segunda-feira, 26 de abril de 2010

O Pirata de Estado


Leve, livre e certeiro o discurso de José Pedro Aguiar Branco foi o mais revolucionário do 25 de Abril de 2010.
Falou quem nada tinha a perder: nem a fama, tão arreigada, da burguesia conservadora do Porto, nem a liderança do PSD nem um futuro ministeriável com Passos Coelho, aparentemente garantido.
Aguiar Branco pirateou os autores e os símbolos «de esquerda» como um corsário com «cem anos de perdão» que resgatou dos abusadores oficiais o que era de todos e que era seu.
Neste sentido, foi «ladrão» que «roubou a ladrões»: atreveu-se ao cravo encarnado e à citação de figuras históricas que o próprio Partido Comunista Português evita. E gozou, com deleite, a alergia da esquerda à palavra Pátria, que também é de todos e não apenas da Direita. Neste caso, dividiu magnanimamente o saque da pirataria que fez em todos os navios.
No alto da sua gravata às riscas, exibiu com humor a verdadeira sede e os actores do preconceito. Demostrou que o estar e o verbo pseudo-libertos da esquerda mais não são do que grilhões inamovíveis de ideias feitas de uma gente que registou patentes que não lhe pertencem e se deixou enclausurar nesse bafio. Pelo meio, disse o que tinha a dizer sobre o País, com clareza e sentido de Estado.
Gostei a valer.

3 comentários:

causa vossa disse...

POR ENTRE AS BANCAS DA ASSEMBLEIA
A Letria cheirou-lhe a peixe por entre as bancas da Assembleia.

No meio da peixeirada e das bancas da Assembleia, fiquei siderado e a pensar que poucos já tem paciência para ver as cerimónias oficiais e ouvir os deputianos sermões aos peixes.

É que alguém viu a reacção de SS, o Silva, figura idêntica ao Silva merceeiro da minha Rua do Salitre de outrora?

Por entre o abanão de se sentir ultrapassado ao que julga a sua direita, o Silva, como resposta à Rosa Luxemburgo e ao Lenine do Branco, brandiu um sorrisinho nervoso para o primeiro, fazendo um gesto de dois dedos de chupada na boca. Estaria SS a dizer ao primeiro que o Branco tinha andado a fumar charros?

joão m. m. wemans disse...

Também eu muito apreciei a oportunidade, que Pedro Aguiar Branco não perdeu, de dar um safanão na liturgia entediante que regula as cerimónias oficiais do "25 de Abril SEMPRE". Agora BASTA!

miguel vaz serra....... disse...

Nestas coisas, e quando toca aos 25's, gosto de ficar no meu cantinho, não vá começar a receber telefonemas anónimos da AR como quando escrevia quase diariamente no blog do Senhor Ex-Primeiro Ministro ( apesar de alguns pensarem que ainda lá escrevo..coitados.. ).
Mas gosto de ler. Muito.
Acho lindo a Inez não fazer um blog só seu. Comentar aqui e ter-nos a todos aqui consigo. Só uma Senhora como vocé.Como dizia a outra,"ouvistes"? Bem-haja :)
E por falar em Senhores, Aguiar Branco é um.