quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O que fazer com Antígona? I








Antígona pode estar na moda entre os intelectuais por mais um ou outro livro que a refira, mas a verdade é que é pouco citada, e sobretudo pensada, no espaço público. Em grande medida isto acontece pela profunda incultura clássica, em suma, incultura, da nossa época. Mas, apesar de tudo, algumas figuras e expressões ainda surgem. Édipo e Aquiles ainda oferecem uns dramas ou calcanhares ao mundo visível.

Já Antígona por sua vez anda muito calada. Não é a única. Efigénia, como as múltiplas faces da sua história, mereceria mais atenção. Dejanira das “Traquinianas” de Sófocles ou Medeia mereceriam bem mais atenção. Filoctetes ou Neoptolemo poderiam ser mais estudados. Seja, fiquemo-nos por Antígona, até porque aparece alvo de uma atenção um pouco maior de momento.

Porque é pouco usada como referência? É que Antígona suscita três grandes desconfortos na época actual. Não tem complexo com o seu nome, invoca a lei divina e é uma legitimista.

0 comentários: