quinta-feira, 27 de setembro de 2007

II. Serge Berstein, Léon Blum, Paris, Fayard, 2006

No entanto, visto à distância, vemos que é mais um produto que um produtor, mais um efeito que uma causa, mais um exemplar que um paradigma.

Pertence ao grupo muito vasto de pessoas que em ingenuidade e ignorância histórica acreditaram que vivemos num mundo moderno em que o fascismo não seria perigoso (!), que a religião era uma inexistência política (!), que era racional e científico (!). Rodeado por uma cultura literária que se degradou cada vez mais ao nível da cultura jornalística.

Na perspectiva da História longa, o pico que representou no anos 30 fica esbatido quando visto na perspectiva do século, a relevância para a França fica esmorecida quando vista pelos olhos do mundo, e numa perspectiva d[...]
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quarta-feira, 26 de setembro de 2007

I. Serge Berstein, Léon Blum, Paris, Fayard, 2006



Nem todas as personagens históricas nos têm de agradar ou desagradar, elas não existiram para suscitar os nossos sentimentos. Não são seres funcio[...]
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terça-feira, 25 de setembro de 2007

O cinema cura


Há um novo e miraculoso livro no mercado. O título, “Guia Terapêutico de Cinema” é atraente e directo quanto basta. Aparentemente pouco dado a elipses, o autor,
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Small is not beautiful

Um zapping a meio a tarde, num intervalo de escrita, dá-me o contraste entre as agendas mediáticas portuguesa e francesa. No canal nacional, a crise do PSD. No France 24 os discursos dos líderes mundiais reunidos nas Nações Unidas, a conferência de imprensa de Nicolas Sarkosy e o subsequente debate com especialistas em geopolítica.
De um lado, a antena aberta para o público sobre as minudências intestinas da fórmula de pagamento das quotas do PSD. O cartão multibanco, o papel da secção, o estatuto dos não pagadores, o significado do voto da Dra Manuela Ferreira Leite sobre esta matéria, os desabafos vespertinos do dr Gomes da Silva e a promessa de revolta do dr Menezes Lopes, logo mais, às 20h, a post[...]
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sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Outras diplomacias em Timor

Sigo o post do Pedro Norton, em sintonia.
Quanto à justiça das causas na questão de Timor-Leste, aquela que não se rege apenas pela vantagem material, lembro que ela passou em plena Guerra Fria pela solidão, firme e solidária, do Duque de Brangança. E, na transição política da Indonésia, pela coragem e diplomacia de António Guterres ao insistir, implacavelmente, no apoio internacional ao Referendo. Xanana repetiu a ascese de Mandela no Oriente sendo peça fundamental para a atenção mundial e para a liderança interna. E lembro ainda, antes e depois do Referendo, o papel da Igreja que, internamente, levou esperança às resistências domésticas e cá fora atingiu o Nobel e a persistência da diplomacia pontifícia, que muito pode. Também [...]
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Da Visão: Ana Gomes vs. Metternich

Se há coisa de que Portugal se pode orgulhar na sua história diplomática recente é a de não ter embarcado numa estratégia de pragmatismo cínico na questão da autodeterminação do povo timorense. E é bom lembrar que, à época, eram muitas as cabeças pensantes que davam o diferendo por perdido e que, a bem dos superiores interesses do país, defendiam que a diplomacia portuguesa devia deixar cair uma causa que era manifestamente incómoda para uma grande potência regional e para muitos dos nossos (e seus) aliados tradicionais. Era a isso que aconselhavam todos os manuais da «realpolitik» e era esse o único curso de acção considerado minimamente «realista». Do outro lado da barreira, convém não esquecer, resistiram como puderam meia dúzia de então apelidados «idealistas ingénuos». Entre este[...]

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quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Disposição testamentária



Se não estou equivocado, no Panteão Nacional estão sepultados os ex-Presidentes Manuel de Arriaga, Teófilo Braga, Oscar Carmona e Sidónio Pais, os escritores Almeida Garrett, João de Deus, Guerra Junqueiro e (desde ontem) Aquilino Ribeiro, para além de Humberto Delgado e Amália Rodrigues. No Panteão encontram-se ainda os cenotáfios de Nuno Álvares Cabral, Vasco da Gama, D. Henrique, Pedro Álvares Cabral,[...]
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Interesse Público e interesse do público: rugby e Aquilino II

É evidente que não comparo Aquilino com a selecção de Rugby. Refiro-me aos desencontros do nosso tempo mediático e político.
1) Aquilino escritor devia estar nos programas escolares;
2) Aquilino atentador contra a vida de um Chefe de Estado português não deveria estar no Panteão Nacional;
3) O Governo que o promove nestas cerimónias não o acha recomendável na exacta condição da honra concedida.
4)Quanto ao Rugby, estamos perante uma proeza nunca dantes conseguida do ponto de vista da internacionalização do nosso desporto. Se as audiências são argumento - único - para não a transmitir questiono porque razão esse argumento não presidiu, dias depois, [...]
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quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Interesse Público e interesse do público: rugby e Aquilino

Acatei com dificuldade a explicação de Luís Marinho (RTP) justificando a não transmissão dos jogos de Rugby no canal estatal. O Director de informação e programação disse na passada semana que não havia audiência suficiente para tal opção. Ficámos assim com as imagens impressionantes do hino cantado pela equipe de amadores que ali se batia contra os melhores do mundo, durante alguns segundos do telejornal. Pouco mais.
Esta manhã dou de caras com a transmissão em directo do Panteão Nacional da tranladação dos restos mortais de Aquilino Ribeiro.
- Qual terá sido o nível das audiências?
- Será o exemplo de um bombista incompetente, íntimo de quem matou o Chefe de Estado no Terre[...]
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terça-feira, 18 de setembro de 2007

Um ser capriano

Marques Mendes e Luis Filipe Menezes estavam agora na SIC Notícias a dirimir argumentos. Pelo que ouço (e estou cada vez mais surdo) estão também a dar corda às angústias que a Sofia Galvão exprimia aqui, na Geração de 60, dois posts atrás, a saber, a falta[...]
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A propósito da decisão do Conselho Superior da Magistratura


O que acontece neste país quando um jovem juiz de instrução revela lucidez e v[...]
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VII. Hodiernos cristãos: conclusões

O pano de fundo destas consequências é o que igualmente antes indicámos. O cristão aceita como natural não confrontar a vida com o absoluto, o eterno e o infinito. O cristianismo para ele torna-se idiossincrasia, quase folclore. Interiorizou que a vida é amputação e que apenas no seu caso concreto existe uma necessidade quase afectiva de Cristo. Esquece a dimensão objectiva do Cristo.

Bento XVI, mais que qualquer outro papa é o papa do ecumenismo, mais ainda que do diálogo das religiões (tema vasto e bem mal tratado que mereceria muito a dizer). Por isso é um papa do dogma, da teologia, do recentramento. Por isso é um papa europeu por excelência; embora a sua mensagem seja universal percebe que [...]
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segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Desabafos de Verão (III)



Não consigo olhar para o actual PSD sem uma profunda tristeza. Onde está a chama? O rasgo? A capacidade de prometer e de exaltar? Onde está o projecto? Onde[...]
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VI. Hodiernos cristãos: consequências para os cristãos

Para os cristãos em geral surgem igualmente quatro consequências.

Em primeiro ligar pulula a figura do cristianinho. Esta personagem caracteriza-se por dizer que “lá essas coisas da igreja (entenda-se, dogmática, pastoral etc.) eu não sigo, mas guardei do cristianismo o conteúdo moral”. Belo: apenas o “sede perfeitos como o Pai é perfeito”. Nada mais. Nada como ficar apenas com o impossível e deitar de lado as condições da sua possibilidade.

Em segundo lugar o cristão do Estado de Direito Democrático. Este vai além de aceitar o Estado de Direito Democrático. Vê-o como a realização concreta do cristianismo, no que tem razão sob o p[...]
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sexta-feira, 14 de setembro de 2007

V. Hodiernos cristãos: consequências civilizacionais

Quais as consequências dessa situação? Vejo-as em dois planos. No plano civilizational geral e no plano do cristianismo, ou melhor, dos cristãos.

No plano geral podemos voltar às nossas premissas iniciais. As consequências são fáceis de adivinhar.

Em primeiro lugar a mediocridade. Não havendo confronto com os dados fundamentais da civilização a criatividade apenas se opera na rotina, mesmo e sobretudo quando tem a capa da revolução. A poesia concreta retoma a composição numérica de origem medieval, a música vai buscar a caos primevo aparente padrões já mais que vistos. Para quem me acuse de exagero apenas pergunto que Gauss, Bach ou Rafael[...]
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quinta-feira, 13 de setembro de 2007

IV. Hodiernos cristãos: causas do meio hostil

As causas desta situação são bem conhecidas. De um lado a mistura de revolução francesa, revolução industrial, utilitarismo inglês e revolução científica mal digeridas por um ensino liceal que não pode ser mais que sumário e que dispensa agora comentários.

Mas há um factor pouco lembrado que inere à própria História da Igreja que para isso contribuiu igualmente. O concílio Vaticano II: « on a toujours les défauts de ses vertus ». Este concílio foi necessário. No século XX a ordem tridentina estava gasta, mas foi fecunda. O barroco está aí para o demonstrar. O mesmo barroco que gerou o fascínio da Europa protestante do século XVII ao XIX sobretudo. O gesto, a visão, o paladar, a indumentária, a [...]
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Scolari: o fim

O Miguel Poiares Maduro abriu a caixa de Pandora. Hoje sou eu a falar de futebol:

- Portugal deve muito a Luis Felipe Scolari. Por muito que nos custe pensar que só temos projecção internacional à boleia do futebol, o que é um facto é que, ainda assim, mais vale tê-la por essa via do que não tê-la de todo.
- Scolari é um grande treinador e um líder verdadeiramente ímpar.
- Scolari é um excelente comunicador e é senhor de um enorme carisma.
- Scolari é um homem corajoso e frontal que nunca receou pensar pela sua própria cabeça nem fugiu às consequências das suas atitudes e opções.

São tudo boas razões para que agora saia, com dignidade, pelo seu próprio pé. Para o bem e para o mal, Scolari transformou-se num mito. E tem obrigação de perceber, melhor do que ningué[...]

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quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Eu e a Ana Gomes

Não me acontece todos os dias mas hoje apetece-me subscrever por inteiro as palavras da eurodeputada Ana Gomes: «um Estado que não se dá ao respeito não pode ser respeitado».
A forma como Presidente, o Governo e a AR estão a lidar com a viagem do Dalai Lama é própria de um protectorado chinês e não de um país europeu e civilizado. Até a «realpolitik» tem de ter os seus limites! E um país como Portugal, que soube lutar contra o cinismo do Mundo inteiro na defesa dos interesses de Timor, tem uma obrigação especial de não esquecê-lo. Digo eu. E a Ana Gomes.

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Whose side are you on?

O mais extraordinário no tratamento mediático do caso Madeleine é perceber como a necessidade narrativa que hoje domina os jornais no contar (e não apenas já no informar) de uma história os obriga tomar o partido de uma única versão da mesma. Um crime é sempre um mistério e na investigação criminal um mistério é a fonte de várias hipóteses. Mas narrar um crime exige a solução do mistério. Cada jornal construiu uma narrativa sobre o crime mas encontra-se agora prisioneiro da mesma. Isto leva a que, com poucas excepções, a maioria da imprensa pareça estar mais preocupada em demonstrar que não se enganou do que em informar-nos dos mistérios, dúvidas e várias hipóteses que ainda rodeiam o caso. É um jornalismo que parece sobretudo preocupado em provar ao leitor que tinha razão… No meio deste tipo de cobertura é confortante encontrar um artigo notável como este no The Guardian: Madeleine: a grimly compelling story that will end badly for us all. A ler obrigatoriamente.

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III. Hodiernos cristãos: em meio hostil (cont.)


5) Acreditar é sinal de ignorância, de acordo com a religião da época. Quem acredita é sempre pouco inteligente. Desconfiar parece sinal máximo de inteligência. A modernidade mostra assim um dos seus lados de pobreza, instalada na desconfiança e vivendo dela. Mas se bem pensarmos há coisas em que só se acredita porque se tem conhecimento. Que certo medicamento faz bem apenas médicos muitos competentes o podem dizer. Que 7+8 podem ser igual a 3 requere algumas bases de álgebra abstracta. E lembro-me sempre de quando era criança em 1969 o homem foi à Lua. As criadas achavam que era montagem de Hollywood, não acreditavam na coisa. Aí percebi que há certas descrenças que são próprias de criadas.
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terça-feira, 11 de setembro de 2007

O vale tudo

No meio do furacão Maddie, o Público («by the way» um dos poucos jornais diários que tem escrito de forma minimamente responsável sobre o assunto) dedica hoje uma página interior (sem direito a chamada de capa) a um assunto verdadeiramente extraordinário. Refiro-me à «incrível e triste história» (para citar Gabo) da aquisição, por parte do fundo de pensões do BCP, da participação de Berardo na PT. A fazer fé no Público, o BCP (na pessoa do seu administrador Castro Henriques, notório apoiante de Teixeira Pinto) «financiou» assim a posterior entrada de Berardo no capital do banco e, consequentemente, o reforço da lista de apoiantes do seu então Presidente Executivo.
Na minha ingenuidade, eu diria que este é uma daqueles episódios que dificilmente pode ser mais revelador do estado a q[...]

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II. Hodiernos cristãos: em meio hostil

Em que sentido o meio é hostil aos cristãos? Vejamos em quê:

1) Encontra-se em concorrência. Com outras religiões, mal assimiladas quando são de importação, representadas por um sub-proletariado que as vive de forma intelectual e muitas vezes espiritualmente pobre quando o importado são as pessoas que as praticam. Está em concorrência com humanitarismos que mais não são que derivados de segunda linha do cristianismo, que o parasitam de forma inconsequente sob o ponto de vista espiritual. Os direitos do homem, o terceiro-mundismo, os altermundialimos, a assistência social informal. Está em concorrência com um espaço lúdico alargado, como a televisão, a Internet e os centros comerciais. P[...]
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Coisas que me acontecem

Regressei dos EUA em 2001. No ano seguinte concorri ao grau de consultor hospitalar, dado que a minha carreira nos EUA, naturalmente não tinha equivalência em Portugal. O concurso era curricular, pelo que entreguei 5 folhas com titulos, cargos e publicações. Entre a abertura do concurso e a sua realização, demoraram...(quem dá mais, quem dá mais?): 5 anos! O Juri do concurso tratou-me no geral com alguma benevolencia e sentido de humor, mas lá foi dizendo que eu não tinha lido "o decreto", porque o CV não estava de acordo com as normas. Não bastava dizer que tinha feito a post graduação na Columbia, ou que era professor na Cornell. Faltavam cartas de recomendação...Um dos membros deixou-me espantado ao interrogar-se porque razão estavam os meus artigos publicados em revistas american[...]

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segunda-feira, 10 de setembro de 2007

I. Hodiernos cristãos: premissas

Não deixa de ser curiosa a situação dos cristãos, sobretudo na Europa actual. Maioritários em número, minoritários ideologicamente. Não é uma situação nova. Os escravos e as mulheres, por vezes os metecos, tiveram o mesmo estatuto. O problema é que esse estatuto foi dado por outros. No caso dos cristãos resta saber que outros criaram essa situação.

Temos de partir de duas premissas muitos simples.

