quarta-feira, 31 de outubro de 2007

La Nuit Sexuelle: Two Shots for Happy

Eu não estava lá. Eu não estava lá na noite em que fui concebido.
Sobre esta fa[...]
(mais)

terça-feira, 30 de outubro de 2007

5 notas 5 filmes (em cartaz)

Fados de Carlos Saura

Trata-se de um filme entre o documentário e a recriação encenada da música, cruzando relações tipológicas e cruzando a produção tipicamente televisiva com a cinematográfica. Para quem gosta de Fado pode fechar os olhos e ouvir. Para quem não gosta, a realização não vai induzir esse gosto. Ou seja, não é teledisco mas também não é cinema. Ou antes, pode ser também cinema porque no cinema cabem toda a forma e tipologia de registo. Dizemos é que, neste filme, o cinema enquanto cinema de autor, não se revela. O registo do Fado sobrepõe-se-lhe sempre. Fica o prazer, apesar de tudo cinematográfico, de espreitar, no caso, Oulman e Amália a comporem uma interpretação.

The Innerlife of Martin Frost de[...]
(mais)

Zero vírgula vinte e cinco porcento

Ontem foi um verdadeiro momento de serviço público na RTP, como diria o Pedro Norton. Só vi uma parte pequena do programa, quando estavam os presidentes de dois bancos portugueses a olhar para Joe Berardo com curiosidade e, no fundo, a apreciarem a atitude e a ciência negocial desse génio do nosso mundo empresarial (confesso que tenho uma especial admiração por Berardo – e não por causa da sua colecção de arte).

Não saberemos se foi alguém de um dos bancos que telefonou para a RTP e disse: - “Minha senhora, estaria interessada em fazer um programa sobre uma proposta de negócio muito importante para o País e em que estarão presentes A, B e C?” Ou se foi a RTP que teve o rasgo de convidar alguns dos principais protagonistas de um grande negócio em projecto para fazer o programa e[...]

(mais)

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Da verdade e da mentira em política

No Público de ontem, António Barreto escreve sobre a mentira como virtude política. Diz ele que a mentira, a fria mentira transformou-se em instrumento de governo. Se em tempos houve má consciência, agora as coisas mudaram: mentir é possível, simples e necessário. Sem remorsos nem correcção.
Só em Portugal, e no nosso passado recente, mentiu-se nos impostos, no emprego, nas pensões e abonos, nos referendos. Continuando a citar, mentiu Durão Barroso, mentiu e mente Sócrates.
Mas não apenas. Mente-se mundo fora. E, aí, a guerra do Iraque, conclui António Barreto, foi mesmo o paroxismo: nesse quadro, as mentiras de Bush e Blair transformara[...]
(mais)

domingo, 28 de outubro de 2007

Che Che Che

Peculiar, muito peculiar, o modo de ser dos portugueses, povo de sonho, bruma e longínqua distância, como se apenas pelo sonho, na longínqua distância, entre brumas, verdadeiramente pudesse, como se apenas na longínqua distância, entre brumas, verdadeiramente real o sonho seja. Sim, ninguém mais senão um português, um autêntico português, poderia ter escrito «quero-te para sonho, não para te amar».

Longe da Pátria, tudo à Pátria sempre apela, não como necessidade física de aí estar ou aí sempre ter permanecido, mas como inexorável necessidade de permanecer ligado, intelectualmente ligado, como permanente necessidade, imperativa necessidade de incarnação Pátria.

Longe, natural o redobrado ímpeto de regressar ao «Geraç[...]
(mais)

A Pobreza


Referi, no meu post anterior, o artigo de João Pereira Coutinho sobre a polémica causada pelas declarações do cientista James Watson, sustentando que os brancos são mais inteligentes do que os pretos. Mas o “Expresso” tem, esta semana, outros acrescidos motivos de interesse.

