A Liberdade está a passar por aqui
- A questão do Mapa Cor-de-rosa chegou à mesa do Rei dois meses depois de D. Carlos subir ao trono e teve como resposta uma uma acção diplomática assinalável durante os 18 anos seguintes que nos reabilitou a aliança inglesa, que seria vital contra os fortes interesses germânicos em África. Rui Ramos, autor da mais completa biografia de D. Carlos, considera que a questão do Ultimato já não tinha importância na opinião pública no dobrar do século XX. Do mesmo modo, as campanhas africanas durante este reinado contribuiram decisivamente para o alargamento substancial das fronteiras dos actuais países lusófonos.
- O Regicídio compromete quem o levou a cabo.
- As amantes do Rei são um assunto privado.
- E os adiantamentos à Corôa devem levar em consideração que cabia ao Rei, e não à Fazenda Pública como hoje, o sustento de todos as residências do Estado: Mafra, Vila, Pena, Belém, Ajuda, Necessidades etc.
Esta questão devolve-nos a Reguengos. D. Carlos herdou uma imensa Casa agrícola, na sua maioria hipotecada e abandonada,. Assumiu a sua gestão directa e, em poucos anos, rentabilizou as terras, retirando-lhes o estatuto de hipoteca; recuperou os montes; reabilitou os olivais e o montado de sobro conseguindo uma produção de azeite, vinho e cortiça ímpares; apurou gado e cavalos de raça. Numa palavra, constuiu um império agrícola com escala e controlo.
De tudo isto nos falou numa conferência João Ruas, do arquivo da Fundação da Casa de Bragança, quando a exposição itinerante sobre D. Carlos esteve em Évora. Estamos em Reguengos e agora também na Ovibeja. Para a semana, abre parte da exposição no Centro Nacional de Cultura, em Lisboa, com um novo ciclo de conferências recomendável. Preparamos o Congresso Internacional dos Mares Lusófonos em Setembro e um grande colóquio na Católica. Estivémos no Open do Estoril na semana passada e em Maio apuramos os melhores trabalhos escolares sobre o Rei num concurso nacional com valências em ficção, jornalismo e artes plásticas. Haverá ainda regatas em Sines e no Algarve e estaremos na Golegã mostrando o que o Cavalo Lusitano deve a D. Carlos, entre múltiplas iniciativas.
«Só se ama o que se conhece». E vale a pena conhecer este Rei e o seu reinado.
3 comentários:
Muito obrigado, Inez,
- por este toque feminino, ao mesmo tempo sereno e cheio de "virilidade" : sentimo-nos sempre fascinados, inseguros , MAS MELHORES, perante uma mulher inteligente.
Bem haja por este belo texto cheio de sensibilidade e bom-senso.
João Wemans
Vemos no Alentejo bons exemplos de preservação do património edificado. Penso que Vila Viçosa é outro bom exemplo. Quanto mais não seja para visitar o Paço, já visita se impunha. Gostava que mais portugueses conhecessem a sua existência e o visitassem. Quando é que a RTP se digna a fazer uns bons programas sobre roteiros para dar a conhecer o país e os passa em horário decente? Uma coisa desempoeirada e que dê gosto ver.
Estes post está mesmo a precisar de uma boa foto do Rei D. Carlos, não acha Inês?
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