terça-feira, 7 de outubro de 2008

Europa e a crise: mais Europa sem menos Estado?


A reacção de muitos à ausência de uma verdadeira resposta europeia à crise financeira lembra um anedota de Woody Allen em Annie Hall : duas senhoras passam o jantar a criticar a comida e, no fim, queixam-se de como as doses são pequenas… De que outra forma se pode qualificar o paradoxo de no mesmo discurso em que se acusam alguns Estados de agirem de forma isolada e sem atenderem ao interesse dos outros se recuse veementemente uma política comum europeia! ("I want my cake and eat it" como dizem os ingleses).

Resiste-se à ideia de mais Europa com receio de que isso signifique menos Estado. Mas a verdade é que só a Europa pode repor o poder do Estado neste mercado.

1 comentários:

Anónimo disse...

Dá-me a impressão que tu és daqueles que defendias a privatização, ou parte dela, da CGD!... Volto à carga para testar a tua coragem política que, espero, não ser de algibeira.


Garantido!

“ Aconteça o que acontecer, as poupanças dos portugueses em qualquer banco que opere em Portugal estão garantidas”. Aproveitando ainda para anunciar, com incontida vaidade, que, pela primeira vez, "Portugal já é o 4º país mais competitivo da Península Ibérica! "
Eulálio Rosadinho, um empreendedor multifacetado com ligações muito fortes ao Jardim, ao tomar conhecimento desta declaração feita pelo governo de Rosé Sócrates, vai (a)fundar brevemente um novo Banco e abrirá de imediato mais de 2000 novas nano-agências bancárias no país prevendo a fuga desregulada que a declaração, em jeito de promessa, do Ministro das Finanças provocou. “ Depois de todas as promessas cumpridas por este governo narigudo, é limpinho que já me limparam os meus 500 paus que eu amealhei para uma aflição”, queixou-se Eulálio Misérias na certeza do contrário do que o Ministro veio dizer.
No sector da restauração financeira o panorama é idêntico e, desde os "Chefs" aos serventes de mesa, passando pelos balcões Self-Service, já estão a condimentar-se com molhos à base de banha da cobra fornecida gratuitamente pelo gestores hoteleiros TemCheiro dos Santos e Manual Espinho, para serem cozinhados em lume brando, aumentando-se gradualmente a temperatura até ao ponto de ebulição, evitando desta maneira que o choque abrupto do escaldão cozesse tudo. Assim, não haverá gatos escaldados a ter medo de água fria pelo que morrer afogado em dívidas é um fundo de pensões garantido. As promoções serão cozinhadas em panelinhas das quais sairão grandes tachos vitalícios, por isso, saborear refeições grátis por metade do preço ou até pelo dobro, já começa a ser normal em muitas casas de pasto e nos pastos da região onde os bois já dão mais leite do que 40% das vacas. Eulálio Rosa está mesmo a pensar em aproveitar esta oportunidade para implementar uma política financeira em regime de polivalência descarada, para promover uma nova ideologia de gestão bancária que consiste numa estratégia de petiscanço depois de tudo fundido em novas doses de subtis palmadinhas no fundo das costas. Quando a panelinha estiver cheia, o que vai levar algum tempo, passa-se novamente à política muito apreciada do "a-fartar-vilanagem".
Encavacado Silva não tem dúvidas da culpa dos pobres que passam a vida a desculpar-se com a pobreza para não pagarem o que devem e o que não devem, só porque não têm emprego, nem reformas, nem oportunidades, e até se dão ao luxo de adoecer frequentemente por causa dessa mania das dietas modernas; "ora se conseguem apanhar uma anorexia, que é uma palavra do jet Set xique, também podem apanhar uma frutinha e uns cavaquinhos bem a jeito que é um consolo", segredou ao ouvido da Manuela Ferve Leite, que de leite só dá mesmo o nome, através de um funil de meia curva. Assim, O primeiro-ministro, Rosé Sócrates, garantiu que o Estado Português vai assegurar as poupanças dos portugueses e não deixará de prestar todo o apoio ás famílias, recrutando imediatamente todos os psicólogos formados e a meio do curso, nas Escolas de Gestão do Intendente, Quinta da Fonte, Loures e Vilar de Perdizes, para um acompanhamento digno. As famílias mais carenciadas, como as famílias de Belmiro de Azevedo (SONAE), Américo Amorim (Grupo Amorim), Carlos Tavares da CMVM, Victor Inconstâncio governador do Banco de Portugal, e dos pobrezinhos administradores Miguel Cadilhe (BPN), Artur Santos Silva (BPI) e José. A. de Sousa (CEO da Liberty) Seguros, serão apoiadas com a administração de Euro-milhõescyll largo-espectro, face à crise financeira que se vive em todo o mundo. Já quanto aos pobres miseráveis cheios de fome e doenças, o primeiro-ministro, não comunga, apenas por não ser católico, das ideias de Encavacado Silva enaltecendo a pobreza como o meio divino de um rico vigarista atingir um fim ou até, quem sabe, de chegar a primeiro -ministro, ministro e secretário de estado já não seria mau.