domingo, 14 de março de 2010

A liberdade, a rolha e o PSD


O Congresso do PSD foi um festim de unidade e democracia que terminou com delegados e jornalistas a votarem e a comentarem a proposta de sanções para a deslealdade em tempo campanha.
É irónico ver como um encontro, convocado em nome do debate e da expressão livre, não consegue digerir a ideia, tão comum em Inglaterra, de respeito à informação classificada em tempo de guerra. Também na política os objectivos da conquista do poder e da sobrevivência se sobrepõem momentaneamente a algumas liberdades cívicas, indiscutíveis no tempo em que se limpam armas.
Só um País politraumatizado por 64 anos de ditadura não entende que o dever da lealdade mínima supera, por vezes, o das manifestações de opinião em público. Um trauma que nenhum dos candidatos pôde desconsiderar.
Dois meses de espírito comum é muito tempo? Conte-se a agenda mediática e veja-se se as Presidenciais não estão a ser discutidas com um ano de antecedência.
Uma coisa é certa: um pouco mais de carácter, de lealdade ou de sentido de corpo e este preceito seria dispensável.

6 comentários:

Hugo Correia disse...

A Inez revela a sensatez e a clareza que falta a muitos. Então não percebem que foi à custa destas deslealdades sucessivas que Sócrates e o PS(e também o CDS), incompreensivelmente, cresceu e se mantem como 1º ministro há já 5 anos? Será que querem que o país se mantenha como está e sob a sua governação? Se eu fosse militante, que não sou, não precisaria seguramente desta norma, mas infelizmente há quem não saiba(e são muitos) qual o seu lugar numa instituição como o PSD e o grau de responsabilidade que isso acarreta. Para esses é mesmo necessário colocá-los no seu lugar.

miguel vaz serra....... disse...

Inez
Não querendo ser desmancha-prazeres. Isto não é nem nunca será, nem em anos-luz, Inglaterra onde ainda se fazem contractos de voz e não é com leis para gandulos que os Partidos se democratizam. É com lealdade, saber estar e educação, e como todos sabemos quem são os cancros, pois são sempre os mesmos, seria muito melhor fazer umas reuniões à porta fechada e "assinar" um pacto de cavalheiros com um simples aperto de mãos. Não resultava? Expulsão convulsiva já avisada nesse aperto de mão. Assim já o PS não se deliciava com as derrapagens do PPD!
Compreendo Hugo Correia, mas também no PS têm “Manueis Alegres” e nem por isso deixam de ganhar eleições. O problema não é a forma mas sim o conteúdo que é muito fraquinho.
Marcelo, Pacheco Pereira, Filipe Meneses e etc etc etc deviam ter sanidade politica para saber o quanto ferem o partido deles quando dizem barbaridades dos seus líderes..Alguém os cala? Não.
Ainda os picam para voltar a liderar depois deles mesmo terem sido vítimas… É por isso que depois ninguém acredita neles nem os vota, o que é uma pena. Não são os 60 dias que os vão fazer ganhar eleições.Têm que mudar muito a atitude entre eles e o povo português. O respeito é algo muito bonito entre seres da mesma espécie! Porque afinal…..afinal somos todos iguais!

Inez Dentinho disse...

Agradeço os dois comentários. Na verdade, estamos a falar da regulamentação do óbvio.
Só é partidário quem toma partido. Não deveria ser preciso explicar o que é tomar partido sobretudo numa época de confronto eleitoral ou pré-eleitoral.

Anónimo disse...

Continua em grande forma, Drª I.D.!

miguel vaz serra....... disse...

ao "anónimo"... :)
A Inez NUNCA deixou de estar em forma, pois.....
e Inez, é mesmo isso, o que diz na sua resposta!!!
"Não deveria ser preciso explicar o que é tomar partido sobretudo numa época de confronto eleitoral ou pré-eleitoral."

Anónimo disse...

O pensamento obscuro que determina a socialismocracia para o governo dos povos, veste os seus lobos com pele de cordeiro e lança-os para dentro dos rebanhos...
O episódio do congresso afigura-se caso para perguntar: finalmente abriu a caça aos lobos dentro do PPD?

Nuno Cavaco