A curta entrevista de John Horgan, autor [...]
(mais)

sábado, 27 de outubro de 2007

Plebeus e Elitistas


Outra machadada dialéctica na minha vida. Leitor e admirador de Scruton, descubro que lê-lo, e agora editá-lo, foi pura perda de tempo. Quem, elevando-me de arrasto lá para o céu, “somewhere among the clouds above”, me fez ver cá em baixo a dura[...]
(mais)

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

IV. Roger Scruton, England, Chatto & Windus

É evidente que Scruton afirma que em última análise apenas conta uma história. Uma história sobre os ingleses, ou melhor sobre a Inglaterra. É verdade que reconhece que a grande cultura inglesa, como todas as outras é afinal cosmopolita, embora não tenha a lisura de reconhecer que, mais que cosmopolita é europeia, dado que a imensa maioria de nomes que cita são, e não por acaso europeus. Mas o que reconhecer é incompleto. Pretende fazer um elogio e para isso conta um história. Como a conta mal, o elogio fica coxo. Há coisas bem mais belas a dizer sobre a Inglaterra que as que a low middle class consegue dizer.

A sua visão é a de um voyeur que repete lugares comuns sobre imagens que lhe vinham de classes que lhe eram superiores. A sua nostalgia é a de um[...]
(mais)

Quem tem Pipi tem tudo




"O serviço público de televisão vai integrar dois novos canais, dedicados ao público infanto-juvenil e ao conhecimento, e que deverão ser lançados até 2011, segundo o projecto do contrato de concessão hoje apresentado pelo Governo. O serviço público deverá ainda integrar, segundo o projecto, dois canais generalistas de sinal aberto, dois canais regionais de sinal aberto, dois canais [...]
(mais)

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

III. Roger Scruton, England, Chatto & Windus

Se bem virmos, Scruton usa uma estratégia que é a mais banal para quem fala da Inglaterra, seja para a elogiar seja para a vilipendiar. Esta estratégia é de quádrupla distorção: do que é a cultura inglesa, do que é o mito francês, a cultura continental e o sabor do mediterrâneo.

Em primeiro lugar a distorção inglesa. Quem Scruton descreve não é o inglês de sempre, mas apenas um inglês pós-victoriano, eduardino, georgiano. Em boa verdade os victorianos estavam demasiado ocupados a criarem os valores vitorianos para se deixar guiar por eles. Foram as gerações seguintes que acreditaram nesses valores ao ponto de estar em perpétua revolta contra eles. Wilde, Shaw, Russell, Huxley, o grupo de Bloomsbury, os Webb são nesse sentido bem mais representa[...]
(mais)

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Como nunca se viu

Todos os dias as bichas intermináveis de adultos e adolescentes na Rua da Escola Politécnica sugerem o sucesso da exposição «O Corpo Humano como nunca se viu».
«Ver é saber» diz a promoção do evento que amanhã fecha as portas depois de ter deixado entrar mais de 150 mil pessoas que hoje saberão mais porque viram.
Em nove galerias temáticas puderam conhecer «de uma forma invulgar» os ossos, músculos e órgãos do corpo humano, tal como eles são, escalpados e embalsamados, exibindo o esqueleto e os sistemas nervoso, respiratório, digestivo, urinário, circulatório e reprodutivo. A iniciativa propõe-se ser «potencialmente pedagógi[...]
(mais)

Quando o que parece não é


As referências são importantes. Muito mais importantes do que se julga. Assumidas como verdades subliminares,[...]
(mais)

II. Roger Scruton, England, Chatto & Windus

A ligação que Scruton faz entre o elitismo e anti-europeísmo, elitismo e contenção sexual é assim arbitrária sob o ponto de vista lógico, mas explicável sob o ponto de vista social. Por mais inteligente que seja um plebeu, o elitismo cai-lhe mal, fica-lhe deslocado. O elitismo em corpo plebeu parece sempre fraque alugado. Nos Buddenbruck Thomas Mann tinha razão ao dizer que a aristocrata campestre que só sabia falar de vacas era melhor que os patrícios Buddenbruck. Estava mais adequada ao que era, mais integrada no fluxo do tempo, por pouco intelectualmente interessante que fosse.

