quarta-feira, 31 de outubro de 2007
terça-feira, 30 de outubro de 2007
5 notas 5 filmes (em cartaz)
Trata-se de um filme entre o documentário e a recriação encenada da música, cruzando relações tipológicas e cruzando a produção tipicamente televisiva com a cinematográfica. Para quem gosta de Fado pode fechar os olhos e ouvir. Para quem não gosta, a realização não vai induzir esse gosto. Ou seja, não é teledisco mas também não é cinema. Ou antes, pode ser também cinema porque no cinema cabem toda a forma e tipologia de registo. Dizemos é que, neste filme, o cinema enquanto cinema de autor, não se revela. O registo do Fado sobrepõe-se-lhe sempre. Fica o prazer, apesar de tudo cinematográfico, de espreitar, no caso, Oulman e Amália a comporem uma interpretação.
The Innerlife of Martin Frost de[...]
Zero vírgula vinte e cinco porcento
Ontem foi um verdadeiro momento de serviço público na RTP, como diria o Pedro Norton. Só vi uma parte pequena do programa, quando estavam os presidentes de dois bancos portugueses a olhar para Joe Berardo com curiosidade e, no fundo, a apreciarem a atitude e a ciência negocial desse génio do nosso mundo empresarial (confesso que tenho uma especial admiração por Berardo – e não por causa da sua colecção de arte).
Não saberemos se foi alguém de um dos bancos que telefonou para a RTP e disse: - “Minha senhora, estaria interessada em fazer um programa sobre uma proposta de negócio muito importante para o País e em que estarão presentes A, B e C?” Ou se foi a RTP que teve o rasgo de convidar alguns dos principais protagonistas de um grande negócio em projecto para fazer o programa e[...]
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Da verdade e da mentira em política
domingo, 28 de outubro de 2007
Che Che Che
Longe da Pátria, tudo à Pátria sempre apela, não como necessidade física de aí estar ou aí sempre ter permanecido, mas como inexorável necessidade de permanecer ligado, intelectualmente ligado, como permanente necessidade, imperativa necessidade de incarnação Pátria.
Longe, natural o redobrado ímpeto de regressar ao «Geraç[...]
A Pobreza
sábado, 27 de outubro de 2007
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
IV. Roger Scruton, England, Chatto & Windus
A sua visão é a de um voyeur que repete lugares comuns sobre imagens que lhe vinham de classes que lhe eram superiores. A sua nostalgia é a de um[...]
Quem tem Pipi tem tudo
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
III. Roger Scruton, England, Chatto & Windus
Em primeiro lugar a distorção inglesa. Quem Scruton descreve não é o inglês de sempre, mas apenas um inglês pós-victoriano, eduardino, georgiano. Em boa verdade os victorianos estavam demasiado ocupados a criarem os valores vitorianos para se deixar guiar por eles. Foram as gerações seguintes que acreditaram nesses valores ao ponto de estar em perpétua revolta contra eles. Wilde, Shaw, Russell, Huxley, o grupo de Bloomsbury, os Webb são nesse sentido bem mais representa[...]
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Como nunca se viu
Quando o que parece não é
II. Roger Scruton, England, Chatto & Windus
A grande cultura inglesa nunca foi antieuropeia. Sem a França, metade das obras de Shakespeare seriam inexistentes, sem a Itália perdiam-se pelo men[...]
Status quo
João Miguel Tavares escreve sobre o sindroma do "prove-se", frequentemente utilizado, entre nós, para impedir qualquer crítica no espaço público. A verdade é que, como bem lembra JMT, as regras do espaço público não são (nem devem ser) as regras de um Tribunal. É preciso distinguir entre o fazer acusações ou levantar suspeitas acerca de certas pessoas e as críticas de carácter institucional ou sistémico (mes[...]
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
I. Roger Scruton, England, Chatto & Windus
domingo, 21 de outubro de 2007
Do Che a Sócrates com paragem no país de Sarkozy
O intróito justifica a ausência de mais de duas semanas (da qual, reconhece o meu amarrotado ego, ninguém se queixou), e autoriza-me a comentar ao retardador as anti-semanas que vivi sem bytes, se é que viver sem bytes ainda se pode chamar viver.
Supresa, o
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Sonhando com o mercado
Imaginemos um mundo em que como limite ao mercado as questões de defesa fossem aceites. A Organização Mundial do Comércio, essa fonte do liberalismo regulado (!), não teria competência quando estivessem em causa questões relativas à defesa.
Porque nesta questão há duas soluções possíveis: ou também na defesa o mercado rege a coisa ou não. Se se considera que o mercado não a pode reger, porque as exigências de transparência são contraditórias com a defesa, então teremos que é sonegado ao mercado o sufrágio nas questões de defesa.
Neste mundo inventado, em que a defesa não é regida pela regulação internacional do mercado, quais seria[...]
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Da Visão: O Che vive
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
O BCP de pernas para o ar
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
O mundo sem transcendência
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Saudades da Cortina de Ferro
Tenho de escrever 2.500 palavras sobre agricultura na Europa, no período de 1950 a 2000, para um trabalho em conjunto com outros dois autores que se vão ocupar da indústria e dos serviços. De repente, vejo-me com um quadro em que aparecem dados sobre a Eslováquia, a Ucrânia, a Geórgia, a Albânia e a Turquia. E tenho de dizer algo sobre estes países. Isto dantes não era assim. Para escrever sobre a Europa bastava escrever sobre o RU, a Ale[...]
Turcos e americanos
Perceberam desde há alguns anos que é aliado pouco fiável, com a população mais visceralmente anti-americana de entre os seus aliados e com as elites (nacionalistas e islamistas confundidos) menos amantes dos americanos.
