segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Papalvos

O Presidente da Câmara de Lisboa mandou repavimentar algumas ruas da cidade, em vésperas de eleições e à pressa. Será que ele acha que somos todos papalvos? Ele não sabe que queremos muito mais do que isso? Por exemplo, onde estão as árvores da Av. da República depois das mais recentes obras do Metro? Será que os xxx milhões gastos vão dar para as replantar? Estas da fo[...]

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Alguém sabe da Inez Dentinho?

Desculpem-me o alarme, talvez sem fundamento, mas o facto é que estou preocupado. Há já alguns dias informou-nos aqui a Inez Dentinho que estava fechada num elevador da Assembleia da República com dois deputados socialistas, os quais discutiam, revoltados, os "lugares" em que tinham sido colocados pelo seu partido nas respectivas listas de deputados, lugares esses que, à primeira vista, poderiam não garantir-lhes o cumprimento daquele sonho antigo de afincadamente lutarem pelo bem comum.
Desde aí, no entanto, nada mais se soube dela. Ora, como sou amigo - e admirador - da Inez Dentinho e, ao mesmo tempo, conhecedor da veemência própria da sua argumentação, pergunto se há alguém que, desde então, a t[...]

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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Limites do Controlo de Jim Jarmush


É um filme abstracto em que a metáfora sobre o real permanece[...]

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Sinédoque Nova Iorque de Charlie Kaufman


O encenador Caden Cotard (Philip Seymour Hoffman) estreia com extraordinário sucesso [...]

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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Poderemos bem ser outra coisa...

Descobriu a minha irmã este excerto de uma acta da sessão de 8 de Abril de 1970 da Assembleia Nacional, onde o meu avô materno discursava em prol de um assunto pelo qual, durante a sua vida, muito fez. Transcrevo aqui o seu discurso, o qual, por um lado, me enche de orgulho, por nele rever o empenho e a seriedade que aprendi se deve ter na política (que nada tem a ver com meras frases que tantas vezes se apregoam), mas, por outro, de tristeza, por reparar que a única constância deste nosso país é, de facto, e há muito tempo, o seu coerente adiamento e o seu competente esquecimento.

«Diário das Sessões da Assembleia Nacional
8 DE ABRIL DE 1970

O Sr. Alberto Meirelles:-Sr. Presidente: Antes de mais, uma palavra de agradecimento ao Sr. Presidente do Conselho pelo pronto [...]

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terça-feira, 25 de agosto de 2009

II. Em nome do dogma

No caso do cristianismo o dogma é enunciado sobretudo em duas línguas: grego e latim. Theotokos e Mãe de Deus não se colam totalmente bem, hipóstases e pessoas igualmente. E por isso uma correcta interpretação do dogma recusa o fetichismo das palavras. A enunciação é rigorosa, mas é enunciação, e por isso com os seus limites. Usa uma língua pré-existente, com as suas conotações, a variação dos seus campos semânticos, as cargas que o contexto histórico e social lhes deu.

Por isso quem não gosta de dogmas, desde que devidamente entendidos, pode cair muitas vezes no feiticismo da palavra. Precisamente o que despreza assume nele uma importância indevida. Acha-a incapaz, mas cola-se a ela, o que é movimento só aparentemente paradoxal. Vemos exemplos[...]
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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

I. Em nome do dogma

Nada tenho contra os lugares comuns pelo simples facto de serem comuns. Mais uma vez o que considero confrangedor é que sejam tão disparatados na nossa época.

Apanhemos na rua mais um: “eu não gosto de dogmas, de quaisquer dogmas, não acredito nisso”. E depois tipicamente a mesma criatura elogia as religiões sem dogma, a grega, por exemplo.

Repare-se: o interlocutor não afirma que não acredita neste ou naquele dogma, mas nos dogmas em geral. Temos pois de ver o que é estruturalmente um dogma, para ver do que ele não gosta.

Um dogma é uma enunciação em palavras de uma verdade que se considera fundamental, decisiva. Historicamente no caso do cristianismo os dogmas foram enunciados em duas línguas: grego e latim. O dogma enuncia-se fora do te[...]
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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Incólumes e sitiados


Pasquino
Na caça a[...]
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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O cubículo e o horizonte


Fechada num elevador da Assembleia da República, no trânsito entre dois ou três andares, não posso deixar de ouvir a conversa entre dois deputados so[...]
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