quarta-feira, 27 de maio de 2009

Tanta teoria

Porque é que há arquitectos que pensam tanto sozinhos em outras coisas que não arquitectura, em vez de pedirem ajuda? E porque é que este admira tanto o poder? O poder, em geral, claro. Para ele, Lisboa não precisa de praças para estar. Mas sim praças monumentais. Para vermos bem o Rei. Tiananmen deve ser a que fica mais próxima, em estilo. Vamos ter um bom sítio para concursos de papagaios de papel.

Esta é talvez a melhor parte (com vários erros históricos): "A minha posição é que não há nada para restaurar. Na época pombalina não havia desenho algum, era um terreiro, ponto final. A não ser que queiram restaurar o desenho do Estado Novo, feito no início dos anos 1930. Deixar o que está também não faz sentido porque é um desastre, é a ocupação daquela praça pelo automóvel."

Mas claro, também se fala de ritual (nunca falta essa palavra nestas coisas): "O cais adivinha-se ao longe mas está ligeiramente submerso, por isso a chegada será uma espécie de ritual."

E a cereja no topo: "O problema que a praça tem é o desconforto ambiental para as pessoas estarem. Parto do princípio que não é uma praça para estar, como as praças espanholas fechadas, cheias de esplanadas. É uma praça de cenografia, de grandes acontecimentos, que nas suas bordas terá sítios onde as pessoas possam estar e criaremos as condições para isso."

E, pronto, um homem dá-nos aquilo que quer e a mais não é obrigado. E os cidadãos, servem para quê? E ficamos assim, sem pestanejar?

1 comentários:

Rosário Moreira disse...

Tanta teoria? Tanta presunção!, era certamente esse o título do post