America, we cannot turn back…
Há um brilho especial neste homem. Um sopro de algo diferente que perpassa. Não há dúvida.
Barack Obama sente a História e parece encontrar-se com ela. Minutos depois da formalização da sua nomeação pela Convenção Democrata, a emoção do Congressista John Lewis, testemunho vivo da inesquecível marcha de Washington de 28 de Agosto de 1963, era eloquente. Ontem à noite, o seu discurso de aceitação, exactamente 45 anos depois, centrando-se no alcance político da “promessa americana”, ligando a grandeza dos EUA à ideia de um país que premeia o sonho, o trabalho e o mérito, no qual o filho de uma jovem americana de Kansas City e de um jovem queniano pode vir a ocupar a Casa Branca, assegurou-lhe uma nova e decisiva dimensão: a de protagonista histórico, num tempo que reclama a mudança e nela antecipa o futuro.
Em Obama, impressiona este sentido da História. A sua grande mensagem de ontem foi: America, we cannot turn back. Mas acrescentou, actualizando Martin Luther King Jr., we cannot walk alone…
(...)
Change happens - change happens because the American people demand it, because they rise up and insist on new ideas and new leadership, a new politics for a new time.
America, this is one of those moments.
I believe that, as hard as it will be, the change we need is coming, because I've seen it, because I've lived it.
(…)
America, we cannot turn back. We cannot walk alone.
At this moment, in this election, we must pledge once more to march into the future. Let us keep that promise, that American promise, and in the words of scripture hold firmly, without wavering, to the hope that we confess.
Thank you. God bless you. And God bless the United States of America.
Barack Obama sente a História e parece encontrar-se com ela. Minutos depois da formalização da sua nomeação pela Convenção Democrata, a emoção do Congressista John Lewis, testemunho vivo da inesquecível marcha de Washington de 28 de Agosto de 1963, era eloquente. Ontem à noite, o seu discurso de aceitação, exactamente 45 anos depois, centrando-se no alcance político da “promessa americana”, ligando a grandeza dos EUA à ideia de um país que premeia o sonho, o trabalho e o mérito, no qual o filho de uma jovem americana de Kansas City e de um jovem queniano pode vir a ocupar a Casa Branca, assegurou-lhe uma nova e decisiva dimensão: a de protagonista histórico, num tempo que reclama a mudança e nela antecipa o futuro.
Em Obama, impressiona este sentido da História. A sua grande mensagem de ontem foi: America, we cannot turn back. Mas acrescentou, actualizando Martin Luther King Jr., we cannot walk alone…
(...)
Change happens - change happens because the American people demand it, because they rise up and insist on new ideas and new leadership, a new politics for a new time.
America, this is one of those moments.
I believe that, as hard as it will be, the change we need is coming, because I've seen it, because I've lived it.
(…)
America, we cannot turn back. We cannot walk alone.
At this moment, in this election, we must pledge once more to march into the future. Let us keep that promise, that American promise, and in the words of scripture hold firmly, without wavering, to the hope that we confess.
Thank you. God bless you. And God bless the United States of America.
(versão integral, ver aqui)
Há em Obama um ‘back to basics’ politicamente inspirador. Retoma o elogio da vontade. Retoma o radical dos grandes princípios e valores políticos. Retoma o sonho.
Só por isso, e seja qual for o resultado, é caso para dizer: oxalá o mundo o oiça!
3 comentários:
Esta manhã perdi 45 minutos a ouvir o seu discurso (no site do NYT). Acho que nunca tinha feito isso com um discurso político. É um homem mesmo inteligente e com jeito. Que coisa bem feita e bem encenada. Excelente. Para além disso, Obama tem mesmo um programa de mudança. Lá é simples: ou se tira aos pobres para dar aos ricos (Bush) ou vice-versa (ele). É que o sistema fiscal funciona e o governo tem cordéis para mexer na distribuição do rendimento. Há quem goste de chamar nomes ideológicos a essas andanças -- eu prefiro ficar-me pela interpretação da contabilidade do pão e da manteiga. Na campanha, Obama ainda vai ter de puxar pela cartada proteccionista, pois precisa dos brancos mais pobres (segundo li pois não faço ideia). Um perigo, mas menor. O que ele diz, no fundo, é: o mesmo estado, mas mais distribuição do rendimento. Entretanto, Bush também já alargou os cordões à bolsa (ninguém é estúpido) com os rebates fiscais que parecem estar a resultar, neste curto prazo até Novembro. A luta promete. Para quem falava do fim da história e da politica...
Sou da opinião do Biden: "articulado" e "limpo".
A forma e o conteúdo. Quanto ao segundo, abstenho-me de comentar porque não conheço suficientemente o tema.
Quanto à forma, temos de convir que os americanos percebem mesmo de espectáculo.
Dizem-me pessoas da área que todo o trabalho de assessoria e comunicação é muito bem feito.
Algumas regras que os candidatos têm observado:
1 - Entram e enquanto houver aplausos, não falam, acenando sempre, sorrindo.
2 - Escolhem uma área do palco ou estádio, fixam uma pessoa ou grupo de pessoas e cumprimentam-nas especificamente, criando empatia e simultaneamente a expectativa nos restantes que podem ser os próximos alvos dessa atenção.
3 - Durante o discurso, vão utilizando essa técnica, variando as zonas, mas abrangendo toda a plateia.
4 - Preocupação constante de interagir com o público.
Vi o discurso e gostei dele nesta sua dimensão operática.
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