Frémito Divino
Os americanos (sempre os americanos) criaram um laser cuja luz é capaz de brilhar mais do que a superfície do Sol. É só uma pequena fracção de segundo, mas no instante em que se acende (explode?) a intensidade dessa luz supera tudo o que já conhecemos no cosmos.
É uma notícia infame. De repente, esse instante luminoso e incandescente apaga metáforas milenares de poetas líricos e poetas épicos. E já estou – sempre estive – disposto a dar de barato as metáforas neo-realistas.
O laser, o “Texas Petawatt”, consegue, pelo labor prosaico dos cientistas da Universidade do Austin, ultrapassar as explosões de raios gamas que ocorrem no mais recôndito e íntimo ventre das galáxias. Temo que, a partir de agora, já ninguém se incomode com o comportamento das margaridas.
É uma notícia infame. De repente, esse instante luminoso e incandescente apaga metáforas milenares de poetas líricos e poetas épicos. E já estou – sempre estive – disposto a dar de barato as metáforas neo-realistas.
O laser, o “Texas Petawatt”, consegue, pelo labor prosaico dos cientistas da Universidade do Austin, ultrapassar as explosões de raios gamas que ocorrem no mais recôndito e íntimo ventre das galáxias. Temo que, a partir de agora, já ninguém se incomode com o comportamento das margaridas.
Foi, confesso, a minha primeira impressão. Ferida e reaccionária. Mas, pensando melhor, com esta luz infinitamente brilhante nasce um outro romanesco e outra poética: nas mãos destes cientistas, nas mesas dos laboratórios de Austin, há agora estrelas, galáxias, um Sol potente e dócil, mais supernovas. Perpassa pela Universidade do Texas um frémito divino. Atrás de um castelo de nuvens, Deus rói-se de ciúmes.
Loretta Lux
1 comentários:
Frémito...divino: retomo o meu post relativo a Dryer.
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