As máquinas de propaganda, pelo seu peso, têm uma grande inércia e é evidente que a máquina diplomática e institucional dos americanos favorável à Turquia não cederá facilmente.
O que me interessa aqui realçar são no entanto dois aspectos:
a) O desfasamento entre os esbirros dos americanos favoráveis a adesão turca à Uni[...]
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Eu voto Roth
A decisão de atribuir o Nobel da Literatura a Doris Lessing «corresponde a pura correcção política». A sua «obra dos últimos 15 anos é ilegível». Trata-se de «ficção científica de 4ª ordem».Não sou eu que o digo. É Harold Bloom (que nestas coisas, dizem, tem um pouco mais de autoridade do que este vosso blogger).
Resta-me registar, para memória futura, que se me tivessem convidado para fazer parte do júri eu teria votado Roth. E a Academia Sueca talvez tivesse evitado fazer esta triste figura. Para a próxima não se esqueçam.
Jackpot neurótico
«Luís Filipe Menezes e Pedro Santana Lopes estiveram reunidos quarta-feira à noite, num jantar que resultou num acordo de entendimento de colaboração institucional entre ambos quanto à estratégia a seguir pelo PSD. Segundo fonte junto do líder social-democrata, este acordo resulta de uma série de coincidências de pontos de vista quanto ao futuro do partido» TSF -11.10.07
Bem me queria parecer que havia «coincidência de pontos de vista». O PSD que se cuide.
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
De esquerda, ainda?
Tormenta sobre a Zarzuela
Para acabar de vez com o serviço público
Devo confessar que tenho a maior admiração por muitos dos membros do actual Conselho de Administração da RTP. Não apenas porque me parece inegável que o trabalho desenvolvido em prol do saneamento das contas da televisão do Estado tem sido, no essencial, altamente meritório. Mas porque conheço o seu perfil e não me custa a acreditar que, estes administradores em concreto, se tentem constituir como uma barreira contra eventuais tentativas de ingerência dos poderes políticos na política editorial da RTP.
Infelizmente já não posso dizer o mesmo da maioria dos membros deste governo. José Sócrates e os seus ministros já deram provas mais do que suficientes de que têm um fraquinho irreprimível pelo controlo da informação e que não morrem de amores pelos nobres ideais da liberdade de impr[...]
terça-feira, 9 de outubro de 2007
II. É Sarkozy atlantista?
A construção europeia é por definição uma construção frágil, que carece de uma vontade permanente. A alternativa é a desagregação ou a guerra civil. A União Latina foi bom exemplo do primeiro fenómeno, a guerra civil americana bom exemplo do segundo.
Se há um elemento de inércia de movimento, no que respeita à integração económica, já no que respeita à integração política, simbólica, de defesa, a questão é bem mais complexa. A Europa não é os Estados Unidos. Tem muito mais densidade e diversidade histórica, muito mais densidade humana, de sentimento, de diferenciações.
Uma política americana que vise fragilizar a Europa acaba por se virar contra os Estados Unidos. A longo prazo a União Europeia é a uma entida[...]
Prós e Contras
Confesso que me interessa menos o caso específico da "pequena Esmeralda", do que as razões inconscientes, de base biológica, que levam as pessoas a formar um juizo ou emitir opinião. No debate televisivo, quase todos, de forma insana, evocavam o supremo interesse da criança, que uma vez "criada" no meio de uma família adoptiva, estabeleceria ligações afectivas de uma força identica á de uma criança que cresce com os seus pais biológicos, e cuja rotura levaria a traumas emocionais irrreversiveis. Que fazer então com uma criança raptada, que vive durante 10 anos com a família do raptor a quem chama mãe e pai, uma vez descoberta e identificada a família "verdadeira"?. Absurda a comparação, dir-se-ia, porque evidentemente existe uma diferença fundamental entre a legitimidade de uma famíl[...]
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Vida Inteligente
I. É Sarkozy atlantista?
Qual a política americana para a Europa nos últimos quarenta anos, politica essa que tem sido aboborada pelo último governo americano? Desenvolve-se em várias linhas:
1) Impedir a união política, a integração da defesa, mantendo apenas a integração económica
2) Instigar a criação de uma Europa multicultural
3) Impor a adesão turca, que produz os dois anteriores efeitos
4) Abrir as fronteiras da Europa p[...]
domingo, 7 de outubro de 2007
APL: Defender o Indefensável
Há muitos anos que Lisboa não é uma cidade simpática para tomar ar. Quando era miúdo, passar um fim-de-semana na cidade era um sinal de alguma chatice. O bom era sair para os vários sítios que havia – e de alguma forma ainda há – nos arredores. Ficar em Lisboa era sinal de ficar entretido em casa com alguma coisa, visitar amigos, também em casa. Não havia virtualmente nenhum lado para onde se pudesse ir apanhar ar. As excepções eram o Jardim Zoológico e as aulas de patins, famosas nesses anos 60, e a Feira Popular, nada de muito excitante e só alguns meses por ano. Só lá para o Restelo as coisas mudavam um bocado, mas isso também já era fora de Lisboa. Nessa altura, não sabia, mas sei hoje: tudo isto contrasta com algumas capitais europeias onde há muitos parques e jardins e aproxima [...]
sábado, 6 de outubro de 2007
O mundo sem espelho
É claro que, o que hoje se chama ciência no sentido popular em que é utilizado não é mais que uma vox populi do materialismo e, por isso, com observações não universais, induzem-se hipóteses não necessárias, confirmadas em experiências viciadas para concluir ilusões como corolários. A estru[...]