sexta-feira, 29 de agosto de 2008

The Slaying of Syncopation





Ironias das ironias, o Jazz, que nascera africano e crioulo, que era filho do blues e dos espirituais negros, nasceu imaculadamente branco para a industria discográfica. Pela mão do italo-americano Nick La Rocca e da sua alvíssima «Original Dixieland Jass Band» (Jass, sim, mas isso fica para outro post). «Livery Stable Blues» foi um êxito instantâneo. Êxito que, para não destoar, contribui também para desarranjar a frágil cabeça do jovem Dominic.
O homem que, muito antes dos Doors, tocara já no bar vetusto de um outro Morisson Hotel, o provocador que gostava de dizer que o Jazz «is the assassination of the melody, it's the slaying of syncopation» sucumbiu a um «nervous breakdown» («foi dos nervos», diríamos nós). E acabou os seus dias dedicado à construção civil mas sobretudo à divulgação de uma tese verdadeiramente peregrina: o Jazz era, sempre fora, coisa de brancos.

3 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

Para uns sim. Para outros não. A vitória de Oh!bama, basta seguir o dinheiro, trará a versão final. Aposto que sei qual é . Aconteceu o mesmo com a História do Rock 'n' Roll.

Anónimo disse...

obrigado Taxi

Sofia Rocha disse...

Coisa de brancos, coisa de pretos, coisa para ser "bewitched,bothered and bewildered".