quarta-feira, 22 de agosto de 2007

III. La Proporción Áurea, La Historia de Phi, El Número más Sorprendente del Mundo; Mario Livio, ARIEL, 2006

Se bem me lembro, Eco, no Pêndulo de Foucault, lembra que os fascinados com as estruturas matemáticas fantasiosas que encontram nas pirâmides apenas escondem o que de mais importante existe. A existência destas estruturas matemáticas. Mais importante que isso, o facto de haver uma correspondência entre o espírito e o corpo que a matemática consegue muitas vezes traduzir.

Que realidades externas possam ser objecto de equilíbrios internos, e possam por eles ser traduzidos, até certo ponto não me espanta. Teríamos ser incapazes de sobrevivência se tal não acontecesse. Se a inadequação do nosso espírito ao mundo fosse tal que nenhuma acção fosse possível. Mas que exista uma tal consonância, por mais imperfeita que seja a sua formulação, entre o mundo interior e o exterior, que a matemática traduz como poucas expressões humanas (a poesia, a música, por vezes conseguem-no), é realidade que sempre me há-de espantar.

As hipóteses de solução são muitas. E uma não menos relevante será a de se admitir que no limite esta divisão entre espírito e matéria é assimptoticamente falaciosa, que no limite do psíquico e do físico encontramos o que Jung chamou de Psicoide, mas que de muitas formas diversas se encontra enunciado seja pelo dogma de Presença Real, seja pelo pela ideia do Uno.

É terreno perigoso, porque quem labora directamente nele sem sentido de prudência perde de uma mesma assentada o sentido religioso e a prudência, que são duas faces da mesma moeda.

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