sábado, 31 de janeiro de 2009

Os trabalhos e os dias

Venho só marcar o ponto de Janeiro. Para além de pessoalíssimos humores, mais ou menos radicais, que até a mim intimidam, tenho estado técnica e invulgarmente ocupado. Faço a lista das minhas culpas, cheio de ciúmes do quality time que estas coisas me roubaram:
Tive um affair com este filme que, entretanto, já me trocou por mais de 200 mil espectadores.

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O tampão

A experiência profissional de dez anos, em dois planos distintos, até porque também sou trabalhadora dependente, as novas questões económicas, das empresas, e os seus reflexos sociais, temáticas como o desemprego ou os novos conceitos como a flexisegurança e a deslocalização, fazem-me sobretudo questionar paradigmas.
Que sentido e qual a valia de um edifício jurídico erigido sobre e para um modelo económico que mudou dramaticamente nas últimas décadas? Que dizer da realidade paralela dos milhares de trabalhadores falsamente independentes que não gozam de qualquer tipo de protecção? Como é possível que existam dois sectores - público e privado - com uma realidade tão díspar? Como é que se harmonizam os direitos dos trabalhadores com a realidade das empresas? Qual é hoje o papel do[...]

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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Casei...

...com uma politóloga, professora de Ciência Polítca e agora tambérm blogger. Isto agora ainda vai fiar mais fininho. Lá em casa estamos sempre de acordo.

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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Da Visão: Baton na Cueca




Em tempos, em pleno Senado Brasileiro, um político pediu a palavra, sacou de uma pilha de documentos que alegadamente seriam a prova cabal da existência de um escandaloso esquema de corrupção e gritou, a alto e bom som: «Isso aí, seus deputados, isso aí é baton na cueca!». O episódio, delicioso como por vezes é a política brasileira, voltou-me à memória, adivin[...]
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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Ai, Deus, e u é?

Temos nós aprendemos na escola as flores de verde pino do rei D. Dinis.

Ai, flores, ai, flores do verde pino
--- Ai, flores, ai, flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo?
Ai, Deus, e u é?
Passa-se o mesmo com a base de dados das aquisições públicas. Queremos aceder a ela. Quer[...]
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O que eu sei sobre as mulheres


Espantosamente, a Ana Sousa Dias achou que eu deve[...]
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Só sei que nada sei

Tenho lido o que se tem escrito, ouvido tv, sobre o caso Freeport.

Quem tem responsabilidades públicas, políticas, diz o que tem de dizer, que a justiça fará o seu trabalho. Ou não comenta. Parece-me bem e o adequado face ao caso.

No entanto, nos outros casos, jornais, comentadores, opiniadores, parece-me que deixam escapar uma questão fundamental: a natureza da corrupção, e sobretudo a de grande escala, a forma como opera.

Estas pessoas têm da corrupção uma ideia cinéfila: uma conversa explícita, comprometedora, de preferência gravável, uma mala cheia de dinheiro. Tal e qual como no filme português Call Girl. Tudo muito óbvio e para a posteridade. Provas, muitas e para todos os gostos e todos os ordenamentos jurídicos.

Agora, por causa disso, nos media pro[...]

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Pentimento: "A Troca"

O mais recente Clint Eastwood a estrear em Portugal é uma desilusão. Não belisca o lugar de Clint (já pus moedas num parquímetro de Carmel, a terrinha pacata junto ao Pacífico da qual o senhor foi "mayor", portanto posso tratá-lo assim) entre os grandes directores americanos vivos, ao lado de Coppola, Scorsese, John Sayles, Spielberg, Woody Allen e Michael Mann. Mas Eastwood é, entre todos, o que melhor continuou, actualizando, (os outros revolucionaram, e Eastwood - e Sayles - não são de revoluções, são de reformas) a tradição do cinema clássico americano, nascido em 1929 e morto por volta de 1960 (Godard, Antonioni, Cassavettes e Karel Reisz carregaram o caixão).
"A Troca", baseado num caso que ab[...]
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Só me faltava mais esta!

