segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Feliz 2008

... El año
No es menos vano que la vana historia.
Entre el alba y la noche hay un abismo
De agonias, de luces, de cuidados;
El rostro que se mira en[...]
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Do BCP a Derrida

Já tive, aqui e aqui, algumas conversas filosóficas (i.e, tão ociosas como saborosas) com o Gonçalo. O “affaire BCP” a ambos interessa e aos dois reclama tempo e conversa. Li
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domingo, 30 de dezembro de 2007

O BCP e o Novo Socialismo Capitalista



Antes de mais, devo dizer afigurar-se-me tão lamentável, senão mesmo escabroso, todo este episódio do BCP que não é sem relutâ[...]
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O pior de 2007

O balanço de 2007.

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O melhor de 2007

Não atribuído por falta de informação disponível…

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Balanço de 2007

Estou indeciso: Amanhã o País fecha para balanço? O País esteve fechado para balanço? Ou o País está fechado por causa do balanço?

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Do estritamente proibido ao estritamente desejado

Este post vai gerar muitos "hate-posts"...
Portugal tem expressões curiosas que reflectem atitudes ainda mais curiosas em relação às regras. Uma delas é o "estritamente proibido". Há o proibido e o estritamente proibido… Proibido não é bem proibido. Para isso temos o estritamente proibido! Como o proibido perdeu grande parte do seu valor entre nós (já não tem efeito dissuasor) foi necessário criar o estritamente proibido. Como os Estados que criam uma nova moeda quando a anterior se desvaloriza muito. A tolerância zero é a versão contemporânea e actualizada do "estritamente proibido" (mais de acordo com as tendências actuais de marketing). Mas a nova lei do tabaco introduz uma nova categoria: é proibido mas faça co[...]
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O filme do BCP

Convem lembrar – e foi o post do Gonçalo que me fez pensar nisso – que a imaginação do governo socialista é demasiado escassa para terem sido eles (Sócrates e os seus ministros) a inventar o “caso BCP”. Das caricatas Assembleias ao passeio justiceiro de Joe Berardo à Procuradoria da Repú[...]
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Parábola sobre o país que somos


À laia de contributo para as muitas explicações ainda em falta, não resisto ao relato de um passo da conversa entre Pedro Guerreiro e José Alberto[...]
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sábado, 29 de dezembro de 2007

O Último Estertor do Poder Financeiro Nacional?

O Presidente da República Portuguesa convoca a Administração do BCP para audiência. Exactamente para quê não se sabe mas, parece legítimo pressupor, para um «puxão de orelhas» e exortar, essencialmente, ao respeito sempre muito devido ao excelente Governador do Banco de Portugal.

O excelente Governador do Banco de Portugal, enchido de brios, toma conta do assunto , decide quem deve mandar no BCP e, pelo meio, sete anos depois, em conjunto com a muito douta CMVM, compreende que, afinal, nem tudo irá bem pelo Reino do Banco mais Português de Portugal, e manda investigar...

A Administração do BCP, com o respeitinho devido ao Presidente da República, ao Governador do Banco de Portugal e sabe-se lá a quem mais, acata respeit[...]
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Os dogmas de Camille

Se não se importam, dêem um saltinho aqui, mas também aqui, e leiam. A tese é de Camille Paglia e resume-se nestes pontos a que eu acrescento alguma flor de sal local:
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sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Uma Maddie vale mais que mil imagens?...

A campanha de Portugal nas páginas do New York Times...
Já agora, teoricamente a campanha que é em inglês foi feita para a imagem internacional de Portugal, mas enche as páginas da nossa imprensa. Alguém quer responder a esta questão: porque estaremos nós cheios de publicidade a nós mesmos? Podem escolher uma destas opções ou propor alternativas):
  1. Para nos orientarmos (sabermos que estamos na costa oeste)?
  2. Para aprendermos inglês?
  3. Para nos vermos como achamos que os outros nos vão ver a nós (o nosso passatempo favorito)?P[...]
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O Estado Camaleão

