O Pirata de Estado
Leve, livre e certeiro o discurso de José Pedro Aguiar Branco foi o mais revolucionário do 25 de Abril de 2010.
Falou quem nada tinha a perder: nem a fama, tão arreigada, da burguesia conservadora do Porto, nem a liderança do PSD nem um futuro ministeriável com Passos Coelho, aparentemente garantido.
Aguiar Branco pirateou os autores e os símbolos «de esquerda» como um corsário com «cem anos de perdão» que resgatou dos abusadores oficiais o que era de todos e que era seu.
Neste sentido, foi «ladrão» que «roubou a ladrões»: atreveu-se ao cravo encarnado e à citação de figuras históricas que o próprio Partido Comunista Português evita. E gozou, com deleite, a alergia da esquerda à palavra Pátria, que também é de todos e não apenas da Direita. Neste caso, dividiu magnanimamente o saque da pirataria que fez em todos os navios.
No alto da sua gravata às riscas, exibiu com humor a verdadeira sede e os actores do preconceito. Demostrou que o estar e o verbo pseudo-libertos da esquerda mais não são do que grilhões inamovíveis de ideias feitas de uma gente que registou patentes que não lhe pertencem e se deixou enclausurar nesse bafio. Pelo meio, disse o que tinha a dizer sobre o País, com clareza e sentido de Estado.
Gostei a valer.
3 comentários:
POR ENTRE AS BANCAS DA ASSEMBLEIA
A Letria cheirou-lhe a peixe por entre as bancas da Assembleia.
No meio da peixeirada e das bancas da Assembleia, fiquei siderado e a pensar que poucos já tem paciência para ver as cerimónias oficiais e ouvir os deputianos sermões aos peixes.
É que alguém viu a reacção de SS, o Silva, figura idêntica ao Silva merceeiro da minha Rua do Salitre de outrora?
Por entre o abanão de se sentir ultrapassado ao que julga a sua direita, o Silva, como resposta à Rosa Luxemburgo e ao Lenine do Branco, brandiu um sorrisinho nervoso para o primeiro, fazendo um gesto de dois dedos de chupada na boca. Estaria SS a dizer ao primeiro que o Branco tinha andado a fumar charros?
Também eu muito apreciei a oportunidade, que Pedro Aguiar Branco não perdeu, de dar um safanão na liturgia entediante que regula as cerimónias oficiais do "25 de Abril SEMPRE". Agora BASTA!
Nestas coisas, e quando toca aos 25's, gosto de ficar no meu cantinho, não vá começar a receber telefonemas anónimos da AR como quando escrevia quase diariamente no blog do Senhor Ex-Primeiro Ministro ( apesar de alguns pensarem que ainda lá escrevo..coitados.. ).
Mas gosto de ler. Muito.
Acho lindo a Inez não fazer um blog só seu. Comentar aqui e ter-nos a todos aqui consigo. Só uma Senhora como vocé.Como dizia a outra,"ouvistes"? Bem-haja :)
E por falar em Senhores, Aguiar Branco é um.
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