quinta-feira, 7 de maio de 2009

That's all folks!




Pensei «citar» o Vasco Granja e chamar «Koniec» a este post. Mas não é verdadeiramente de «Koniec» que se trata. Desde logo porque sempre gostei mais do liberalismo dos Looney Tunes do que da animação polaca que traumatizou a minha meninice (nessa época de candura, «animação polaca» queria dizer isso mesmo). Mas sobretudo porque «Fim» é uma palavra demasiado radical. Se é verdade que se interrompe aqui a minha participação no Geração de 60, não é menos verdade que o Geração de 60 não acaba aqui. E muitos menos o Geração de 60 acaba em mim.

Desde a primeira hora que impus a mim mesmo duas regras simples para que o Geração me fizesse sentido: que o Blog continuasse a ser fiel ao seu editorial e que fosse para mim uma fonte de prazer. O Geração é e continuará a ser o lugar de liberdade que sempre foi. Mas o meu lado hedonista fala agora mais alto. O prazer foi-se. Pelo menos por agora. E com ele, afasto-me eu também.

Não sou homem de grandes sentimentalismos (ou pelo menos de públicos sentimentalismos) mas quero agradecer, emocionado, o muito que aprendi e me diverti com cada um dos meus companheiros de blog. Com os que estão e com os que estiveram. Orgulho-me muito do percurso de liberdade que fizemos em conjunto. Orgulho-me sobretudo das velhas amizades que se cimentaram e das novas cumplicidades que se geraram. Devo, em particular, uma palavra à Sofia Galvão. «À chefe», como carinhosamente sempre foi conhecida entre nós. Sem ela, sem o seu entusiasmo original, sem a sua preserverança, sem o seu sentido de dever, o Geração de 60 nunca teria sido o Geração de 60 e eu não estaria aqui hoje.

E porque a ocasião é especial, despeço-me citando um Ruben A. que tem para mim um significado muito especial: fico com a secreta esperança de que, um dia destes, ao descer a Rua do Ouro, hei de entrar «numa daquelas lojas que são misto de café, leitaria e casa de pasto», hei de pedir uma cerveja bem fresca que me saberá «pela alma» e hei de dar com todos vocês, «sentados a um canto a tomar um copo de água gelada».
Até sempre.
PN

11 comentários:

Gonçalo Pistacchini Moita disse...

Meu caro Pedro.
Pela minha parte, é com muita pena que me desencontrarei, daqui para a frente, neste "nosso" espaço, de alguém com quem, tirando as questões futebolísticas, aqui me habituei nos últimos tempos a procurar, conhecer, encontrar e respeitar.
Digo-o com a maior franqueza - e até com uma lágrima no canto do olho - a este outro nosso "chefe" a quem também este blog indiscutivelmente se deve.
Um grande abraço
Gonçalo

Manuel S. Fonseca disse...

Olá Pedro,
Foi uma bela jornada e, digo eu, não será fácil ao Geração encontrar substituto para a sua expertise em cinema mudo sueco. Como sou mais dado a expansões melodramáticas, confesso que vou ter saudades. Já tenho. Faço uma proposta: next stop, La Chunga! Abraço rijo

Anónimo disse...

Gonçalo: o respeito é mútuo e o desencontro é só parente. Conto continuar a debater contigo.

Manuel, o reencontro no La Chunga está escrito nas estrelas (alguém já disse isto não já?). Enquanto não acontece, vai um pastelzinho de bacalhau?

Um grande abraço a ambos,
PN

Anónimo disse...

Gonçalo: queria escrever «aparente» mas o teclado traíu-me. Ou terá sido a emoção?

Sofia Rocha disse...

Pela segunda vez na vida, pude jogar ás escondidas, com a rua inteira a valer.

Obrigada Pedro, por me ter deixado jogar.

Beijo,
Sofia

Yuri Drosny disse...

bye,

my google 60's cartoon hero's

he mighty Komrad.

good jobs.

my nice, you nice, world nice. Putin nice.

Táxi Pluvioso disse...

Mais um que parte, não há dúvida que a crise abriu janelas de oportunidades e as pessoas felizes voam para os bons lugares na economia e no mundo.

Sofia Galvão disse...

Querido Pedro,
Sem medo dos sentimentalismos - embora mantendo o adequado pudor quanto aos públicos sentimentalismos -, digo-lhe que este nosso Geração de 60 lhe deve muito mais do que alguma vez poderei agradecer-lhe.
A ideia, o espírito e o tom foram sempre e sobretudo essa homenagem à abertura e à liberdade que você é e põe em cada coisa que faz. Foi isso que me seduziu, foi isso que me fez aderir, é isso que me faz continuar.
Assim saibamos estar à sua altura. Para que se reconheça sempre aqui, entre nós, como um de nós.
O Geração de 60 é, Pedro, em todos os sentidos, o seu blog...
Por mim, só espero que nunca duvide disso e que, 'pour cause', rapidamente recupere o prazer original.

Anónimo disse...

Sofia (Rocha): não tem que agradecer. Ainda bem que gosta de brincar nestar rua.
Táxi: vou ter saudades dos seus comentários
Sofia (Galvao): Obrigado pelas suas palavras. O blog fica-lhe muito bem entregue e eu fico feliz por isso. Até sempre.

Miguel Poiares Maduro disse...

Caro Pedro,

Se o prazer voltar um dia mesmo que seja só por um dia (como aqueles amantes que se voltam a desejar apenas por uma tarde) o Geração de 60, se estiver vivo e de saúde, cá te espera.
Isto não será o mesmo sem ti e o Manuel mas tentaremos fazer pela vida...
Abraço
Miguel

Anabela G. disse...

Isto não é mesmo a mesma coisa… As casas renovam-se, claro, mas há pessoas que fazem falta. Pedro Norton, espero que reencontre a ventura rapidamente...