Parece hoje muito certa aquela afirmação de Montaigne, que diz: «Não há menos tormento no governo de uma família do que no de um Estado intei[...]

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Um bom exemplo

Os americanos vão poder acompanhar a implementação do American Recovery and Reinvestment Plan, mal este seja aprovado pelo Congresso. Um exemplo a seguir na Europa. Ler mais aqui.

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A Democracia é o que fazemos dela

Ainda a propósito do post anterior e do comentário da Sofia Rocha: a sociedade civil anglo-saxónica é muito exigente face ao poder politico.
Dois exemplos de hoje:
O jornal Washington Post lançou esta manhã um excelente site Who Runs Washington que permite conhecer em detalhe oos membros do Governo, Congresso, Agências Federais, etc.
Nesta fase de lançamento, a criação dos textos sobre cada um das personalidades é da responsabilidade do jornal. Numa segunda fase, serão os próprios leitores a produzir e editar os textos, numa lógica de wiki moderado.
Aqui no Reino Unido, uma iniciativa governamental para restringir o acesso público às despesas dos deputados acaba de [...]

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"Open Government"

Uma das primeiras directivas do Presidente Obama, em linha com a sua candidatura. Open Government é a Democracia liberal no Século XXI. Transparência, participação, poder descentralizado. O paradigma da colaboração, da criação colectiva, da “wikipedia” e do “open source”, aplicados a politica. Não é de democracia directa que estamos a falar, é de melhor democracia representativa.
Bons sinais vindos do outro lado do Atlântico.

MEMORANDUM FOR THE HEADS OF EXECUTIVE DEPARTMENTS AND AGENCIES

THE WHITE HOUSE

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III. Apagamento e intensificação

É comum a intensificação ser vista como uma forma de cobardia, e muito mais heróica a aceitação quase estóica do apagamento. Tudo acaba, temos a coragem de o assumir. Mas a verdade é que tanto o apagamento como a intensificação suscitam medo. Não é mais corajoso quem aceita o apagamento. Pode-se mesmo dizer que a intensificação coloca bem maiores problemas, bem maiores medos.

Que sejamos finitos acaba no fundo por ser rotina. A vida ensina-nos que as coisas acabam. Que acabe de quem gostamos é doloroso, mas que nós acabemos mostra que esse sofrimento é também ele finito. Desemboca-se no comodismo. Muito mais assustadora é a intensificação. Estamos muito mais mal preparados para ser eternos que para acabar. E o tédio da infinitude, da eternidade, a admis[...]
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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Generation Gap

Nos anos oitenta, nas aulas de inglês do liceu, ouvi pela primeira vez a expressão "Generation Gap". Esta era usada essencialmente para tipificar o comportamento dos jovens rebeldes dos anos sessenta que, de melena, ou guedelha, ouvindo os Beatles, desfiavam a autoridade paterna.
Era fácil perceber o conceito e nunca mais pensei no conceito, até agora.
Há poucos dias li Marcelo Rebelo de Sousa a dar as boas vindas aos clube dos sexagenários a Pacheco Pereira. Vi o Mário Crespo a entrevistar Alberto João Jardim, ambos a dizerem que já tinham essa idade. Poderia acrescentar Miguel Júdice, António Barreto, Manuel Alegre, tantos outros.
Essa circunstância, mais do falar dessa pessoas - ouço-os, leio-os, concordo ou discordo do que dizem, do que escrevem - mostra-me uma sociedade [...]

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Cinco cêntimos afrancesados

A preocupação nacional com os números entende-se. Para muitos podem ter uma expressão muito complexa, quando falamos em percentagens e milhões que, pela sua grandeza, não conseguimos imaginar.
Sugiro por isso um exercício simples, ao alcance de qualquer um.
Quem passar por estes dias na Av. Fontes Pereira de Melo, na zona das Picoas, poderá ver dois mupis de uma cadeia nacional de hipermercados - do Continente, passe a publicidade.
Talvez por ter trabalhado na distribuição comercial alimentar, me interesse tanto por este sector de actividade. Todavia, é consensual que é um sector de grande peso na economia nacional e muito sensível às variações do poder de compra:factura muitos milhões, emprega muita gente.
Com crise ou sem ela ninguém deixa de comer, diz-se. Mas será mesm[...]

