sábado, 5 de julho de 2008

«A Dios primero»

«A Dios primero», disse Ingrid Betancourt, em acção de Graças, quando pisou o chão da liberdade.
Mais do que o encontro com os filhos ou o sorriso aberto; mais do que a coesão do grupo resgatado ou as palavras de convite à regeneração dos homens das FARC; mais ainda do que a beleza de uma cara gasta pela selva e não pela amargura da prisão; mais do que tudo comoveram-me as palavras de Betancourt - a Dios, primero - quando quis agradecer aos que procuraram salvá-la.
Lembrei-me de um artigo escrito no Expresso por António Pinto Leite, em Maio de 1982, quando João Paulo II veio pela primeira vez a Portugal e rezou uma missa aos jovens no Parque Eduardo VII. As imagens de cor e de entusiasmo daquele mar de gente nova impressionaram Pinto Leite que lamentava não conseguir sentir, nessa altura, a mesma intensidade na Fé.
São minhas as suas palavras. Mas como preferia que fossem as de Betancourt.

1 comentários:

Anónimo disse...

É isso mesmo, Inez.
Temer antes a Deus que aos homens.
Também me comoveu toda esta história com final
feliz - para a Ingrid Betancourt e seus 14 companheiros libertados.
Resta-nos uma grande "pedra no sapato": as centenas de outros reféns a sofrer ainda as agruras de um cativeiro injusto. Mas, assim vai o Mundo, e todas as alegrias são bem-vindas.
João Wemans