Pensar a ideologia do fazer
Acontece que agir sem pensar é impensável ou nunca deu bons resultados (como lembrou Alan Filkenkraut uma das mentes mais livres e notáveis do actual espaço público francês). É verdade que Fra[...]
Excelente a entrevista de de Sérgio Rodrigues a Mariano Gago. É tão difícil fazer os portugueses compreender ideias simples sobre educação.
A minha vida universitária foi muito rica de contactos e experiências, mas o que dela resta são apenas ideias simples. A primeira é de que a educação se baseia em três pilares: 1) Na existência de "role-models" que sirvam de émulo e estímulo 2) Que o mérito seja recompensado 3) Que a incúria, o desleixo e a incompetência sejam punidos na mesma medida em que o mérito é recompensado. Parágrafo ùnico destas regras:a) Que os cargos vitalícios sejam excepcionais, (curiosa a expressão portuguesa de "ocupar um lugar"...). b) Que haja direito a uma segunda oportunidade para quem falha.
Isto quanto à Educação. Quanto ao Ensino, partilho o aforismo de[...]
A ideia de fundir o PSD com o CDS/PP é uma enormidade no plano ideológico e um verdadeiro «tiro no pé» no plano táctico. Dispenso-me de comentar a questão ideológica. Não é preciso ter-se grande cultura política para se perceber que, no plano dos princípios, existe um abismo entre um partido de pendor reformista que se reclama herdeiro da social-democracia e um partido democrata-cristão e profundamente conservador como é o CDS. Arrisco-me a dizer que, nesse mesmo plano dos princípios, mais sentido faria fundir o PSD com um PS rendido à «terceira via», como é hoje indubitavelmente o PS de Sócrates.
No plano táctico a fusão seria absolutamente suicidária. Desde logo porque um PSD com vocação de poder só tem a ganhar com um posicionamento «ao centro» que só pode ser-lhe garantido pela[...]
O bom senso aconselha a que não se façam prognósticos antes do jogo. Na semana passada, na Visão, infringi as regras e arrisquei uns «palpites». Agora são as regras da modéstia que me aconselham a não voltar ao assunto. Mas a verdade é que, se não for eu, ninguém terá a caridade de lembrar a humanidade que este obscuro cronista acertou em toda a linha. Aqui fica a prova:
«A dois dias das eleições intercalares, a única coisa que parece certa é que «depois de Lisboa nada ficará na mesma». Desde logo nada ficará na mesma no governo do país. A menos que António Costa arranque uma maioria confortável de última hora, as eleições autárquicas na capital marcarão oficialmente o início da campanha para as legislativas de 2009. Com mais de metade da legislatura cumprida, com um alast[...]
A ideia de convidar o Dr. José Miguel Júdice para coordenar a zona ribeirinha de Lisboa é bizarra a vários títulos:
- Porque são conhecidos os interesses do advogado na hotelaria pelo que o convite soa a «raposa no galinheiro»
- Porque, ao contrário, não se lhe conhece um currículo de gestor
- Porque o advogado, ex-PSD, se converteu misteriosa e recentemente aos encantos de António Costa
- Porque o convite foi anunciado pelo convidado e não pelo convidante
- Porque o foi a meio da campanha para a CML
Pode ser que eu esteja acometido de uma febre esquerdista que me faz delirar com teorias da conspiração, mas que isto cheira mal, cheira...
Faço quase todos os dias um esforço por comprar o jornal. Muitas vezes só dá para uma leitura de 5 minutos e por isso dou por mim a pensar que é um desperdício de papel. Mas como acredito que a qualidade só será aumentada pelo mercado, isto é, com maiores vendas, lá faço o meu gesto diário de escuteiro. Acontece que às vezes não percebo o que vem lá escrito e as campanhas que lá se desenvolvem. Esta última, contra uma comissão de regulação, então, é para mim verdadeiramente enigmática. Confesso que também não tive paciência para a ler. Alguém ajuda a explicar o que se passa? Mesmo que a tal entidade esteja a funcionar muito mal - o que é quase certo, atendendo a que são jornalistas a controlar jornalistas - justifica-se esta campanha por um jornal que tem de ser de referência? Se quer[...]
Quando o meu irmão João deixou os EUA, uma amiga americana, disse-me, com alguma perfídia: "preferiu ser um peixe grande numa lagoa pequena, a ser um peixe pequeno numa lagoa grande". Digo com maldade, porque é minha convicção profunda, que do ponto de vista profissional, (e ela sabia-o), seria sempre um peixe grande, admitindo, contudo, que o seu impacto na sociedade americana fosse menos notado. Este é o dilema de muitos de nós, "estrangeirados". A inteligência traz, consigo, uma obrigação ética. A questão é onde fazê-la florescer, criar, produzir, colhendo, em simultâneo, os benefícios materiais e de reconhecimento da sua utilidade e originalidade. "Fazes cá falta", diziam-me alguns dos meus amigos mais benévolos. No entanto, eu sabia que o terreno onde poderiam crescer, no seu má[...]
Não posso, como imaginam, deixar passar o post do Nuno Lobo Antunes sem resposta. Mas não se pense que estou em desacordo com o essencial do que diz. É inteiramente verdade que, regra geral, a qualidade do jornalismo que se pratica em Portugal é fraca. E é fraca por várias razões.
Desde logo porque na vertigem da criação de novos cursos para tudo e mais alguma coisa, algumas almas caridosas «inventaram» cursos de jornalismo e de comunicação social que na prática só tem servido para dispensar os jornalistas de frequentar licenciaturas «sérias». Tempos existiram em que os jornalistas estudavam história ou filosofia e em que aprendiam o essencial da técnica jornalística (porque é de uma simples técnica que se trata) com «as mãos na massa» e devidamente enquadrados por colegas mais vel[...]