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II. Apagamento e intensificação

O vulgo toma por relativismo o que mais não é que necessidade de generalização. Quando estou no lado de baixo de uma rua, penso que a tenho de subir. Quando estou do lado de alto, penso que tenho de descer. É a minha situação que muda a tarefa e a perspectiva. Mas posso generalizar a coisa, e pensar que afinal é uma mesma rua, como uma mesma característica. É uma rua inclinada.

O verdadeiro relativismo não é generalização. É sempre uma desistência e uma forma de reaccionarismo. Não quero sair da minha situação, agarro-me a ela como verdade absoluta e digo que os da rua de cima serão tão legítimos quanto eu apenas por a sua verdade ser diversa.

O problema é que só se superam os relativismos pela generalização e esta implica rarefacção. Viver num m[...]
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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Portugal 2009 - descubra as diferenças


Comissão Europeia
a) novas
PIB -1,6%
Desemprego 8,8%
Inflação 1%
Défice orçamental* 4,6%

b) anteriores
PIB 0,1%
Desemprego 7,9%
Inflação 2,3%
Défice orçamental* 2,8%

"Economist"
PIB -2%
Desemprego 8,9%
Inflação -0,3%
Défice orçamental* 4,5%

OCDE
PIB -0,2%
Desemprego 8,5%
Inflação 1,3%
Défice orçamental* 2,9%

Governo
PIB -0,8%
Desemprego 8,5%
Inflação 1,2%
Défice orçamental* 3,9%

* em % do PIB

Nota: Ao contrário da regra, as difer[...]

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I. Apagamento e intensificação

A ciência das coisas últimas. Escatologia. Palavra que sofreu em inglês evolução semântica simultaneamente estranha e expectável. Indo às coisas últimas atacamos sempre terreno estranho, e daí que “escatológico” em inglês assuma hoje em dia estatuto semelhante ao “pornos”, ao porco. É evidente que o Apocalipse é o texto mais incómodo de entre os canónicos. Era de prever que algum dia, mais tarde ou mais cedo, se prestaria a inspirar sentidos menos próprios. Mas o mundo quântico não é menos estranho para o mundo quotidiano e tem no entanto uma respeitabilidade social hoje em dia bem maior no espaço público.

Reconheçamo-lo: estranho seria que os átomos se ligassem entre si por ganchinhos, como certo materialismo superficial do século XVIII e início do séc[...]
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sábado, 17 de janeiro de 2009

30.000 Expectativas


Há poucos dias aqui no blog, Carlos Jalali relembrava-nos o papel da gestão de expectativas.
Face aos números e percentagens de desempreg[...]

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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Valha-nos a Lapónia!

Em Janeiro de 1872, na sua Campanha Alegre, ao ano novo que então começava perguntava Eça de Queiroz o que traria à Pátria? E logo a seguir acrescen[...]

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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Da Visão: Esperança




Vivemos, é verdadeiramente redundante afirmá-lo, uma crise de confiança global. Em momentos como este, o valor da esperança é particularmente decisivo. Quaisquer que sejam as perspectivas que cada um de nós trace, quaisquer que sejam as receitas para vencer a crise que cada qual preconize, sem condições para gerar esperança não é possível iniciar o movimento de recuperação[...]
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O Contrato

Até 2004 vigorava um regime, no que à contratação pelo Estado diz respeito, em que quem para ele trabalhava tinha, grosso modo, a condição de funcionário público (legalmente previsto como regra); de agentes administrativos - mediante contrato administrativo de provimento - figura muito usada para contratar docentes, por exemplo; ou ainda como "contratado".
( Não vou referir aqui a prestação de serviços porque embora frequente não fazia parte do elenco das figuras admissíveis - mas a merecer tratamento autónomo noutras circunstâncias.)
Os "contratados" que a lei admitia como ultima ratio estavam ligados ao Estado por um contrato de trabalho. Contrato de trabalho idêntico ao contrato de trabalho previsto e regulado na Leis de trabalho ( maxime na Lei Geral de Trabalho) mas que t[...]

