30.000 Expectativas
Há poucos dias aqui no blog, Carlos Jalali relembrava-nos o papel da gestão de expectativas.
Face aos números e percentagens de desemprego em Portugal, este tornou-se um problema premente. Presente quer nos media, a justificar editoriais,artigos, opinião. Presente também no discurso político.
Já vi o Governo anunciar que cerca de 30.000 desempregados, inscritos nos centros de emprego, seriam encaminhados para instituições sem fins lucrativos para aí prestarem trabalho.
Vi este anúncio ser reiterado esta semana na Assembleia da República pelo Primeiro-Ministro.
Por detrás deste número abstracto - 30.000 - existem 30.000 pessoas, 30.000 rostos, 30.000 expectativas.
Trinta mil pessoas que acreditam, ao ouvir o Primeiro-Ministro de Portugal, quando diz que vão poder trabalhar, sentir-se mais dignas e inseridas na sociedade.
Algumas destas pessoas foram aos Centros de Emprego, outras telefonaram. A todas os centros de emprego dizem que nada sabem, que não têm indicações, nem "ordens superiores". Simplesmente desconhecem o assunto.
Gostava de ver em Portugal um maior escrutínio, dos cidadãos, dos partidos, dos media, sobre o que se afirma sobre a coisa pública.
Será que é legítimo criar 30.000 expectativas e não as cumprir?
E como chamamos a alguém que o faz?
2 comentários:
O acontecimento antes de acontecer.
Já muito pouca gente acredita no que diz José Sócrates.
Apenas os "desesperados" continuam a ver algum fundo de verdade no que diz.
Mas só vêem porque estão de facto "desesperados".
Infelizmente, José Sócrates além de ter criado condições para esta gente ficar "desesperada", ainda goza com a cara deles...
Enfim.
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