quarta-feira, 30 de abril de 2008

O 7º de Cavalaria

Reconheço uma inultrapassável lucidez a este post do Pedro Norton, cuja leitura recomendo. A lucidez é, aliás, uma virtude de todos os grandes pessimistas. O que resulta do desenho rigoroso que o texto traça é q[...]
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Da notabilidade

Compreendo o ponto de vista do Pedro Norton, e algumas das críticas que faz, partilho também alguma ansiedade, mas divirjo na solução.
Penso que a solução dos "notáveis" começa a fazer cada vez menos sentido. As razões que aponto são de natureza essencialmente sociológica, ou melhor, económica. É natural por isso que vá aborrecer algumas pessoas que me possam ler.
Há trinta anos atrás, tínhamos políticos que faziam política com evidente brio. No que toca aos partidos de direita, mas também no partido socialista, temos de convir que muitos tinham considerável fortuna pessoal, obtida, por exemplo, através de rendimentos de capital ou rendas de prédios rústicos. Ou seja, tinham os meios financeiros para di[...]
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Da Visão: Uma batalha sem futuro




As coisas não estão fáceis para os lados da Rua de São Caetano. Desde logo pelas razões óbvias: o PSD não resistiria a mais um delírio populista às mãos de Pedro Santana Lopes. Depois da sua aterradora passagem pelo governo e da experiência surreal que foi o Menezismo, o partido não aguenta mais uma aventura sem rumo, sem norte e sem senso que é tudo o que Santana tem para lhe oferecer. Não aguentaria o PS[...]

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terça-feira, 29 de abril de 2008

A Liberdade está a passar por aqui

Fim de semana em Terras d'El Rey - Reguengos de Monsaraz - a convite do Presidente da Câmara Municipal, Victor Martelo, socialista no poder há mais de 30 anos.
No pretexto, a vontade expressa pelo autarca, laico e republicano, de juntar a sua terra às comemorações da Comissão D. Carlos - 1oo anos que, em 2008, tem um programa evocativo da vida e obra deste monarca quando passa um século sobre a sua morte.
Por iniciativa e empenho da Câmara, lá está agora, no pólo cultural de Reguengos, uma exposição sobre o Rei D. Carlos assinada por Rui Ramos, entre outros. E lá se realizou também um Concurso Hípico Internacional onde dezenas de cavaleiros disputaram a Taça D. Carlos e a Taça Duque de Bragança.
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Este país não é para velhos (do Restelo)

Ontem não pude ver o telejornal mas vi algumas imagens que percebi serem do fim da apresentação da candidatura de Manuela Ferreira Leite e vi que ela teve o apoio de pessoas como Leonor Beleza, António Capucho e outro militante mais novo de quem gosto mas agora esqueci-me do nome. Isto vai endireitar finalmente o PSD, pelo menos por agora.

Não é preciso ser-se do PSD para se gostar deste novo alento. É que o país precisa também de boa oposição ao governo. E isso pode ainda ser mais necessário se o novo governo do PS não tiver maioria absoluta. Ou, caso o resultado seja outro, se o PSD for para o governo.

Há algo que ainda não está feito, todavia: a escolha de um bom assessor para os assuntos económicos, um bom ministro sem pasta das Finanças, p[...]
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segunda-feira, 28 de abril de 2008

O Assassino Desinteressado

A quem é que Tennessee Williams terá chamado uma “sweetly vicious old lady”? Talvez vos diga, talvez volte adiante a esta citação p[...]
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Um rotundo não a mais e mais propaganda

Pelas mais variadas razões, tenho assistido a apresentações de iniciativas do Governo. Choca-me de sobremaneira o lado feérico e histriónico da logística da apresentação. Ainda hoje - desta vez só pelos microfones da rádio - senti a parafernália de "comunicação" para o anúncio da Nova Alcântara. Passar-se-á isto, desta maneira e com estes contornos, nas restantes democracias europeias? Para anunciar uma medida, um programa, um plano será necessária tal mobilização de meios humanos e financeiros? E os jornalistas continuam a acreditar e a dar crédito a tal cenografia? Um pouco mais de parcimónia, algum sentido da contenção de gastos e a probidade respeitadora dos sacrifícios dos portugueses não justificariam outra atitude do Executivo? E não mereceria outra censura? Haverá projectos co[...]

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Talvez isto ...

...interesse aqui. Trata-se de uma polémica sobre um assunto que ainda é tabu na nossa sociedade, a saber: poder dizer-se que a economia portuguesa cresceu antes do Twenty-five - e bem - sem se ser acusado de direitolas proto-salazarista. É uma polémica séria e não se deve esquecer que dos dois lados há sempre um pouco de razão (embora pense que do meu lado está um pouco mais). Em retrospectiva, começa aqui.

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domingo, 27 de abril de 2008

PSD: Um Marco António sem gelo, p. f.

Num filme discreto e tocante, "Fugitive Pieces" (2007, Jeremy Podeswa), um homem não consegue libertar-se dos fantasmas traumáticos da infância, até ao dia em que percebe que esses fantasmas não reclamam a sua presença. Pelo contrário: só querem ser deixados em paz. É também o dia em que percebe que não se deve tentar juntar as peças do puzzle - deve-se viver tranquilamente cada uma delas.
Há uma frase no epílogo do filme que, como um brinco de pérolas, se agarra com facilidade ao lóbulo da orelha, uma frase retirada - presume-se - do romance/floresta poética de Ann Michaels no qual a fita é inspirada: "O mistério da madeira não é ela arder, é ela flutuar". Desculpem: o que tem isto a ver com Marco António, aquele homem-Bê que parece um desenho rápido de[...]
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Sofia Galvão na Antena 1 ou da denúncia dos tácitos compromissos

Acabei de ouvir a entrevista da Sofia na Antena 1 ao Pedro Rolo Duarte. Falar de Política a partir do chamado espaço público sem estar integrado na intriga dos partidos não é tarefa fácil a não ser que se faça com o sentido de responsabilidade de quem, não sendo deputado nem governante tem de pensar como se fosse, ou seja, não reduzir a sua intervenção a slogans irrealistas e de puro exibicionismo.

Talvez um dos pontos programático mais relevantes tenha sido o de desmistificar a ideia que se tem tornando corrente e limitadora de que os partidos do “centrão” se digladiam pela ocupação do espaço político do outro, esvaziando, assim, temporariamente (ainda que o desejem permanentemente), as oposições. A Sofia identificou o ponto [...]
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sábado, 26 de abril de 2008

A cultura da batata

Escreveram-me um comentário em que referiam as batatas, por referência ao 25 de Abril. Sem saberem, deram-me o mote para o presente.
Chamo-lhes histórias, porque sou eu a dar-lhes o tom, o contexto e o enquadramento. A mim contaram-me como factos. Ouvi-os de viva voz, pelos meus pais, avós, tios, primos e restantes parentes. Não os tenho por mentirosos e para além da sua boa-fé, de que não duvido, tive ocasião de ver fotos, a preto e branco, em que crianças, de olhos bem abertos, e pé descalço no chão, posavam para o fotógrafo que uma vez por ano visitava as aldeias. O que vou contar passou-se nas décadas de trinta até à década de sessenta do século xx. E passou-se em aldeias que distam de Lisboa 80 km. Nesse tempo, quem tinha o que comer, comia batatas. Só batatas. A minha avó, di[...]

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sexta-feira, 25 de abril de 2008

Sem comunicação e muito menos autorização

Agradeço ao Geração de 60, ter-me convidado para aqui escrever. Nuca fui autora de coisa alguma, apenas do meu trabalho. Apareci por aqui a comentar, e penso que estes amigos me quiseram dar uma lição, ai sim que já te apanhamos, agora vais ver como é!
Fica desde já prometido que se não estiver à altura, e aprendida a lição de humildade, retomo o lugar inicial.
Sobre a data solene de hoje, gostava de lembrar as conquistas para as mulheres com o 25 de Abril. As comunicações e autorizações do marido - para trabalhar, para viajar - tinham consagração legal, tornando-as pessoas sujeitas à vontade de outrem. Ao livre arbítrio de outro ser humano.
Não alinho em feminismos de pacotilha - oxalá a Inês Pedrosa não leia este blog - mas tenho de convir que foi preciso que muita gente de espírio livre, pensasse, trabalhasse, se incomodasse, e que pagasse o preço da afronta para que eu hoje possa escrever sem o comunicar, e muito menos, sem pedir autorização a alguém.

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Poder - a quanto obrigas?

Declaração de interesses: colaborei com Pedro Santana Lopes na CML e no Governo. Não sou do PSD.

Gostaria de ver na corrida Marcelo Rebelo de Sousa por estar convencida de que, cada vez que o professor tem responsabilidades, está à altura delas.

Aprecio o tom sem mácula política que Pedro Passos Coelho sugere. Mas gosto de fundamentar a esperança.

Vejo em Manuela Ferreira Leite uma oportunidade de discutir políticas com nível e de agregar pessoas parecidas. Temo a colagem com a imagem do Sócrates cobrador de impostos e o contraste desmerecedor com o Sócrates runner jovial.

Gosto de ver Alberto João Jardim mais envolvido na política nacional. A sua experiênc[...]

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E daqui a 34 anos?


Ao ouvir o discurso do Presidente da República, neste 25 de Abril de 2008, lembrei-me de um artigo que publiquei em tempos. E pareceu-me fazer senti[...]
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5 Breves para uma Democracia Futura

Tratado de Lisboa: Imaginemos que a consulta aos portugueses resultava num não, mas uma maioria parlamentar impunha a ratificação por causa dos compromissos que tinha contraído com os parceiros europeus. Poderia ter-se dito que os portugueses estavam empenhados nessa ratificação e que se identificavam com esse projecto preparado em Bruxelas? Então, como se pode dizer, sem ter havido consulta, que os portugueses aderem a este tratado?

Democracia: A democracia é, por natureza um regime político em que os destinos dos povos são determinados pela decisão do próprio povo e em que cada um é chamado a actuar e pronunciar-se a partir dos seus interesses particulares e pela sua visão do interesse comum. Como podem os políticos em dias [...]
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quarta-feira, 23 de abril de 2008

Cuidado com a tolerância...



Há pouco mais de 500 anos, no dia 19 de Abril de 1506, alguém afirmou ter visto o rosto de Cristo iluminado sobre um dos altares da igreja do Convento de [...]

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Paisagens que contam histórias

Num comentário ao meu post sobre Dubrovnik o Manuel S: Fonseca reivindica para o cinema a capacidade de nos oferecer paisagens mais belas que a vida pode oferecer. Claro que eu, jurista que sou, já me tinha precavido limitando-me a dizer que se tratava de uma paisagem que o cinema não podia imitar (o que é diferente de superar…). No entanto, com o intuito claro que provocar o Manuel Fonseca a nos mostrar algumas dessas paisagens pensei em enviar uns exemplos de panorâmicas no cinema. Para mim o que diferencia a paisagem no cinema da paisagem "no buraco da muralha" é a associação narrativa. Eu Dubrovnik eu limitava-me a olhar. Estas paisagens que seguem contam-me uma história. No cinema a paisagem não é estética mas narrativa. Escolhi alguns d[...]
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terça-feira, 22 de abril de 2008

Sobre o PSD, para memória futura (II)

Saúdo a candidatura de Manuela Ferreira Leite.

Em primeiro lugar, por assumir o sentido de urgência que marca o momento político.
Em segundo lugar, por ter a óbvia [...]

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Um buraco na muralha


Apenas um sinal (cold drinks) e um buraco na muralha. A selecção faz-se pela curiosidade: apenas aqueles que a tem e se deixam por ela guiar são premiados. Quem [...]
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Pre-emptive strike

Não sei se obedeço à consciência ou ao medo mas depois do post do Pedro Norton não me resta alternativa… Não tendo estado no jantar (sou o estrangeirado do blog) senti as orelhas à arderem. A verdade é que este fim de semana tive vontade e tempo para fazer um par de posts a partir de Dubrovnik onde me encontrava. Ao ler o Público no Hotel (o mundo moderno permite ter um jornal português do dia num hotel a milhares de quilómetros de Portugal) não resisti a comentar a entrevista do Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática. O problema foi que acabei por também resistir a aceder à Internet a 24 euros por dia… Suponho que foi uma questão de matemática… Seja como for ainda vou a tempo de elogiar a entrevista e de impedir a minha imediata (e[...]
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Sinais vitais

Hoje nos noticiários das 7h da manhã renasceu a esperança cívica e política. Obrigado, Manuela Ferreira Leite.

