Elogio do Chão da Lagoa
O PSD de Ferreira Leite dá sinais de desnorte. Digo-o com alguma pena porque o país precisa de oposição como de pão para a boca.
Ora, a verdade é que tenho horror aos discursos demagógicos e alergia às histerias securitárias. O PSD, lembrando os piores tempos do inimputável CDS/PP, resolveu embarcar em ambos. Aproveitando o que, até ver, só pode ser considerado um aumento conjuntural da criminalidade violenta (o Expresso publica esta semana dados elucidativos sobre a tendência para a diminuição, nos últimos 5 anos, deste tipo de crimes) o partido, à falta de ideias mais substanciais, lançou-se numa cruzada tão alarmista quanto irresponsável que culminou com o patético pedido de demissão do Ministro da Administração Interna.
É para isto que o PSD se esteve a preparar ao longo dos últimos meses? É para largar «boutades» destas que esteve a fazer um meticulosa gestão do silêncio? É caso para se dizer que, se a ideia é tão-só lançar dislates, então mais vale fazê-lo, com um chapéu à banda e o fervor um copito a mais, no Chão da Lagoa. Sempre dá um ar mais «tropical chic» à coisa.
1 comentários:
Olá Pedro
De alguma forma o poste de hoje levou-me à minha recente leitura de Jacques Attali, “Breve História do Futuro”.
Sem fazer futurologia, o autor apresenta-nos quase laboratorialmente, um fio condutor que atravessa toda a História e que se projecta para um futuro próximo. Não deixa de ser um modelo e, como tal, terá as “falhas” duma construção teórica.
Gostaria de ilustrar o post com algumas passagens, no entanto, deixo aqui um resumo da obra para quem se interessa para este tipo leituras:
“Jacques Attali raconte ici l'incroyable histoire des cinquante prochaines années telle qu'on peut l'imaginer à partir de tout ce que l'on sait de l'histoire et de la science. Il dévoile la façon dont évolueront les rapports entre les nations et comment les bouleversements démographiques, les mouvements de population, les mutations du travail, les nouvelles formes du marché, le terrorisme, la violence, les changements climatiques, l'emprise croissante du religieux viendront chahuter notre quotidien. Il révèle aussi comment des progrès techniques stupéfiants bouleverseront le travail, le loisir, l'éducation, la santé, les cultures et les systèmes politiques ; comment des moeurs aujourd'hui considérées comme scandaleuses seront un jour admises. Il montre enfin qu'il serait possible d'aller vers l'abondance, d'éliminer la pauvreté, de faire profiter chacun équitablement des bienfaits de la technologie et de l'imagination marchande, de préserver la liberté de ses propres excès comme de ses ennemis, de laisser aux générations à venir un environnement mieux protégé, de faire naître, à partir de toutes les sagesses du monde, de nouvelles façons de vivre et de créer ensemble”.
http://www.attali.com/
Um abraço,
Vasco Marques
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