A grande cultura inglesa nunca foi antieuropeia. Sem a França, metade das obras de Shakespeare seriam inexistentes, sem a Itália perdiam-se pelo men[...]
(mais)

Status quo

Num só dia, o DN traz-nos dois excelentes (e pequenos!) artigos de opinião que, sendo bem diferentes no estilo e no tema, têm algo em comum: identificam duas das principais razões pelas quais Portugal é um país onde manda o status quo.
João Miguel Tavares escreve sobre o sindroma do "prove-se", frequentemente utilizado, entre nós, para impedir qualquer crítica no espaço público. A verdade é que, como bem lembra JMT, as regras do espaço público não são (nem devem ser) as regras de um Tribunal. É preciso distinguir entre o fazer acusações ou levantar suspeitas acerca de certas pessoas e as críticas de carácter institucional ou sistémico (mes[...]
(mais)

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

I. Roger Scruton, England, Chatto & Windus


Há autores que vemos com maior ou menor simpatia. Scruton é-me simpático porque num meio ambiente de discursos delicodoces sempre é refr[...]
(mais)

domingo, 21 de outubro de 2007

Do Che a Sócrates com paragem no país de Sarkozy

Começo a encarar a informática com algum sentimentalismo. E falando disso, não sei porquê, a coisa puxa muito ao gerúndio. Com e-mail se mata, sem e-mail se morre. Um crash no “pc” da gente e cobre-nos a mesma angústia que destilávamos quando, na adolescência, se acabavam os amores de Verão. Os jovens sem amor de Nelson Rodrigues descambaram, hoje, nuns patéticos adultos sem Internet: os esbugalhados de Silicon Valley.
O intróito justifica a ausência de mais de duas semanas (da qual, reconhece o meu amarrotado ego, ninguém se queixou), e autoriza-me a comentar ao retardador as anti-semanas que vivi sem bytes, se é que viver sem bytes ainda se pode chamar viver.
Supresa, o
(mais)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Sonhando com o mercado

Façamos um exercício de ficção política.

Imaginemos um mundo em que como limite ao mercado as questões de defesa fossem aceites. A Organização Mundial do Comércio, essa fonte do liberalismo regulado (!), não teria competência quando estivessem em causa questões relativas à defesa.

Porque nesta questão há duas soluções possíveis: ou também na defesa o mercado rege a coisa ou não. Se se considera que o mercado não a pode reger, porque as exigências de transparência são contraditórias com a defesa, então teremos que é sonegado ao mercado o sufrágio nas questões de defesa.

Neste mundo inventado, em que a defesa não é regida pela regulação internacional do mercado, quais seria[...]
(mais)

quinta-feira, 18 de outubro de 2007


Fui atraído pela possibilidade de ouvir Michael Nyman e a sua banda ao vivo mas saí fascinado por uma obra cinematográfica: O homem[...]
(mais)

Da Visão: O Che vive



Por mais improvável que isso possa parecer, devo confessar que tive a minha fase «guevarista». Nunca fui de esquerda (será defeito?) mas deixei-me seduzir pelo charme do revolucionário idealista que Korda imortalizou. A coisa não teve consequências de maior se descontarmos a experiência inesquecível que constituiu a viagem que fiz (bem antes do filme de Walter Salles) pelos caminhos que um dia Ernest[...]
(mais)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O BCP de pernas para o ar


No início de Setembro, para minha grande indignação e para grande indiferença do resto do Mundo, o Público noticiou que Joe Berardo teria vendido as suas acções da PT ao fundo de pensões do BCP (gerido por Castro Henriques) para assim financiar a compra de acções do próprio BCP e reforçar a equipa de apoiantes de Paulo Teixeira Pinto. Agora rebenta no Expresso o escândalo do perdão da dívi[...]
(mais)

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O mundo sem transcendência

Entre amigos, ouvi, recentemente, um comentário que me fez reflectir. Falava eu da Filosofia Portuguesa e de alguns dos seus epígonos. Senti, por parte dos meus interlocutores, uma expressão de reserva. Interpolando-os sobre a razão dessa reserva, exprimiram um sentimento (porque não se tratava de um pensamento) de desagrado dizendo que tinham vagamente lido alguma coisa mas não os tinha prendido e, nestas coisas, esclareceram, é preciso ser cativado, atraído, ter empatia. Para mim pensei: a Filosofia Portuguesa não é atraente. Se os livros destes autores fossem apresentados na televisão talvez tivessem a audiência que assim não conseguem ter. Não é de estar, não obstante, interessado em tornar a filosofia portuguesa numa literatura de ideias televisivas, ne[...]
(mais)

Che Guevara


(mais)

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Saudades da Cortina de Ferro


Tenho de escrever 2.500 palavras sobre agricultura na Europa, no período de 1950 a 2000, para um trabalho em conjunto com outros dois autores que se vão ocupar da indústria e dos serviços. De repente, vejo-me com um quadro em que aparecem dados sobre a Eslováquia, a Ucrânia, a Geórgia, a Albânia e a Turquia. E tenho de dizer algo sobre estes países. Isto dantes não era assim. Para escrever sobre a Europa bastava escrever sobre o RU, a Ale[...]

