terça-feira, 3 de julho de 2007

II. Gli Indoeuropei e le Origini dell'Europa, Francisco Villar, Il Mulino, Bologna, 1997

A desconfiança em relação à indo-europeística tem algo a ver com a marca nazi e o abuso que dela se fez. Mas mais que isso tem a ver com a desconfiança em relação às grandes sínteses históricas. A postura do cidadão médio, em boa verdade é do doutorado que falo, é cada vez mais caseira. Como se encontram falhas nas grandes sínteses históricas, trata-se delas como se de nada valessem. Seria o mesmo que deitar fora a teoria da gravidade newtoneana porque se demonstrou (?) ser incorrecta.

Facto curioso, porque é precisamente no momento em que se nega a possibilidade de síntese histórica que mais se usa a História como argumento no espaço público. Ou pela via do lugar comum (as cruzadas, o colonialismo), ou pela via da negação (a Europa seria uma construção anti-histórica, etc.).

Sob o ponto de vista técnico o assustador é que parece que é muito difícil construir uma sintaxe indo-europeia. A fonética e a morfologia estão muito desenvolvidas, mas a sintaxe (nem falo da pragmática, que seria eventualmente impossível reconstruir, por falta de documentos directos) são assustadoramente ausentes. Assim seja. A verdade é que pertence a uma das raras imensas construções do espírito humano de que a humanidade inteira se pode orgulhar. Foi ela a lançar os métodos rigorosos do estudo comparativo das línguas. É graças a ela que as línguas orientais, ameríndias e africanas são estudadas com outro rigor.

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