sábado, 7 de dezembro de 2013

MANDELA 1992


Foi há 21 anos. Mandela tinha sido libertado mas não eleito. No terreno, travava-se uma nova batalha: entre pretos do Inkata, do ANC e outros. A Mulher de Mandela estava acusada de instigar à violência, de raptar e espancar adolescentes desavindos com a sua causa. Também falei com ela. Triunfalista. Sem fixar o olhar. O seu coração já não estava com Mandela.Tirando um punhado de Boers, que treinava a autodefesa num deserto perto da Namíbia, os brancos opressores passavam agora por ser o seguro de vida para uma gente que não tinha condições para se entender. Afinal, a África do Sul sempre foi uma colecção de tribos guerreiras que ali coincidiu. Afinal, para que servia a libertação de Mandela? Nem a anterior decisão de recusar a libertação condicionalmente exigiu tanto de um líder como este período do início da década de 90. E aqui só Mandela pôde valer. Como? Impôs perdão na vingança; verdade, na reconciliação e determinação numa agenda contaminada por violência de origem difusa. Uniu com o voto, o desporto e o exemplo do seu sorriso. Bem haja. 

1 comentários:

miguel vaz serra disse...

Querida Inez
Inveja sua de ver esta fotografia fabulosa.
Inveja sua de ler as suas palavras.
Bem haja você tambêm!
Mandela deixa-me sem palavras pois o que sinto não é materializável.