Sic transit gloria mundi
Choca-me de sobremaneira a violação do segredo de justiça no caso Maddie. Mas choca-me ainda mais o silêncio dos "media" e dos "profissionais" quanto a essa violação. Todos os dias a Polícia Judiciária parece alimentar novos cenários, todos eles com imenso "piri-piri" mediático. Ou os órgãos de comunicação social - em delírio de fome noticiosa de Verão - mentem ou a polícia não honra os seus compromissos. Tudo é ainda mais impressionante quando substantivamente as notícias andam à volta do círculo íntimo da criança. Pobre país - ou pobre mundo - este em que se perdeu por completo sentido da dignidade pessoal e institucional.
4 comentários:
Partilho integralmente o choque. E apenas divirjo no que, em minha opinião, vai muito para além do que desilude o Paulo... É que o problema não é, parece-me, a ausência de denúncia da violação do segredo de justiça por parte dos 'media' e dos 'profissionais' - embora isso bastasse... Não, aqui, o que verdadeiramente ressalta é que os 'media' e os ditos 'profissionais' calam porque não podem mesmo fazer outra coisa! Eles são beneficiários directos da violação do segredo de justiça, alimentam-na, induzem-na... Criaram um mercado e, agora, gerem-no sem pudor ou consciência.
Ah, e então os Media quando publicam matéria sob segredo de justiça, não estão tammbém eles a ser cumplices e a violar a lei?
Claro que sim, mas como em democracia os políticos ( com raras e honrosas excepções, como AJJardim) se acorbardam vergonhosamente perante aqueles que "fazem a cabeça das pessoas" e portanto determinam o sentido do voto...
Um aspecto sobre o qual muito haveria a dizer (mas sobre o qual nada se diz, por interesse dos envolvidos) é a questão dos subornos pagos por jornalistas a funcionários judiciais para produzirem as fugas de informação que alimentam os media, vindas "não se sabe de onde". Se é verdade que, em tais subornos, a existirem, o principal culpado é quem os aceita (por vezes funcionários subalternos relativamente mal pagos, supõe-se), os jornalistas não se poderão descartar da sua parte da responsabilidade. Contudo, tal assunto é manifestamente tabu para os media, e se alguém exterior ao respectivo lobby se atrevesse sequer a sugerir publicamente tal possibilidade, seria prontamente acusado de tentativa de violação da liberdade de expressão e "amordaçamento" fascizante...
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