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Plenário do Geração de 60

O Geração de 60 reuniu ontem em plenário de trabalhadores, como é hábito, no pavilhão gimnodesportivo do Belcanto.

Foram aprovadas, por unanimidade, as seguintes resoluções:
1 - Saudar efusivamente o regresso do filho pródigo. Mais notícias sobre este tema num próximo post perto de si.
2 - Agradecer à Inês Dentinho a sua «firme resolução em escrever doravante o mínimo de um post por semana»
3 - Castigar, com requintes de malvadez, os ausentes do repasto de ontem. Por razões de decoro não será divulgada, para já, a lista de sanções aprovada que será comunicada individualmente. Mas o plenário quer sangue...
4 - Manter em vigor o clima de terror que, desde sempre, tem sido uma marca deste blog. A fasquia mínima é um post por semana. Não temos o cobrador do fraque mas [...]

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segunda-feira, 21 de abril de 2008

Os segredos de Polichinelo

Não conhecia tal criatura, mas uma vez ao ler um livro do Steiner vi referido um cavalheiro chamado Pierre Boutang e o seu livro “Ontologie du secret”. Quanto a Steiner e as limitações do seu discurso, imbuídas de um estetismo de que padece certa cultura europeia na matriz judaica deixarei para outras núpcias, até porque já tratei a questão alhures.

Mas Steiner, se lhe falta lucidez em alguns pontos, será tudo menos tonto e por isso suscitou-me a curiosidade para espreitar o bom do Boutang. Confesso que vi um livro com um instrumentário poderoso mas que me deixou ins[...]
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domingo, 20 de abril de 2008

Sobre o PSD, para memória futura


Oxalá me engane, mas não tenho esperança. Nada de sério será possível. Nada de novo para além desta crise.

No início, cheguei a acreditar. A ano e me[...]
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CARAMEL — Nadine Labaki

Ás vezes vou cortar o cabelo e a barba, mas não tive ainda a doce experiência de o fazer no salão de beleza de Madame Layale, Madame Nisrine e Madame Rima. Ali a técnica para fazer desaparecer os afloramentos capilares é uma mistura de açúcar com água e limão em caramelo. Essa técnica é uma metáfora da vida vista sem desespero mas com intensidade, às vezes doce, ainda que com dor, e às vezes amarga ainda que sem fatalismo, tudo se dissolvendo na fluidez purificadora da água, da água que corre como um rio e é origem de novas vidas e de novos caminhos por entre estreitos e alargamentos.

Caramel é uma história de mulheres passada no Líbano onde se cruzam os dramas universais por que todos [...]
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sábado, 19 de abril de 2008

Pedro Bandeira Freire

Há dias, cansado de andar por cá desde 2 de Agosto de 1939, o Pedro Bandeira Freire foi-se embora. Saiu de campo como se fosse o John Wayne num filme de John Ford. Mão grande a acariciar o cotovelo, balançou um pouco o corpo robusto (“do melhor, fabricado antes da guerra”, dizia[...]
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CŒURS — Alain Resnais

“O inferno somos nós”, diz Charlotte (Sabine Azémas) a Lionel (Pierre Arditi). Corações que ardem por entre a neve e o frio da cidade mas que se contêm no limite do pudor. Vacilam, vão arriscando sem passar a linha da sua própria vergonha. Da vergonha da solidão. Que nos quer dizer Alain Resnais em Cœurs?

Que as mulheres actuam premeditadamente? Que os homens estão sempre à espera do que o destino lhes trouxer? Que as expectativas que temos nos outros são criações nossas, tão frágeis que um acaso as pode fazer desmoronar-se? E o regresso à solidão faz da vida uma dolorosa e desencantada espera pela morte dissolvente? Que não podemos verdadeiramente conhecer os outros? Que os corações ardem, mas a vida está sempre a apagá-los?[...]
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sexta-feira, 18 de abril de 2008

Ex pluribus quartum

Em resposta autónoma (que o Sporting também merece) ao excepcional post do Pedro Norton (o melão voador) e ao comentário aí deixado pelo Manel S. Fonseca, permito-me, também eu, este pequenino abuso.

