A dita filosofia islâmica IV
No
Ocidente a astronomia elimina a angelologia, que se mantém no islão persa (pp.
294, 383). São os mestres do avicenismo que conduzem o islão xiita à sua mais
alta consciência filosófica (p. 247). A obra de Ghazali mais influente é a mais
afastada da filosofia (p. 262).
Um
dos «filósofos» mais influentes do islão, Sohravardî, faz uma obra contra a
filosofia grega (p. 399). O islão nunca foi capaz de fazer uma «suma» (p. 375).
O próprio Corbin reconhece que a filosofia no islão dificilmente se separa da
gnose (p. 323). E acaba por confessar, usando um adjectivo em relação a
Averroïs que não usa em relação a quaisquer outros filósofos muçulmanos:
«filósofo autêntico» (p. 335). A contrario…
«Quelque chose a fini avec Averroès, un quelque chose qui
ne pouvait plus vivre en islam, mais qui devrait orienter la pensée européenne,
à savoir cet averroïsme latin…» (p. 345). Sim, mas este
«quelque chose» não seria… a filosofia propriamente dita? Incomodado com a sua
própria equivocidade, diz (p. 492) que se tem de acabar com a equivocidade do
conceito de filosofia que está a usar a propósito de autor… místico. Ou fala em
filosofia para continuar frase anterior que se refere apenas às «ciências»
islâmicas (p. 479).
Que
um tão largo encómio não vele afinal tão funda censura.
Alexandre
Brandão da Veiga
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