I. Diane de Poitiers, Ivan Cloulas, Fayard, 1997
Duas coisas estão fora de moda: os paradigmas franceses e as grandes figuras míticas da História. Deixo a primeira questão para outras núpcias, mas ataco a segunda.
Todos nós sabemos que não existe essa coisa das grandes figuras históricas, ou pelo menos foi o que aprendeu a massa nas escolas. Certezas rapidamente fabricadas e mal digeridas, bem longe de ser neutras ideologicamente. No dia em que alguém me souber citar os vizinhos de Beethoven e que fizeram eles de relevante, poderei então pôr como hipótese debater essa tese tonta.
Diane de Poitiers pertence ao pequeno leque de mulheres que são conhecidas pela sua beleza, e que, estando descentradas na sua época, conseguem ao mesmo tempo ser o centro dela. Caso semelhante apenas o da imperatriz Sissi, que via as ideias liberais e progressistas com algum agrado.
Diane é o símbolo da beleza. Mais: da beleza eterna. Até ao fim da vida permaneceu como símbolo de beleza. Facto espantoso, não apenas o de a ter mantido, mas de igualmente não passar de moda.
É o símbolo da mulher desportista, que cuida de si, da sua alimentação, do seu exterior, do seu corpo, mas também não destituída de cultura. Nesse aspecto é a antecessora e o paradigma da mulher dita moderna.
Amante de um rei (Henrique II) de França não foi apenas pela sua beleza que lhe poude manter o afecto. História de amor duradoura, indesmentida.
Amante de um homem mais novo, que por ela se enamorou perdidamente. Também nisso moderna, seja o que isso for.
Detestada pela esposa legítima, mais hábil politicamente; mas no fundo Diane de Poitiers largou a política não por falta de capacidade, mas de interesse e de poder.
E no entanto, Diane é malquista na nossa época. Esquecida pelos ignorantes. Mas já sabemos que os ignorantes são distraídos, que pisoteiam tudo, e não sabem destrinçar o valioso do irrelevante. Esquecida pelos cultores de uma História pseudo-científica que se esquece tão-somente dos seres humanos, pequeno pormenor a evitar. Não muito bem vista pelas feministas, que não vêem com agrado uma mulher que depende de um homem e com base nele fez a sua glória.
Todos nós sabemos que não existe essa coisa das grandes figuras históricas, ou pelo menos foi o que aprendeu a massa nas escolas. Certezas rapidamente fabricadas e mal digeridas, bem longe de ser neutras ideologicamente. No dia em que alguém me souber citar os vizinhos de Beethoven e que fizeram eles de relevante, poderei então pôr como hipótese debater essa tese tonta.
Diane de Poitiers pertence ao pequeno leque de mulheres que são conhecidas pela sua beleza, e que, estando descentradas na sua época, conseguem ao mesmo tempo ser o centro dela. Caso semelhante apenas o da imperatriz Sissi, que via as ideias liberais e progressistas com algum agrado.
Diane é o símbolo da beleza. Mais: da beleza eterna. Até ao fim da vida permaneceu como símbolo de beleza. Facto espantoso, não apenas o de a ter mantido, mas de igualmente não passar de moda.
É o símbolo da mulher desportista, que cuida de si, da sua alimentação, do seu exterior, do seu corpo, mas também não destituída de cultura. Nesse aspecto é a antecessora e o paradigma da mulher dita moderna.
Amante de um rei (Henrique II) de França não foi apenas pela sua beleza que lhe poude manter o afecto. História de amor duradoura, indesmentida.
Amante de um homem mais novo, que por ela se enamorou perdidamente. Também nisso moderna, seja o que isso for.
Detestada pela esposa legítima, mais hábil politicamente; mas no fundo Diane de Poitiers largou a política não por falta de capacidade, mas de interesse e de poder.
E no entanto, Diane é malquista na nossa época. Esquecida pelos ignorantes. Mas já sabemos que os ignorantes são distraídos, que pisoteiam tudo, e não sabem destrinçar o valioso do irrelevante. Esquecida pelos cultores de uma História pseudo-científica que se esquece tão-somente dos seres humanos, pequeno pormenor a evitar. Não muito bem vista pelas feministas, que não vêem com agrado uma mulher que depende de um homem e com base nele fez a sua glória.
1 comentários:
Sim, Diane ainda é malquista, em nossa época, especialmente pelos moralistas e puritanos de plantão. A maioria prende-se no detalhe “a amante do rei”, como se isso fosse alguma vergonha, e se esquecem de analisar o conjunto do que foi a vida e a atuação de Diane, inclusive para a história da França.
Sim, Diane de Poitiers, queiram ou não admitir, governou a França conjuntamente com Henri II. Ele, inclusive, deve à ela quase tudo o que aprendeu, além do apoio irrestrito.
Seu casamento com Catarina de Médici foi meramente político e sem amor.
Os desavisados deveriam estudar mais.
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