quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Cache-sexe

Por razões supérfluas, pus-me a olhar melhor para a fotografia de Man Ray que, por pura funcionalidade, escolhi em post anterior e dei comigo a pensar que a nudez feminina tem mudado alguma coisa.
Olhando para Les Cheveux e, se fizermos justiça ao título, fixando-nos mais directamente no perfeito triângulo negro que se ergue no encontro de ventre e coxas, damo-nos conta de que a vulnerabilidade e ousada exposição do final dos anos 20 do século passado parece hoje, na primeira década do século XXI, quase um cache-sexe.
Ali, onde Man Ray homenageava a deusa do amor com o mais natural e ecológico dos montes, não sei se por efeito de algum pretenso aquecimento global, triunfa hoje uma planície em vias de desertificação.
Duvido que Man Ray, fotógrafo de Kiki (à esquerda) e de Primado da Matéria Sobre o Pensamento (à direita), apreciasse esta depreciação pilosa.











2 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

Manel, foste tu (ou alguém aqui do blog) que falou no facto dos chineses terem usado playback na abertura dos Jogos? Não foram os únicos.

Em fotos, prefiro o Larry Flynt que mostra até ao ovário. That´s the future!

Pergunto-me: se o Oh!bama ganhar as eleiçoes USA, a Casa Branca passará a chamar-se Casa Preta?

Manuel S. Fonseca disse...

Táxi,
O Flynt diverte-me, mas o Man Ray... sabes como é, gosto mais dos americanos que já vieram passar uns dias a Paris.
E já agora, Obama em Casa Branca, isso é que é o futuro.