sábado, 5 de julho de 2008

Mundo de Aventuras

A Agência Portuguesa de Revistas foi, para uma série de gerações, o equivalente à Biblioteca Nacional. Tenho até a impressão de que deveria ser um “case study”. Pela diversidade de oferta, pela definição correcta de público-alvo, pela “cross-promotion” que soube inventar.
Já vos falei das “Mãos de Fada”. Reparem agora na “tag line” que o dream team da APR inseriu nessa celestial revista feminina:
Para V. Exª Mãos de Fada. Para seus filhos O Mundo de Aventuras, a melhor revista para crianças”.
O “Mundo de Aventuras”, que conheci já em edição de tamanho mais reduzido (redução que ditou o seu sucesso, e prova acabada de que o tamanho conta), em 4 páginas litografadas a uma cor, oferecia aventuras de Rip Kirby, Brick Bradford, Cisco Kid, Flash Gordon, Dick Tracy,Sargento Preston, Tarzan ou Davy Crockett. Ainda há exemplares à venda, aqui.



2 comentários:

Sofia Rocha disse...

Estes fascículos, que encadernados dão uns bons 25 volumes bem grossos, somados a Tintins também em fascículos, a que se juntam o Princípe Valente, Blake & Mortimer e ainda o Tenente Bluberry, pesam-me na consciência e no bolso. Foram os responsáveis pela primeira discussão com o meu bem-amado há 15 anos atrás. Face à exiguidade das estantes, eu defendia a supremacia dos meus autores clássicos e ele os seus belgas & companhia. Depois, ao longo dos anos, quando essa imensa colecção se tem de encaixotar para uma mudança, em dezenas de caixotes que os pobres carregadores perguntam se têm pedras, enquanto o marido se faz de desentendido.
Pessoalmente, não consigo ver o encanto da coisa. O marido entretanto vingou-se e já fez do filho parceiro dessas aventuras. Atacam a papelaria do bairro com ferocidade: de bd a réplicas de soldados romanos, vai tudo a eito!

Inez Dentinho disse...

Querida Sofia
Uma briga sobre estas revistas, em 15 anos, explica bem a falta de encanto que tem pela coisa. A minha adolescência conheceu o ritmo de brigas semanais sobre 5 irmãos para disputar a primazia da leitura da revista. É indescritível a ansiedade com que se «almejava) (já vos disse que gosto muito deste verbo), ver duas páginas A4 sobre a evolução de cada história de 15 ou 16 heróis. Confesso que cheguer a sonhar com o Alix.