Os problemas com o BCP recordam-nos, mais uma vez, que privatizar e mercado são duas coisas diferentes. Privatizar sem mercado regulado é apenas uma delegação do poder público no sector privado. Nem o poder público nem o poder privado são, em si mesmos, necessariamente malignos ou benignos. Têm aliás mais semelhanças do que podemos imaginar (basta lembrar o famoso estudo de Coase que via nas empresas a primeira forma de hierarquia no mercado). Ambos promovem formas de acumulação de poder e ambos têm (ou devem ter) mecanismos de controlo sobre essas formas de poder (no mercado é normalmente a concorrência e a regulação que a assegura de forma apropriada; no Estado são os mecanismos de escrutínio político e controlo democrático e financeiro). H[...]
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O destino trágico de Benazir Bhutto

Benazir Bhutto, a primeira mulher a chefiar o governo de um estado islâmico, foi assassinada por um terrorista. Um atentado suicida repugnante em que morreram 16 pessoas. Por mais que achemos o acto cobarde, nenhuma indignação lhes devolverá a vida. A democracia, se era já uma hipótese remota, ficou agora ainda mais longe do Paquistão.
O presidente Musharraff não escapa à sus[...]
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quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Beijos que se perdem

Suspeito que estou a converter-me num perigoso anti-consumista. Com excepções, mas anti-consumista quand même. A suspeita avolumou-se nesta quadra de boa-vontade. Tive algumas saudades de mais Natal e menos prendas. Para ser sincero soube-me melhor a lareira acesa do que a elástica e ubíqua generosidade do Pai Natal. Nem sequer estou a ser ingrato: as simples conversas, sem trincheiras nem terrenos[...]
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O BCP da Crise

1. Enquanto que os nossos analistas se preocupam com a ASEA, a Lei do tabaco, a falta de autoridade de Estado nas escolas e o excesso de autoridade de Estado no Fisco, o País vai mudando. Tanto que podem acontecer as coisas que aconteceram com o BCP, fruto de mercados financeiros altamente desenvolvidos.

2. Enquanto que Mário Soares se entretém a dar prémios, Cavaco Cilva serve o prato frio da vingança e mostra o charme discreto das presidências silenciosas. É difícil não acreditar que o início da solução do problema tenha sido a reunião que houve em Belém. E o tempo escolhido não podia ser melhor: a solução está a cair numa época em que todos estão distraídos com algo mais importante.

3. Cavaco Silva fez o que aparentemente Vítor Constâncio – ou melhor, o vice-governado[...]

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terça-feira, 25 de dezembro de 2007

De novo, em Belém...





Este ano fui a Belém. Desse dia, lembro tudo. A emoção inteira do lugar.
Mas, hoje, à distância de muitos quilómetros e vários meses, por alguma razão, lembro, em especial, o peregrino solitário que, indiferente a tudo e a todos, se aninhara a escassos metros da estrela polida de beijos, junto da pedra que simboliza o suposto local da manjedou[...]
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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Belém, a.D. 2007

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O Maquiavel de Alijó



Nem Sócrates é Lourenzo di Medici, nem eu sou (hélas!) Niccolò Machiavelli. Mas se eu tivesse a imensa fortuna de ser consultado pelo nosso Primeiro Ministro e se este me pedisse conselho sobre a forma de manter e engrandecer o seu iluminado poder, dir-lhe ia uma coisa muito simples: «controla os media e a banca; por esta ordem e sem contemplações; tudo o resto vai a[...]
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Amigos dos Amigos

A Rocinha é a maior favela do Brasil. Mais e melhor, a Rocinha é a maior favela da América Latina, território da multidão dos danados e ofendidos das classes D/E do Brasil. Fernando Cancian, repórter especial da Folha de São Paulo, descreve aqui como foi “autorizado” a entrar na favela para assistir a u[...]
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domingo, 23 de dezembro de 2007

Laicidade positiva, em nome das raízes cristãs


Cónego honorário de São João de Latrão, Nicolas Sarcozy recebe o legado que remonta a Henrique I[...]
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sábado, 22 de dezembro de 2007

Orquestra Sinfónica do Iraque - "two shots for happy"

Por muito que nos espante existe uma Orquestra Sinfónica do Iraque e, toquem os sinos no céu, funciona. Este pequeno prodígio merece uma saudação especial e faz-me regressar ao espírito de celebração da bondade, optimismo e beleza que prometi, aqui e
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sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Elegia para um passaporte

