O 7º de Cavalaria

As coisas não estão fáceis para os lados da Rua de São Caetano. Desde logo pelas razões óbvias: o PSD não resistiria a mais um delírio populista às mãos de Pedro Santana Lopes. Depois da sua aterradora passagem pelo governo e da experiência surreal que foi o Menezismo, o partido não aguenta mais uma aventura sem rumo, sem norte e sem senso que é tudo o que Santana tem para lhe oferecer. Não aguentaria o PS[...]
Pelas mais variadas razões, tenho assistido a apresentações de iniciativas do Governo. Choca-me de sobremaneira o lado feérico e histriónico da logística da apresentação. Ainda hoje - desta vez só pelos microfones da rádio - senti a parafernália de "comunicação" para o anúncio da Nova Alcântara. Passar-se-á isto, desta maneira e com estes contornos, nas restantes democracias europeias? Para anunciar uma medida, um programa, um plano será necessária tal mobilização de meios humanos e financeiros? E os jornalistas continuam a acreditar e a dar crédito a tal cenografia? Um pouco mais de parcimónia, algum sentido da contenção de gastos e a probidade respeitadora dos sacrifícios dos portugueses não justificariam outra atitude do Executivo? E não mereceria outra censura? Haverá projectos co[...]
...interesse aqui. Trata-se de uma polémica sobre um assunto que ainda é tabu na nossa sociedade, a saber: poder dizer-se que a economia portuguesa cresceu antes do Twenty-five - e bem - sem se ser acusado de direitolas proto-salazarista. É uma polémica séria e não se deve esquecer que dos dois lados há sempre um pouco de razão (embora pense que do meu lado está um pouco mais). Em retrospectiva, começa aqui.
Escreveram-me um comentário em que referiam as batatas, por referência ao 25 de Abril. Sem saberem, deram-me o mote para o presente.
Chamo-lhes histórias, porque sou eu a dar-lhes o tom, o contexto e o enquadramento. A mim contaram-me como factos. Ouvi-os de viva voz, pelos meus pais, avós, tios, primos e restantes parentes. Não os tenho por mentirosos e para além da sua boa-fé, de que não duvido, tive ocasião de ver fotos, a preto e branco, em que crianças, de olhos bem abertos, e pé descalço no chão, posavam para o fotógrafo que uma vez por ano visitava as aldeias. O que vou contar passou-se nas décadas de trinta até à década de sessenta do século xx. E passou-se em aldeias que distam de Lisboa 80 km. Nesse tempo, quem tinha o que comer, comia batatas. Só batatas. A minha avó, di[...]
Declaração de interesses: colaborei com Pedro Santana Lopes na CML e no Governo. Não sou do PSD.
Gostaria de ver na corrida Marcelo Rebelo de Sousa por estar convencida de que, cada vez que o professor tem responsabilidades, está à altura delas.
Aprecio o tom sem mácula política que Pedro Passos Coelho sugere. Mas gosto de fundamentar a esperança.
Vejo em Manuela Ferreira Leite uma oportunidade de discutir políticas com nível e de agregar pessoas parecidas. Temo a colagem com a imagem do Sócrates cobrador de impostos e o contraste desmerecedor com o Sócrates runner jovial.
Gosto de ver Alberto João Jardim mais envolvido na política nacional. A sua experiênc[...]
Há pouco mais de 500 anos, no dia 19 de Abril de 1506, alguém afirmou ter visto o rosto de Cristo iluminado sobre um dos altares da igreja do Convento de [...]
Saúdo a candidatura de Manuela Ferreira Leite.
Em primeiro lugar, por assumir o sentido de urgência que marca o momento político.
Em segundo lugar, por ter a óbvia [...]
Hoje nos noticiários das 7h da manhã renasceu a esperança cívica e política. Obrigado, Manuela Ferreira Leite.
O Geração de 60 reuniu ontem em plenário de trabalhadores, como é hábito, no pavilhão gimnodesportivo do Belcanto.
Foram aprovadas, por unanimidade, as seguintes resoluções:
1 - Saudar efusivamente o regresso do filho pródigo. Mais notícias sobre este tema num próximo post perto de si.
