domingo, 28 de outubro de 2007

Che Che Che

Peculiar, muito peculiar, o modo de ser dos portugueses, povo de sonho, bruma e longínqua distância, como se apenas pelo sonho, na longínqua distância, entre brumas, verdadeiramente pudesse, como se apenas na longínqua distância, entre brumas, verdadeiramente real o sonho seja. Sim, ninguém mais senão um português, um autêntico português, poderia ter escrito «quero-te para sonho, não para te amar».

Longe da Pátria, tudo à Pátria sempre apela, não como necessidade física de aí estar ou aí sempre ter permanecido, mas como inexorável necessidade de permanecer ligado, intelectualmente ligado, como permanente necessidade, imperativa necessidade de incarnação Pátria.

Longe, natural o redobrado ímpeto de regressar ao «Geração de 60», como quem regressa a porto seguro, a uma geração livre, consciente da tradição e do seu significado, com o peso de saber querer «fazer a diferença». Ah!, mas ele há o Aquecimento Global, as Alterações Climatéricas, a Globalização... Regressa-se ao «Geração de 60» e que encontramos de significativo?... O Ernesto, o dito Che, para os amigos. O Che, agora, afinal, aristocrata, um Cruzado, um mito, um quase Nuno Álvares pereira, um quase santo. Sem pontos de exclamação nem reticências. O Aquecimento Global, as Alterações Climatéricas, a Globalização, talvez as idas à Lua, os Satélites, tudo se confunde: ser nascido de pais possidentes com ser aristocrata; mistificação com mito; loucura facínora com santidade... O Aquecimento Global, as Alterações Climatéricas, a Globalização...

...E, entretanto, do famigerado Tratado de Lisboa, nem uma linha. Importa o nosso Direito mais e mais subordinado ser ao Comunitário? Os direitos ao Mar que é nosso ver, a pouco e pouco, usurpados serem?...

Não, não vamos estragar os festejos. Ela já há o Aquecimento Global, as Alterações Climatéricas, a Globalização...

Diziam os antigos que «enlouquecem os deuses aqueles que querem perder». Talvez seja isso; talvez não sejamos mais do que isso: uma geração perdida _ completamente enlouquecida e, por consequência, perdida.

Talvez , pelo Aquecimento Global, as Alterações Climatéricas, a Globalização, mereçamos mesmo o Tratado de Lisboa... Infelizmente? Talvez, ainda uma vez mais _ mas, seja como for, certo é serem também já cada vez menos os muito poucos a darem por isso.

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