400 milhões de europeus podem, agora, viajar livremente de Portugal à Estónia, da Finlândia à Grécia. Schengen alastrou-se a um território de 3,6 milhões de quilómetros quadrados. Liberdade e expansão que, sem rebuço ou hesitação, saúdo.
Mas tenho no bolso, encostado ao coração, o meu passaporte e não me atrevo a dar-lhe a notícia. Não é do pé para a mão que se liquida uma relação de décadas.
A primeira v[...]
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

II. Diane de Poitiers, Ivan Cloulas, Fayard, 1997

Afinal, todos têm um pouco de razão. Diane não é um símbolo de libertação feminina. Não mudou de forma majestosa o curso da História, não é essencial conhecê-la para sermos felizes. É evidente.

Mas a perda de Diane não deixa de ser significativa do mundo em que vivemos. Uma sociedade que admira uma Diane é uma sociedade que é capaz de admirar. Só por isso deve ser objecto de admiração. E duradouramente. Só por isso merece a nossa duradoura admiração. E admirar a beleza, o que convenhamos é dos melhores motivos que conheço para suscitar a admiração. É uma sociedade lúcida, não puritana, amante da vida e da extraordinária riqueza que a vida nos pode oferecer.

Porque, convenhamos, a beleza é sempre um superávite. Um estafermo pode ser saudável, perf[...]
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Duas mulheres

Há poucas imagens na pintura ocidental tão enigmáticas como esta.

Lembrei-me deste quadro anónimo (atribuído à escola de Fointainbleau) ao ler o post anterior em que se louvam as virtudes de Diane de Poitiers, amante de Henrique II, rei d[...]
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I. Diane de Poitiers, Ivan Cloulas, Fayard, 1997


Duas coisas estão fora de moda: os paradigmas franceses e as grandes figuras míticas da História. Deixo a primeira questão para outras núpcias, mas at[...]
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terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Sócrates, um herói de plástico? De plástico duro.




Sabem quem é Jean Quatremer? Um jornalista francês. Do Libération. Especialista em assuntos europeus.
Ora, Jean Quatremer foi convidad[...]
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Referendo? Não, obrigado.

Correndo os riscos inerentes a qualquer simplificação pode dizer-se que o ideal populista renasce na história moderna, pela mão de Jean Jacques Rousseau para quem ninguém era inteiramente livre a menos que participasse directa e continuamente na construção da comunidade em que se encontra inserido. Rousseau escreveu no seu Contrato Social que «No instante em que uma pessoa aceita ser representada perde toda a sua liberdade». Era de resto precisamente isso que criticava no sistema parlamentar inglês. Dos ingleses dizia aliás com desprezo que viviam na ilusão da liberdade. «São livres apenas durante o acto do voto para os representantes do Parlamento. Uma vez estes eleitos tornam-se escravos, não são nada».
Numa versão eventualmente menos radical o ideal populista aparece também, naq[...]

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O Prémio Pessoa 2007

O mercado dos livros em Portugal está em grande transformação, sobretudo nos últimos cinco anos. As mudanças traduzem-se na consolidação de grupos de editoras, distribuidoras e livrarias, e em investimentos avultados de grupos financeiros dinâmicos. E são bem visíveis no crescimento das livrarias e do público. Só as estatísticas não mostram isso porque as instituições públicas em torno do negócio (INE, associações de editores, institutos do livro, etc.) continuam num confrangedor atraso.

Este movimento de expansão tem um outro lado. Trata-se da grande procura de autores por parte das editoras. Há um campo onde essa busca tem sido muito profícua: o dos livros de História. Lembro-me de três editoras mais dinâmicas neste campo. São elas o Círculo de Leitores/[...]
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25 de Dezembro - Dia Mundial do Comércio

Não sei bem o que me leva a mim, agnóstico, determinista e pecador, a sofrer pelo desaparecimento do presépio. O Pai Natal não tem graça: parece um fanático do Benfica com pouca higiene alimentar. De resto, quantas casas em Portugal, com lareira, para o obeso entupir? A história do Natal prende-se com o nascimento, esperança sempre renovada, milagre da existência ainda por explicar. Paz aos homens de boa vontade. Pobre menino Jesus, poucos se lembram do seu dia de anos.