É bem verdade, Ó Manel,
Que com taças a granel
O orçamento não estica.
No entanto, assumei de vez,
Depois deste cinco a três,
A desgraça do Benfica.

Pois se o Vale e Azevedo
Vos depauperou sem medo
Dos homens maus que há no Norte...
É o Filipe Vieira
Que a vós, sem eira nem beira,
Mantém em tão triste sorte.

Compra e vende jogadores,
De certo não os melhores,
Mas a vossa gente gosta!
E quando perde, lá vem,
Chamar de "filho da mãe"
O árbitro e o Pinto da Costa.

Ora, com tal presidente,
Espantada[...]

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quinta-feira, 17 de abril de 2008

Da Visão: Uma nomeação natural

Coelho na Mota Engil, Vara no BCP, Pina Moura na Media Capital, Ferreira do Amaral na Lusoponte, Dias Loureiro na Sociedade Lusa de Negócios, são apenas a ponta de um icebergue que, volta e meia, agita as águas insalubres da política portuguesa. Antes que a inevitável paz podre regresse, vale a pena dedicar ainda duas linhas ao tema. Até porque o verdadeiro problema é mais vasto, mais profundo e infinitamente mais perigoso. O icebergue tem nome. E o nome é o insuportável peso do Estado na economia.
Desenganem-se os mais ingénuos e poupem-se os frenéticos legisladores do costume. A coisa não vai lá com leis hipócritas sobre incompatibilidades. Nem sequer com a institucionalização dos lóbis. A menos que a ideia seja simplesmente a de acalmar a nossa consciência colectiva deixando o e[...]

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Do socialismo de Sócrates

Em diálogo com os últimos “posts” do Pedro Lains e do Martim Avillez Figueiredo e a propósito das medidas legislativas do Partido Socialista português relativas à família, pretendo aqui dizer duas ou três coisas sobre o socialismo de José Sócrates.
Ora, como dizia o Pedro Lains há uns quantos posts atrás: “o marxismo ainda não morreu”. É bem verdade. Julgo, aliás, que se há coisa que faz falta ao nosso velho e cansado Ocidente é tomar consciência da óbvia e muito marcada presença do marxismo no seu seio, tanto naquilo que tem de bom quanto naquilo que tem de mau – sendo que tem muito de ambos.
Do meu ponto de vista, porém, o principal é isto: a “descoberta”, feita pelo materialismo dialéctico, de que os modos de produção são o motor da história, e a consequente afirmação marxist[...]

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Melão voador

Escrevo do aeroporto em Bruxelas. E escrevo para quebrar uma regra. Mas o estoicismo tem limites. Ontem, a meio da viagem entre Lisboa e Bruxelas, um solícito comandante da TAP partilhou com os passageiros a felicidade imensa que lhe ia na alma: "O Sporting-Benfica está no intervalo e o Benfica ganha por 2-0". Palmas, suspiros de alívio, um "frémito divino" (para citar "le Fonseca").
Passei o resto da viagem a preparar a dúzia de sms que dispararia logo ä chegada. Benfiquismo primário "oblige". "Fica para a próxima"; "para o ano há mais" e outros mimos que nao ouso reproduzir.
O resto da história é facil de adivinhar. Vou processar a TAP.

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terça-feira, 15 de abril de 2008

A Fome, O Amor

O Pedro Lains escreveu este post louvável. A boa intenção é evidente e o que ele diz é de uma urgência indiscutível. Urgência que, chamo a atenção, existia já “quando eu era pequenino, acabado de nascer”. Gostaria de acreditar – e está na minha natureza optimista fazê-[...]
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A Origem do Mundo

Publicado ontem aqui.

Pode haver uma, mesmo dez imagens em cada rua. Não importa! A nudez feminina sempre nos provocará o mesmo soluço comovido e encantado. Digo isto num dia em que os jornais de todo o mundo esconderam a sua óbvia solidão noticiando mulheres nuas, a começar na foto benigna de Carla Bruni vendida por 58 mil euros.

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