terça-feira, 16 de março de 2010

O poder de Ricardo Costa


Acompanhei o Congresso do PSD em Mafra, no Sábado, e em casa, no Domingo. Não sendo congressista, conhecia as propostas de alterações dos estatutos e ouvi as intervenções dos autores. No Domingo, quando assisti à confusão das votações percebi, em directo pela TV, que a mesa do congresso não estava a par das exigências processuais previstas; que os principais candidatos não tinham estados de alma sobre as alterações; e que a maioria dos jornalistas também não estava atenta ao que tinha sido proposto.

Ricardo Costa, mais rápido e mais experiente, também não me pareceu a par do conteúdo da proposta de sanções para deslealdades de militantes durante as campanhas (e pré-campanhas) eleitorais. E, em directo, quando realizou o que estava a ser votado, incrédulo, disse qualquer coisa como: «Será que os delegados sabem o que estão a votar? Eles não se aperceberam disto, com certeza. Isto é uma lei da rolha! É uma verdadeira lei da rolha!».

Com a velocidade dos auriculares e dos telemóveis, o congresso mudou em 30 segundos. De repente, aquilo que nenhum dramatizara antes, passou a ser uma objecção de consciência, um pecado democrático, um nojo. Os reporteres à saída usaram a expressão de Ricardo Costa nas perguntas aos três candidatos que, em uníssono, se distanciaram da iniciativa. Posso dizer, com alguma nostalgia, que a competência do jornalista, ainda que tardia, se sobrepôs largamente à dos três candidatos e da mesa do congresso, liderando a questão em vez de a seguir. Isso não invalida o que penso sobre a medida. (post anterior)

3 comentários:

Inez Dentinho disse...

Entretanto o Ricardo Costa, sério, informou-me que Martim Silva tinha escrito no site do Expresso uma nota sobre esta medida, à hora do almoço. Confirmou-me, no entanto, que foi de facto a partir das TV e dos auriculares de dentro para fora do pavilhão, nos segundos que demoram a saída dos congressistas cheios de fome (depois das 15h), que fizeram este acontecimento que cresceu com as declarações dos candidatos.

miguel vaz serra....... disse...

Inez
Quando não há ratos, nada aparece roído!!!

Anónimo disse...

Lobos. Ele há lobos vestidos com pele de cordeiro em todos os rebanhos que, em conformidade com a natureza, devem seguir o chefe da matilha.
Provavelmente a invocação da rolha assustou os lobos travestidos, pois não terão vislumbrado por de trás dela uma espingarda (como aquelas antigas, das feiras…) e, assim, imaginado o pior?
Embora tiros de rolha, eles estrebucharam, mostraram-se, quase entraram em pânico… e, eis que… não teremos aí um chefe de matilha? (Acaso, a seriedade que a Inez anteviu, não aparentava um velo de lã?)