(mais)

Turcos e americanos

Desde há muitos anos que digo que os Estados Unidos iriam mudar a sua política de complacência em relação à Turquia.

Perceberam desde há alguns anos que é aliado pouco fiável, com a população mais visceralmente anti-americana de entre os seus aliados e com as elites (nacionalistas e islamistas confundidos) menos amantes dos americanos.

As máquinas de propaganda, pelo seu peso, têm uma grande inércia e é evidente que a máquina diplomática e institucional dos americanos favorável à Turquia não cederá facilmente.

O que me interessa aqui realçar são no entanto dois aspectos:
a) O desfasamento entre os esbirros dos americanos favoráveis a adesão turca à Uni[...]
(mais)

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Eu voto Roth

A decisão de atribuir o Nobel da Literatura a Doris Lessing «corresponde a pura correcção política». A sua «obra dos últimos 15 anos é ilegível». Trata-se de «ficção científica de 4ª ordem».Não sou eu que o digo. É Harold Bloom (que nestas coisas, dizem, tem um pouco mais de autoridade do que este vosso blogger).
Resta-me registar, para memória futura, que se me tivessem convidado para fazer parte do júri eu teria votado Roth. E a Academia Sueca talvez tivesse evitado fazer esta triste figura. Para a próxima não se esqueçam.

(mais)

Jackpot neurótico

«Luís Filipe Menezes e Pedro Santana Lopes estiveram reunidos quarta-feira à noite, num jantar que resultou num acordo de entendimento de colaboração institucional entre ambos quanto à estratégia a seguir pelo PSD. Segundo fonte junto do líder social-democrata, este acordo resulta de uma série de coincidências de pontos de vista quanto ao futuro do partido» TSF -11.10.07
Bem me queria parecer que havia «coincidência de pontos de vista». O PSD que se cuide.

(mais)

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

De esquerda, ainda?


Vale a pena ler.

A propósito do novo livro de Bernard-Henri Lévy - «Ce grand cadavre à la renverse» -, discute-se a actualidade da Esquerda, a possibilidade e o sent[...]
(mais)

Tormenta sobre a Zarzuela

Uma semana no País Basco dá-me o pulso, a cada minuto, da maior crise institucional que a Espanha vive desde a morte de Franco em 75, passando pelo golpe militar de 23 de Janeiro de 1981.
A queima de fotografias dos Reis, em Girona, por meia dúzia de jovens radicais nacionalistas da Catalunha, a alguns metros de um acto oficial presidido por Juan Carlos, foi o rastilho para uma guerra de palavras e iniciativas de sinal contrário que, 32 anos depois, transforma a discussão do Regime na primeira e mais abundante discussão na rua, nas antenas e nos jornais do País.
A recusa de um voto de repúdio pelo Parlamento catalão transportou a questão da rus de Girona, do plano criminal para o plano político. Em unís[...]
(mais)

Para acabar de vez com o serviço público

Devo confessar que tenho a maior admiração por muitos dos membros do actual Conselho de Administração da RTP. Não apenas porque me parece inegável que o trabalho desenvolvido em prol do saneamento das contas da televisão do Estado tem sido, no essencial, altamente meritório. Mas porque conheço o seu perfil e não me custa a acreditar que, estes administradores em concreto, se tentem constituir como uma barreira contra eventuais tentativas de ingerência dos poderes políticos na política editorial da RTP.
Infelizmente já não posso dizer o mesmo da maioria dos membros deste governo. José Sócrates e os seus ministros já deram provas mais do que suficientes de que têm um fraquinho irreprimível pelo controlo da informação e que não morrem de amores pelos nobres ideais da liberdade de impr[...]

(mais)

terça-feira, 9 de outubro de 2007

II. É Sarkozy atlantista?

Continuemos.

A construção europeia é por definição uma construção frágil, que carece de uma vontade permanente. A alternativa é a desagregação ou a guerra civil. A União Latina foi bom exemplo do primeiro fenómeno, a guerra civil americana bom exemplo do segundo.

