a sua força na exacerbação… e a sua fraqueza. Se o menino faz birra é sinal de que tem razão. Até lha deixarem de dar de todo. A injustiça nesse caso começa a ficar do lado contrário, também ele agastado. Mas neste caso já é tarde demais.

Em suma, muitas as fragilidades do islão: divisões religiosas e étnicas e geográficas. Cultura sobre pressão no Oriente e em grau cada vez maior no Ocidente. Cristianizada internamente de modo inelutável no seu modo de pensar. Sem prestígio cultural. Confrontado com uma religião que sempre praticou a autocrítica como o cristianismo e sem ter armas próprias para responder ao ataque crítico. Escorregando cada vez mais para a alegoria, sempre sinal de religião em fenecimento progressivo. Vítima de conversões ao cristianismo religioso, prático ou ao ateísmo de base cristã. Fragilizado e desautorizado pelo multiculturalismo que lhe deu visibilidade pela primeira vez na Europa. Visibilidade que lhe mostra as fracturas.

Há uns simplistas que dizem que islão está a morrer. Por dentro, demograficamente, por a religião que mais cresce no mundo ser o cristianismo, sobretudo na sua versão evangélica. Desconfio de estatísticas apressadas. Mas se o islão nasceu também por ensinamento cristão mal assimilado está agora a forçar-se à mudança sem conseguir de novo assimilar a aprendizagem do cristianismo. Dilema trágico: ou o assimila dissolvendo-se, ou o recusa fragilizando-se ainda mais. O seu destino político, apenas político (desafio algum leitor a que em diga ter lido algum manual de teologia islâmica que o tenha esmagado pela sua grandeza cultural) é uma manifestação da sua fragilidade intrínseca. Sem a vitória política condena-se aparecer nu perante o espírito europeu. Aparece o que sempre foi. Deixo a valoração para o leitor.

 

Alexandre Brandão da Veiga

 

 

1 comentários:

pvnam disse...

O Multiculturalismo Badalhoco vai ter que se aguentar
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Ora, de facto, o multiculturalismo badalhoco teve triliões de oportunidades... optou por dedicar-se à bandalheira... vai ter que se aguentar: leia-se, vai ter que levar com aqueles que PURA E SIMPLESMENTE reivindicam o LEGÍTIMO Direito à sobrevivência da sua Identidade!
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-» Nazismo não é o ser 'alto e louro', bla bla bla,... mas sim a busca de pretextos com o objectivo de negar o Direito à Sobrevivência de outros!
-» Os 'globalization-lovers' nazis que andam por aí... buscam pretextos... para negar o Direito à sobrevivência das Identidades Autóctones.
-» Pelo contrário, os separatistas-50-50 { separatismo--50--50.blogspot.com/ } não têm um discurso de negação do Direito à sobrevivência de outros... mais, os separatistas-50-50 não são anti-imigração... isto é, os separatistas-50-50 apenas reivindicam o legítimo Direito à Sobrevivência das Identidades Autóctones!... LEIA-SE: os 'globalization-lovers', UE-lovers e afins... que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa!
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P.S.
Exemplo: A vulgarmente designada Esquerda Multiculturalista (multiculturalismo badalhoco) não se preocupa com a construção duma sociedade sustentável (média de 2.1 filhos por mulher)... critica a repressão dos Direitos das mulheres... todavia, em simultâneo, para cúmulo, defende que... se deve aproveitar a 'boa produção' demográfica proveniente de determinados países {nota: 'boa produção' essa... que foi proporcionada precisamente pela repressão dos Direitos das mulheres - ex: islâmicos}... para resolver o deficit demográfico na Europa!?!?!
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P.S.2.
Quando se diz «todos diferentes, todos iguais...» isto é, todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta [nota: inclusive as de 'baixo rendimento demográfico'... inclusive as economicamente pouco rentáveis...], Nazis Económicos - desde há séculos com a bênção de responsáveis da Igreja Católica - proclamam logo «a sobrevivência de Identidades Autóctones provoca danos à economia...»
[nota: os nazis económicos (nazis-à-USA) provocaram holocaustos massivos em Identidades Autóctones]
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P.S.3.
Uma questão é a ajuda a refugiados... uma outra questão são os 'globalization-lovers' nazis que usam os refugiados como arma de arremesso para negar o direito à sobrevivência de outros (leia-se, das Identidades Autóctones).