domingo, 27 de julho de 2008

Os Amores de Astrea e Celadon


Há aí, pelas salas de cinema, um Rohmer para ver: “Os Amores de Astrea e Celadon”.

Não pude deixar de lembrar Manuel de Oliveira, o centenário realizador português que, como Alain Resnais, de quem comentei há tempos o último filme “Corações”, emprestam à realização uma simplicidade narrativa e um arrojo temático que libertam o cinema da necessidade da verosimilhança com o real e devolvem o cinema ao seu lado mágico ou alquímico. Há quem não goste. Mas eu prefiro esta penetração no mundo do maravilhoso feita por estes autores do que todas as infindáveis sagas de I a V que não têm qualquer suporte filosófico nem lógica narrativa.
N’”Os Amores de Astrea e Celadon” há uma medievalismo edénico e um código de honra que atravessam as personagens e fazem do real um ideal. De algum modo, lembrei-me de outro velho realizador que, mais novo então, Bergman em 1955, fez esta magia de elevar o real ao ideal no seu “Sorrisos numa Noite de Verão”.
Que prazer viver o tempo como se estivéssemos fora dele!

1 comentários:

aviador disse...

Com que prazer deixamos o lixo americano e imitações no seu sítio, isto é, no caixote ou nos estudios das tvs.
Para fazerem programas, como diz o Woody Allen.