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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O Fim do Mundo


Olhamos para dentro e não para fora.
Centramo-nos em pequenos problemas do dia-a-dia destruindo árvores - sem cuidar da saúde da floresta.
Lutamos por [...]
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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Sainete

Quique Flores mora na esquina da rua Braancamp com a rua Castilho.

Quique Flores tem um guarda-redes como o Moretto.

Quique Flores tem um director desportivo que usa cachecol e conduz um Maserati.

Quique Flores tem por vizinho o 6º homem mais elegante do mundo .

Será um boa notícia para Portugal quando ele prosseguir a sua carreira por essa Europa que fala inglês e alemão.

Dirá que, haja o que houver, nós temos em Portugal, para dar e vender: estilo, sainete, salero! Hombre!

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Dicionário madeirense-português

" Úuuquéquetuquuueres? " - O que é que tu queres?

" Parabiêins " - Parabéns

" Deitar fôgo " - paixão assolapada pela pirotecnia que faz as pessoas lançarem foguetes na noite de fim de ano e quando estão felizes.

Posto isto, parabéns a todos os meus amigos madeirenses e ao meu filho madeirense pela vitória do Cristiano Ronaldo.

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Nível 18

Trabalhei uns anos na função pública.
Trabalhei uns anos em empresas privadas.
Nalguns sítios deixei saudades, noutros talvez menos. Houve festas de despedida, lembranças, discursos,lágrimas (só minhas).Contas acertadas, cartas de recomendação. Nos primeiros natais e aniversários ainda comunicamos com os antigos colegas, depois menos, até que fica apenas uma lembrança vaga - e que o bom senso recomenda que não se tente resgatar.

Nunca, nunca, depois de ter saído, depois das cartas, das contas feitas e das despedidas finais, me passaram para o nível 18.

E o que eu gostava de ter passado para o nível 18.

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Mistérios




O «Economist» desta semana espanta-se (elogiando) a pouca atenção que os media franceses têm dado ao mistério do «pai da filha da Ministra Dati». Para mim trata-se de um paradoxo sem resposta. Porque será que num país com os pergaminhos liberais do Reino Unido, um jornal liberal se espanta com a reserva que a Imprensa francesa observa sobre a vida p[...]
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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

IV. Les Indo-européens, Histoire, langues, mythes, Bibliothèque historique, Payot, Paris, 2005 Bernard Sergent

Façamos então o passeio turístico pela obra:
1) Como para Engels a superioridade dos brancos sobre os negros é evidente (40), o que mostra que o marxismo não foi fonte original do terceiro-mundismo, que é apenas uma das suas heresias; mais uma vez o que é esquerda e direita se mostra como distinção artificial. Também os radicais franceses (de “esquerda”) eram mais favoráveis à política de colonização que os monárquicos (de “direita”).
2) Grassmann (42), o grande matemático, como um dos colaboradores na indo-europeística, a mais matemática das ciências humanas; o que mostra mais uma vez que não há gavetas no saber; a indo-europeística tem sido o maior laboratório de ligação entre as ciências ditas humanas e as ditas exactas. Nesse sentido também[...]
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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Um mundo sem nexo


Leio na Visão, sob o extraordinário titulo “Rédea curta”, que “os cães perigosos estão a ser proibidos nos bairros camarários. Em[...]
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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Mário Soares


Mário Soares deu ontem uma entrevista à Sic-Notícias.

Ao vê-la é impossível não lhe chamarmos "animal político". Pode-se discordar de quas[...]

