Duas mulheres
Há poucas imagens na pintura ocidental tão enigmáticas como esta.
Lembrei-me deste quadro anónimo (atribuído à escola de Fointainbleau) ao ler o post anterior em que se louvam as virtudes de Diane de Poitiers, amante de Henrique II, rei de França.
Gabrielle d’Estrées, a figura feminina que vemos na pintura, à direita, foi igualmente amante de outro monarca francês, Henrique IV. A mulher à esquerda, que lhe aperta o seio, é a sua irmã, a duquesa de Villars.
Gabrielle d’Estrées, a figura feminina que vemos na pintura, à direita, foi igualmente amante de outro monarca francês, Henrique IV. A mulher à esquerda, que lhe aperta o seio, é a sua irmã, a duquesa de Villars.
A beleza das duas mulheres, a intimidade sáfica que emana do quadro, fazem dele uma obra-prima. Mas há uma interpretação simbólica para a insólita ternura do gesto. O quadro seria uma celebração da maternidade de Gabrielle. Os dedos da duquesa apertam o mamilo de uma grávida, o que a mulher ao fundo, a costurar roupa de bebé, vem confirmar. A delicadeza dos movimentos e dos olhares convida-nos, com gravidez ou sem ela, a só tocarmos neste quadro com pinças.
1 comentários:
Parece que os reis de França tinham todos amantes. Deviam ser um fringe benefit como hoje os carros para os administradores de empresas.
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