Se há um elemento de inércia de movimento, no que respeita à integração económica, já no que respeita à integração política, simbólica, de defesa, a questão é bem mais complexa. A Europa não é os Estados Unidos. Tem muito mais densidade e diversidade histórica, muito mais densidade humana, de sentimento, de diferenciações.

Uma política americana que vise fragilizar a Europa acaba por se virar contra os Estados Unidos. A longo prazo a União Europeia é a uma entida[...]
(mais)

Prós e Contras

Confesso que me interessa menos o caso específico da "pequena Esmeralda", do que as razões inconscientes, de base biológica, que levam as pessoas a formar um juizo ou emitir opinião. No debate televisivo, quase todos, de forma insana, evocavam o supremo interesse da criança, que uma vez "criada" no meio de uma família adoptiva, estabeleceria ligações afectivas de uma força identica á de uma criança que cresce com os seus pais biológicos, e cuja rotura levaria a traumas emocionais irrreversiveis. Que fazer então com uma criança raptada, que vive durante 10 anos com a família do raptor a quem chama mãe e pai, uma vez descoberta e identificada a família "verdadeira"?. Absurda a comparação, dir-se-ia, porque evidentemente existe uma diferença fundamental entre a legitimidade de uma famíl[...]

(mais)

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Vida Inteligente



Feche os olhos. Imagine que a televisão não existe. Imagine que a Casa Pia nunca aconteceu, que a Maddie não desapareceu e que o Benfica não está em crise. Imagine que o tempo parou. E imagine uma revista para lhe fazer companhia nos longos serões da eternidade. Uma revista onde pode encontrar um panegírico de Epicuro, uma dissertação sobre a importância das casas de botões nos fatos masculinos, as[...]
(mais)

I. É Sarkozy atlantista?

Os opositores de Sarkozy tentaram vender a imagem de que este era mais um vendido aos americanos. Facto curioso, mas infelizmente comum, muitos observadores externos, geralmente pró-americanos, viram com alegria o mesmo “facto”. Entristece a uns e alegra a outros a mesma mistificação.

Qual a política americana para a Europa nos últimos quarenta anos, politica essa que tem sido aboborada pelo último governo americano? Desenvolve-se em várias linhas:
1) Impedir a união política, a integração da defesa, mantendo apenas a integração económica
2) Instigar a criação de uma Europa multicultural
3) Impor a adesão turca, que produz os dois anteriores efeitos
4) Abrir as fronteiras da Europa p[...]
(mais)

domingo, 7 de outubro de 2007

APL: Defender o Indefensável

Há muitos anos que Lisboa não é uma cidade simpática para tomar ar. Quando era miúdo, passar um fim-de-semana na cidade era um sinal de alguma chatice. O bom era sair para os vários sítios que havia – e de alguma forma ainda há – nos arredores. Ficar em Lisboa era sinal de ficar entretido em casa com alguma coisa, visitar amigos, também em casa. Não havia virtualmente nenhum lado para onde se pudesse ir apanhar ar. As excepções eram o Jardim Zoológico e as aulas de patins, famosas nesses anos 60, e a Feira Popular, nada de muito excitante e só alguns meses por ano. Só lá para o Restelo as coisas mudavam um bocado, mas isso também já era fora de Lisboa. Nessa altura, não sabia, mas sei hoje: tudo isto contrasta com algumas capitais europeias onde há muitos parques e jardins e aproxima [...]

(mais)

sábado, 6 de outubro de 2007

O mundo sem espelho

Numa época em que predominam as análises é de desconfiar que se esteja a rodear um problema e a evitar encará-lo. É, também, comum identificar problemas e tentar resolvê-los com análises espúrias que só os irão agravar e nunca resolvê-los. Neste caso, esconde-se por detrás de uma suposta e incipiente cientificidade uma intenção manipuladora que, induzindo um bom senso social (o que será isso), infecta as mentalidades ingénuas ou distraídas.

É claro que, o que hoje se chama ciência no sentido popular em que é utilizado não é mais que uma vox populi do materialismo e, por isso, com observações não universais, induzem-se hipóteses não necessárias, confirmadas em experiências viciadas para concluir ilusões como corolários. A estru[...]
(mais)