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Neues Geschäft


Embora utópica, anti-ecologica, colonialista, euro-centrica e imperialista, a megalomani[...]
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III. Les Indo-européens, Histoire, langues, mythes, Bibliothèque historique, Payot, Paris, 2005 Bernard Sergent

Mais uma vez: que leva povos a mudar a sua língua? Se é verdade o que se pensa hoje em dia, ou seja que os povos indo-europeus sempre foram minoritários demograficamente, não foi pela via demográfica que esta substituição ocorreu. Apenas pode ter sido por substituição de civilização. E se a marca dessa civilização é o trifuncionalismo, mais uma vez: que tem o trifuncionalismo que leve povos inteiros a mudar de língua?

O mistério continua para mim intacto. A verdade é que ocorreu. Desde o Atlântico até às fronteiras da China, o mais vasto império de um grupo de línguas foi nascendo: o das línguas indo-europeias. Porquê? Se de mera superioridade militar se tratasse, isso não levaria a mudança de língua. Fora meramente política o mesmo se diria. Mais uma v[...]
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Caçar com gato

1983, 1984, 1993 e 2003 foram os anos de contracção económica das últimas três décadas. Foram anos extraordinários.

Em 1984 os meus pais divorciaram-se.

A minha mãe, com a escolaridade mínima, fica com as duas filhas adolescentes para criar. Eu, a mais velha, tinha doze anos. Em sequência, decide abrir uma pequena loja de comércio de têxteis e de materiais de decoração. De início sem empregados, nem na loja nem em casa, habituou as filhas a ajudarem no sustento familiar estando na loja depois das aulas e nas férias e na realização das tarefas domésticas.
Nesse tempo aprendemos que as bananas faziam mal à barriga, que o fiambre era uma coisa esquisita e que a carne de vaca era muito pesada, sendo preferível a galinha e o porco, que de resto os familiares criavam.
[...]

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Cais das Colunas, uma breve Elegia


Tanto tempo depois, passar no Terreiro d[...]
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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Portugal - structural difficulties, by Luís Amado


A fazer fé no Público (pág. 5), Luís Amado, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, no seminário que ontem marcou a abertura do ano d[...]
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II. Les Indo-européens, Histoire, langues, mythes, Bibliothèque historique, Payot, Paris, 2005 Bernard Sergent

Para mim muitos mistérios se mantêm.

Em primeiro lugar, embora não se possa dizer que o autor esqueça a natureza plástica e adaptável do trifuncionalismo (que permite desdobramentos: quatro Varnas na Índia e não três; passagens: entre o nobre e o sacerdote, por exemplo) nem a relativa autonomia do ser humano em criar soluções para os problemas (outras culturas arranjaram soluções trifuncionais) para mim continua em pé o enigma do êxito do trifuncionalismo. Se obedece a impulsos muito primários do ser humano, se se adequa a dados básicos do homem, porque outras culturas não adoptaram esta ideologia? Explica isto o maior sucesso das culturas indo-europeias em relação a outras?

Em segundo lugar, o que levou ao sucesso, não apenas de uma família, lin[...]
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Os melhores filmes que (re)vi em 2008

Aqui ficam:

- "Bus 174", de José Padilha: um documentário sobre o resgate de um autocarro no Rio de Janeiro que se revela um retrato implacável de um país em falência social.
- "Gerry", de Gus van Sant: dois rapazes (Casey Affleck e Matt Damon) perdidos no deserto - um dia, talvez todos os filmes sejam assim.
- "Persepolis", de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud: um filme de animação que é um mergulho afectuoso, e sempre lúcido, nas contradições do Irão contemporâneo
- "Lust, Caution", de Ang Lee e "La Pianiste" de Michael Haneke: as melhores observações que conheci em 2008 sobre a delicada fronteira entre sofrimento e desejo
- "Trouble Everyday", de Claire Denis: o sexo como forma inevitável de vampirismo, por uma das grandes realizador[...]
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