sexta-feira, 27 de julho de 2007

I. É Sarkozy populista?

Depois da desoladora mediocridade da maioria dos políticos da década 1995-2005 surgem algumas surpresas. Algumas delas bem discretas, vêm dos países do Centro e Leste europeus. Por vezes de pequenos países ocidentais. Em movimentos cuja importância ideológica se menospreza, mas que estão destronar o enfadonho, rotineiro e pouco imaginativo império bem pensante, bem como o reforço mais ou menos visível de extremos, não ideológicos, mas estratégicos (pessoas que votam nos extremos, mas igualmente em partidos moderados consoante os momentos).

Em França os dois fenómenos mais curiosos são Bayrou e Sarkozy. Na Alemanha há outro fenómeno, Merkel, que mereceria bem mais atenção. Mas fiquemos pela França.

Bayrou e Sarkozy partilham aspectos em comum. Afastados ambos da “langue de bois”, do tecnocratês, do politicamente correcto, ambos se expressam com opiniões fortes, próximas dos problemas como são sentidos pelo comum dos cidadãos. Ambos têm convicções fortes, um talvez mais cristão (Bayrou), outro mais pagão (Sarkozy), na sua visão do mundo, mas ambos fortemente europeus nas suas convicções.

Mas tendo ganho Sarkozy as eleições, fiquemo-nos por Sarkozy. Este tem sido atacado de populismo. Talvez mais ainda porque corria o risco de ganhar as eleições e mais tarde as ter ganho.

Ora já vimos que o populismo se caracteriza pela grosseria e pelo irrealismo das soluções. Mais importante que saber se ele é efectivamente populista há que ver em primeiro lugar porque é acusado de tal.

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