Tigres domados
Vi ser construído de raiz o primeiro bairro social em Peniche.
Não são os bairros simples de pescadores de casinhas térreas ( ao pé da Papôa ou a poente do Forte), mas os grandes blocos brancos que ficam ao lado da praça e em frente aos correios e para onde se mandaram os excluídos (etnia cigana, africanos vindos das colónias e outros).
Desde logo se tornou conhecido como o "Cambodja". É um mercado de droga, toxicodependência e prostituição para desespero das poucas famílias trabalhadoras que lá também viviam.
Aqueles vivem da prática de crimes. A situação agravou-se com o Rendimento de inserção social. A partir desse momento, foi todo um modo de vida que se cimentou.
Alimentam-se nas pastelarias - Peniche deve ser a localidade portuguesa com mais pastelarias por metro quadrado. Divertem-se a assaltar os adolescentes que têm de ali passar para ir para escola.
Arrisco que todos vivem dos subsídios do Estado. Pagamos para que não trabalhem, para os manter dopados, calmos e para não aborrecer os burgueses.
É quase como no circo, entopem-se os tigres de carne para que o domador entre na jaula sem grande perigo.
Isto não é a crise porque é assim há 15 anos.
Crise, são os pequenos comerciantes a fechar todos os dias, lançando para o desemprego os seus proprietários e trabalhadores. Estes sentem-se desamparados e envergonhados da sua condição, não frequentam as pastelarias.
Das duas, uma: ou têm vergonha, ou têm medo dos tigres. É que às vezes os tigres chateiam-se e abocanham a cabeça do domador.
1 comentários:
Inaceitável o que se passa em Peniche, como certamente em outras cidades e vilas do País. Imaginem os excluídos nas pastelarias!... Um despautério. Essa gente é capaz de tudo. Antigamente, não era assim. Estava reservado o direito de admissão. Por que é que não ficam em casa - em vez de frequentarem as pastelarias? Onde já se viu gente insignificante - como a dr.ª Sofia nota muito, ciganos "africanos vindos das colónias" (já têm todos para cima de 70 anos) e "outros" - frequentarem locais públicos onde vão pessoas de bem. No outro tempo, não era assim: os ciganos, sem piso, eram obrigados a andarem de terra em terra; os africanos permaneciam nas colónias; e os outros não sabiam que Portugal existia.
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