2 - Agradecer à Inês Dentinho a sua «firme resolução em escrever doravante o mínimo de um post por semana»
3 - Castigar, com requintes de malvadez, os ausentes do repasto de ontem. Por razões de decoro não será divulgada, para já, a lista de sanções aprovada que será comunicada individualmente. Mas o plenário quer sangue...
4 - Manter em vigor o clima de terror que, desde sempre, tem sido uma marca deste blog. A fasquia mínima é um post por semana. Não temos o cobrador do fraque mas [...]
Em resposta autónoma (que o Sporting também merece) ao excepcional post do Pedro Norton (o melão voador) e ao comentário aí deixado pelo Manel S. Fonseca, permito-me, também eu, este pequenino abuso.
É bem verdade, Ó Manel,
Que com taças a granel
O orçamento não estica.
No entanto, assumei de vez,
Depois deste cinco a três,
A desgraça do Benfica.
Pois se o Vale e Azevedo
Vos depauperou sem medo
Dos homens maus que há no Norte...
É o Filipe Vieira
Que a vós, sem eira nem beira,
Mantém em tão triste sorte.
Compra e vende jogadores,
De certo não os melhores,
Mas a vossa gente gosta!
E quando perde, lá vem,
Chamar de "filho da mãe"
O árbitro e o Pinto da Costa.
Ora, com tal presidente,
Espantada[...]
Coelho na Mota Engil, Vara no BCP, Pina Moura na Media Capital, Ferreira do Amaral na Lusoponte, Dias Loureiro na Sociedade Lusa de Negócios, são apenas a ponta de um icebergue que, volta e meia, agita as águas insalubres da política portuguesa. Antes que a inevitável paz podre regresse, vale a pena dedicar ainda duas linhas ao tema. Até porque o verdadeiro problema é mais vasto, mais profundo e infinitamente mais perigoso. O icebergue tem nome. E o nome é o insuportável peso do Estado na economia.
Desenganem-se os mais ingénuos e poupem-se os frenéticos legisladores do costume. A coisa não vai lá com leis hipócritas sobre incompatibilidades. Nem sequer com a institucionalização dos lóbis. A menos que a ideia seja simplesmente a de acalmar a nossa consciência colectiva deixando o e[...]
Em diálogo com os últimos “posts” do Pedro Lains e do Martim Avillez Figueiredo e a propósito das medidas legislativas do Partido Socialista português relativas à família, pretendo aqui dizer duas ou três coisas sobre o socialismo de José Sócrates.
Ora, como dizia o Pedro Lains há uns quantos posts atrás: “o marxismo ainda não morreu”. É bem verdade. Julgo, aliás, que se há coisa que faz falta ao nosso velho e cansado Ocidente é tomar consciência da óbvia e muito marcada presença do marxismo no seu seio, tanto naquilo que tem de bom quanto naquilo que tem de mau – sendo que tem muito de ambos.
Do meu ponto de vista, porém, o principal é isto: a “descoberta”, feita pelo materialismo dialéctico, de que os modos de produção são o motor da história, e a consequente afirmação marxist[...]
Escrevo do aeroporto em Bruxelas. E escrevo para quebrar uma regra. Mas o estoicismo tem limites. Ontem, a meio da viagem entre Lisboa e Bruxelas, um solícito comandante da TAP partilhou com os passageiros a felicidade imensa que lhe ia na alma: "O Sporting-Benfica está no intervalo e o Benfica ganha por 2-0". Palmas, suspiros de alívio, um "frémito divino" (para citar "le Fonseca").
Passei o resto da viagem a preparar a dúzia de sms que dispararia logo ä chegada. Benfiquismo primário "oblige". "Fica para a próxima"; "para o ano há mais" e outros mimos que nao ouso reproduzir.
O resto da história é facil de adivinhar. Vou processar a TAP.
Publicado ontem aqui.
Pode haver uma, mesmo dez imagens em cada rua. Não importa! A nudez feminina sempre nos provocará o mesmo soluço comovido e encantado. Digo isto num dia em que os jornais de todo o mundo esconderam a sua óbvia solidão noticiando mulheres nuas, a começar na foto benigna de Carla Bruni vendida por 58 mil euros.