Em primeiro lugar, o fundamento de todas as civilizações é religioso. As grandes obras-primas e os grandes avanços de cada cultura fazem-se em diálogo, confronto, luta, conciliação e superação desses mesmos fundamentos. Uma Eneida ou a criação do cálculo infinitesimal não se fazem pensando na notíci[...]
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domingo, 9 de setembro de 2007

Travelling


Se não o tivessem inventado antes, esta seria a mais elegante, firme e rectilínea razão para que alguém imaginasse e criasse um travelling.

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sábado, 8 de setembro de 2007

Prémio Champalimaud 2007


Ontem, estive na cerimónia de atribuição do Prémio Champalimaud 2007. E achei notável. Trata-se de um prémio anual de € 1.000.000 a conferir, alt[...]
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quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Da Visão: Os bois pelos nomes

«O PSD não gosta de mim», diz José Miguel Júdice ao Diário Económico em notável entrevista publicada na passada semana. «Em compensação eu adoro-me», imagino-o eu a dizer aos seus botões. A auto-estima, qualquer especialista o demonstrará, é essencial para o equilíbrio emocional de qualquer ser humano. Mas a auto-estima em excesso é, também não sou eu que o afirmo, uma patologia séria. Que acarreta necessariamente os seus problemas. Inebria-nos, faz-nos perder a noção da realidade, turva-nos o raciocínio, e, como parece ser manifestamente o caso, leva um homem inteligente a dizer verdadeiras enormidades intelectuais.
Comecemos pela visão que tem do conceito de independência. Para o Dr. Júdice, independente não é quem opta por não se filiar num partido pol[...]
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Um homem honrado


Pierre Mendès France nasceu há cem anos. E a França celebra o facto. Também editorialmente.
Vale a pena lembrar e, para tanto, vale a pena ler. Pierre [...]
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quarta-feira, 5 de setembro de 2007

As "lições" do futebol…

Posso falar de futebol? Para não correr o risco de ser acusado de "vulgarizar" o blog (mesmo se, para mim, o futebol não vulgariza nada) informo desde já que vou falar de futebol para falar do nosso sistema de justiça (ou vice-versa). A Comissão de Arbitragem acaba de divulgar um comunicado que é o exemplo perfeito do problema de fundo que domina a interpretação e aplicação do Direito em Portugal e sustenta muita da incompreensão pública para com o nosso sistema de justiça.
Confrontada com duas alegadas interpretações divergentes da mesma norma (neste caso, futebolístico, a proibição de um atraso ao guarda-redes) a Comissão de Arbitragem limita-se a dizer que ambas são válidas e que tudo deve ser deixado ao critério subjectivo de cada inté[...]
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terça-feira, 4 de setembro de 2007

Desabafos de Verão (II)


Estive de férias uns dias e regressei bem disposta. Voltei pacificada, tolerante, sereníssima. Mas, diz o povo, que de boas intençõe[...]
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Sobre o estado da arte

Arte e política nunca estiveram divorciadas. Há uma união de facto entre elas que, em função das épocas, se geriu de formas diferentes. Os artistas vivem, como sempre viveram, das encomendas. As encomendas foram feitas por Imperadores, Reis, Príncipes, Papas, Senhores, Altos Funcionários, Embaixadores, etc... E na encomenda eram definidos os objectivos e as interpretações.

A mentalidade da época compatibilizava-se com a interpretação e mensagem individual do autor. Sem abalar os cânones, os artistas sabiam introduzir leituras que escapavam aos seus poderosos clientes e não punham em causa a sua fidelidade e reconhecimento. A regra ou, se quisermos o cânone, serviram sempre, precisamente, para tornar simbólicos e perceptíveis [...]
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segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Reminiscências

"O Angelus", Jean-François Millet

Não é assim tão importante querer mudar o mundo!

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domingo, 2 de setembro de 2007

Confidências

Suicídio, George Grosz

Ultimamente deixou de tomar partido. Resultado: tem quase sempre razão. Mesmo assim[...]

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