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domingo, 16 de dezembro de 2007

Liberais Equívocos

Dos promotores iniciais do Compromisso Portugal, António Carrapatoso é quem tem mantido uma mais constante actividade de intervenção cívica, como o próprio, por certo, preferirá afirmar, surgindo múltiplas vezes como comentador convidado nos mais diversos debates televisivos, integrando grupos de «sábios» de análise e monitorização da evolução política e económica da nação e, com igual regularidade também, dando à estampa artigos de opinião política, com particular destaque para a revista Atlântico, como sucede, uma vez mais, no recente número de Dezembro.
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sábado, 15 de dezembro de 2007

Viva Verdi



Para «épater le bourgeois» (no caso em apreço, «moi-même») até podia ter servido. Mas a verdade é que foi fraco, muito fraco o Rigoletto que na segunda feira passada abriu a temporada lírica do S. Carlos. A crítica foi, em geral, demolidora. Blogoesfera incluída (exemplos aqui,
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sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Noches de Ronda

Há um tempo para todas as coisas. Eu perdi, a propósito dos "Led Zeppelin", o tempo para atacar a provocação do Pedro Norton e o comentário de requintado connaisseur do Gonçalo
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Morte verde



Al Gore pode morrer descansado. Chegou o EcoPod, o primeiro caixão totalmente biodegradável. Dissolvem-se rapidamente e ainda alimentam a terra com os seus ingredientes ricos em nutrientes. Ah! E vem às cores!

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Imagens que dizem palavras


Depois de umas semanas de ausência regresso com uma sugestão para candidato a filme do ano: O Assassinato de Jesse James pelo Cobarde Robert Fo[...]
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quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Da Visão: Privacidade e Segurança

Não é preciso ler os clássicos do Liberalismo para saber que privacidade e segurança são dois valores que raramente andam a par. Basta que o digam os cidadãos do Mundo Ocidental que, desde Setembro de 2001, têm assistido a uma invasão progressiva mas implacável da sua esfera de privacidade em nome da luta contra o terrorismo global. Estou aliás absolutamente convencido que nem só de Guantánamo e Abu Ghraib se fará, quando a poeira assentar, a história dos atropelos aos valores liberais perpetrados durante estes últimos anos. Muito mais exemplos, só aparentemente comezinhos e inofensivos, se invocarão então para descrever, com um nexo que se tornará bem evidente, esta decadência da civilização que um dia proclamou a inviolabilidade de certos direitos individu[...]
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Loira Burra?


«A modelo brasileira Gisele Bündchen, 27, teria colocado como condição para aceitar um contrato a garantia que de que não seria paga em dólares, segundo o tablóide britânico "The Sun". Em vez da moeda americana, Gisele pediu que o pagamento fosse realizado em euros. O contrato em questão seria o anúncio para a marca de xampu». in Folha Online
Ao contrário do que possa parecer este não é um simples fait-divers.[...]
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Portugal Visto do Finantial Times

Finantial Times de 13 de Outubro de 2007
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Mudanças

Em 1992, tinha um carro com matricula de Florença e vivia em Madrid. Quando os dinamarqueses votaram em referendo contra a ratificação do Tratado de Maastricht pus no carro o símbolo DK em apreço pelo voto dinamarquês. Tanta mistura europeia e tanto cepticismo.

Ontem de manhã passei pelo alto do Parque Eduardo VII, como passo quase todos os dias, e gostei de ver lá uma bandeira gigante da União Europeia, no lugar normalmente ocupado pela bandeira nacional. Também gosto da ideia do Tratado de Lisboa que se assina hoje, assim como da ideia de ele ser ratificado rapidamente, sem referendos, isto é.

Não há dúvida de que houve aqui uma grande transformação no meu pensamento, mas devo dizer que não sei bem o que me fez mudar de ideias. Será que fiquei mais conservador? Será qu[...]

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quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Contra o totalitarismo


Para quem não leu, no domingo passado, a entrevista de D. Manuel Clemente, bispo do Porto, à revista Pública, proponho esta passagem:
A ú[...]
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