terça-feira, 16 de setembro de 2008

Divórcio ou Morte!

Onde é que está Mr. Abubakar?
Entre a morte e o divórcio, Mr. Abubakar, um líder religioso nigeriano, escolheu o divórcio.
Casado com 86 mulheres, Mohammadu Bello Abubakar foi condenado à morte, a menos que aceitasse resignar-se à lei islâmica que lhe dá de barato ter apenas quatro mulheres. Mr. Abubakar ainda tentou litigar, sustentando que não há no Corão ponto, ponta ou versículo que penalize quem, para além das quatro relações canónicas (as quatro de avanço), se atire a compromissos sexuais mais ambiciosos.
Invocou também o facto de já estar casado com as suas 86 mulheres há mais de 30 anos. E reclamou resultados abonatórios: todas elas têm filhos seus. Cerca de 170, já que a contagem final se revelou incerta.
O tribunal, apostado na vigorosa e profunda reintrodução da Sharia, não se comoveu e, parafraseando o grito lânguido de Sierra Maestra, atirou-lhe com um “Divórcio ou Morte” irredutível. Mr. Abubakar aceitou. Não sem um lamento elegíaco: “Como é que estes sábios sacerdotes podem esperar que eu consiga deixá-las em dois dias?!
Para ser franco, há uma razão que me leva a simpatizar com as sacerdotais razões dos juízes islâmicos. Que, e autorizo-me a viril cumplicidade do primeiro nome, Mohammadu andasse feliz e contente, quem duvida? Mas poderá dizer-se o mesmo das mulheres de Mohammadu?
Admito que Mohammadu, de quem todos somos indefectíveis admiradores, conseguisse diariamente distribuir miminhos, húmidos beijos e suados abraços, para a seguir deslizar pela pista levantando glorioso e ruídoso vôo com uma das parceiras amadas. Admito mesmo que o infatigável Mohammadu repetisse diariamente a proeza com outra esposa.
Os números não mentem. Ainda assim, cada uma das 86 esposas teria motivos de plena satisfação apenas de 43 em 43 dias. Vá lá, um mês se, sempre em pé, Abubakar arrebatasse e fosse arrebatado por três amantes ao dia.
O adultério poderia ser a solução para elas, se o apedrejamento até à morte não cortasse cerce a ousadia. Outras modernices? O ambiente, em open space imagino, não seria o mais propício. Não se lhes conhecendo queixa, e atendendo ao longo conúbio de 30 anos, temo que a única legítima conclusão seja a de que esta amostra de 86 mulheres nos obriga a pensar, de outra e mais modesta maneira, a maneira como e quanto o sexo interessa às mulheres. Dir-se-ia que lhes interessa pouco.
Só lhes interessa de 43 em 43 dias? Vá lá, uma vez por mês? Mr. Abubakar, deixe-me que lhe diga, ao dar-lhes vida fácil, tornou a nossa muito mais difícil.
O Pnet Homem anuncia grandes mudanças. Como se pode ver, nesta transcrição feita com a devida vénia

7 comentários:

Anónimo disse...

Onde é que está Mr. Abubakar?


Não será, com certeza, aquela ali em jeito de sentada, cabelos negros de azevich, a terceira da esquerda para a direita. Ai não é ele, não!

Diogo disse...

Jon Stewart - a propaganda do Pentágono sobre a guerra do Iraque

Jon Stewart, do Daily show, com uma excelente dose de humor, desmascara a propaganda do Pentágono acerca da guerra do Iraque. O alvo são os falsos “analistas militares”:

Stewart: “Pois parece que muitos destes ex-militares não eram assim tão “ex”, trabalhando para empresas de armamento e para o Pentágono. Enquanto os canais televisivos lhes chamavam “analistas militares”, o Pentágono, em memorandos vindos a público há pouco tempo, refere-se a eles como “multiplicadores de mensagens”. O que soa muito melhor do que velhos matreiros.”

"Olhem para estas adoráveis e bondosas ex-máquinas de matar. Os canais televisivos contrataram-nos para dar opiniões de especialistas acerca do esforço bélico do nosso país."


Analista 1: “Estamos a vencer a guerra contra o terrorismo.”

Analista 2: “Esta é a força mais bem preparada que já tivemos.”

Analista 3: “Esta é a melhor liderança que os militares já tiveram.”

Analista 4: “Quando pergunto a amigos meus de longa data do exército que não vão mentir-me, como estamos a sair-nos, e se estamos a ganhar ou a perder, eles dizem que estamos a ganhar.”


Stewart: “Esta gente é idosa e de confiança. Como o meu avô que esteve na 2ª Guerra. Eles não iriam mentir-me. Pois não avô? O avô matou o Hitler, não foi?. E nunca enganou a minha avó com uma prostituta francesa.”


Vídeo (legendado em português) – 2:14m

Manuel S. Fonseca disse...

Ó Diogo do "Homem das Cidades", tudo o que você aqui plantou - e que é um post seu do seu blog - é muito interessante e militante e merece a cruz de cristo e a ordem de santiago do humor anglo-saxónico. Está feito e fica. Mas queríamos propor-lhe uma coisa: se incluirmos o seu blog nos nossos favoritos, será que pode deixar de nos enxarcar os comentários com a sua "propaganda"? É uma questão de ética da internet. O Diogo tem um espaço e escreve. Se nós quisermos, vamos lá e comentamos o que você escreveu. Nós temos um espaço e escrevemos e você só aparece quando lhe apetecer comentar o que nós escrevemos. Pode ser?

Anónimo disse...

quer dizer que, depois de cumprida a sentença, sobram 82 divorciadas insatisfeitas? E se o próximo jantar do Geração de 60 fosse na Nigéria?

Manuel S. Fonseca disse...

Pedro, vamos ter de concertar argumentos e usar de subtil persuasão para obtermos a unanimidade. E já tem ideias para o menú? Vai ser La Chunga à la carte?

Táxi Pluvioso disse...

Muitas mulheres talvez seja a solução para a matemática em Portugal. Ensina a contar numa funny way...

Ora vamos lá a ver se estão cá todas: uma, duas, três, quatro... até perto do infinito.

Sofia Rocha disse...

Manel, olhe que uma pedrita ou duas nunca foi coisa que assustasse uma mulher decidida.