Agora amanhem-se
A minha antipatia por referendos e por todas as outras formas de democracia directa é profunda, não é conjuntural e não é de hoje. Mas não vos maço mais com argumentos teóricos. A minha humilde contribuição para esse debate está feita aqui. Hoje só me apetece ficar por um muito mais prosaico «agora amanhem-se».
5 comentários:
Oh Pá, isto não é porreiro, pois não?
Pedro, partilho a aversão: lembro-me, nos meus tempos de poder popular em Luanda, de reuniões de 14 horas. Jurei para nunca mais. Além de que as tentativas de limpeza da minha rua pelo "espontâneo" comité popular de bairro acabaram com esgotos a céu aberto. Isto sou eu a avisar os irlandeses, querendo ser simpático.
Valha-nos a lucidez do nobre e lúcido povo irlandês, para nos salvar da nova versão União Soviética II comuno-nazista em que alguns internacionalistas burocratas e apátridos pretendem transformar a União Europeia.
Quanto ao tratado de Lisboa, se calhar para nós portugueses o pior nem foi este, foi o outro ( o da adesão assinado nos Claustros dos Gerónimos). De resto falta fazer a contabilidade do deve e do haver destes anos de adesão. Tinham afinal razão todos o prinicpais economistas do país convocados por Mario Soares em 1982 ou 83numa reunião que durou um dia no Hotel Palace e que UNANIMEMENTE se pronunciaram contra a nossa adesão naquela altura dizendo que "a nossa economia e o nosso aparelho produtivo não estavam preparados e que iriam ser destruídos"?
Já agora, estranha-se e de que maneira que os Media portugueses não abram os seus espaços a este tipo de questões que resto tanto deveriam interessar os empresários portugueses que os financiam, um pouco impensandamente portanto, comprando-lhes imerecidamente espaço publicitário...
Por outro lado, e na minha opinião de simples cidadão, desconsiderar o voto popular, seja em votação normal ou em votação por referendo, não me parece muito democrático.
Com os melhores cumprimentos,
CCInez
Sofia: confirmo. Não é nada porreiro.
Manuel: os esgotos a céu aberto de Luanda são, de facto, uma triste metáfora.
Carlos: mais e sobretudo mais directa democracia não é sinónimo de melhor democracia. Mas concedo que não é lá muito politicamente correcto defendê-lo.
Não sou especialmente adepto da democracia.Sou, no entanto , a favor do "jogo limpo", quaisquer que tenham sido as regras acordadas previamente. Por isso não concordo com a maneira insidiosa como está aser posto em causa o voto de "menos de 1% da população" da Europa. Por enquanto, cada País é uma entidade autónoma, independentemente da dimensão da sua população e da do seu território. O referendo pergunta justamente se se quer abdicar dessa entidade irredutível a favor de uma integração em critérios mensuráveis, que viriam trazer uma diferenciação entre nações - inaceitável, pelos vistos, para os Irlandeses - de resto os únicos a poderem pronunciar-se directamente (democraticamente).
Já leram o excelente artigo de José Manuel Fernandes no "Publico" de 14.6.08 a esse respeito?
Parabéns por um Blog que tenho acompanhado com gosto.
Melhores cumprimentos
João Wemans
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