domingo, 15 de fevereiro de 2009

NY Clues

Encontrando-me sozinho em Nova Iorque num destes últimos sábados (dos amigos e amigas que ali tinha já nenhum lá vive), resolvi dedicar-me a um boémio programa nocturno. Assim, debaixo de uma tempestade de chuva e vento dirigi-me à Village para assistir, no muito underground off-off Broadway Cherry Lane Theatre, a “SPIN”, cinco pequenas peças teatrais escritas por uma serie de emergentes playwriters e interpretadas por um brilhante e jovem cast. O monologo de um agente da CIA lutando contra os seus fantasmas após ter torturado e morto um prisioneiro em Guantanamo, um telefonema entre um drogado em reabilitação e a namorada ninfomaníaca, um actor de filmes porno tentando seduzir uma actriz de filmes fetiche, e um concurso televisivo entre um soldado morto no Iraque e a Britney Spears tentado premiar quem mais misérias viveu (ganha a Spears naturalmente), é um conjunto de temas que me fez pensar estar perto do mais original e criativo “juice” teatral. Naturalmente que ao ler aqui esta virulenta crítica fiquei um pouco como o João Wemans ao ler o Pedro aqui.


Após tamanha dose de cultura, acabei a noite no muito radical-chic e trendy "Le Poisson Rouge", onde por volta da uma da manha se apresentou este fantástico Matthew Dear e os seus Big Hands de quem aqui deixo um rasto e que me perdoe o Manuel S. Fonseca.


5 comentários:

Anónimo disse...

Vasco: a inveja é uma coisa muito feia. Mas como definir o que sinto quando, esse mesmo fim de semana, passei-o eu também debaixo de uma tempestade de chuva, mas em Lisboa e sem qualquer Village para me aquecer a alma?

Vasco M. Grilo disse...

Pedro: tenho a certeza que em NY existe um Peter Norton que se lamenta do facto de a cidade ser uma latrina humana, desprovida de alma e sentimento e que anseia poder escapar todos os fins de semana para o seu lodge nos Hamptons........ou para uma civilizada cidade Europeia à beira Atlântico plantada......

No entanto que aquece a alma, aquece.

Sofia Rocha disse...

Parece que já nem Hamptons ( como se traduz "the" neste caso, os ou as?)
A julgar pelo que se lê nos jornais,até essas casas divinas se encontram à venda...

Manuel S. Fonseca disse...

Com mimos nova-iorquinos desses, garanto-lhe que abanaria o capacete ao primeiro som techno que me aparecesse. De preferência com a namorada ninfomaníaca do Cherry Lane. Já dancei - e garanto-lhe que não fui só eu (isto para falarmos da G de 60) - em condições mais adversas. Ah, descanse, o visado sabe muito bem de quem é que se está a falar! Abraço e, de vez em quando, ouça um blues que a vida não podem ser só alegrias.

Sofia Rocha disse...

Manel, agora exigimos saber dessa companhia e dessas condições.