quarta-feira, 13 de junho de 2007

I. L’innocente. Visconti

Nos anos de 1970 era de bom-tom fazer análises sociológicas. Ou então psicanalíticas. Ou então estruturalistas. Em geral feitas com base em alguns lugares comuns, mais raramente com instrumentos de análise efectivamente consistentes. Num caso ou noutros, é evidente que nenhum método de leitura pode ser deitado fora sem mais. Todos nós sabemos que existem vários níveis de leitura, o que quase nem vale a pena repetir de tão banal que é.

É certo. Mas a verdade é que nem todos os níveis de leitura têm a mesma riqueza, nem sequer a mesma pertinência. Nos anos 70 em que se vivia ainda do mito da universalidade dos valores europeus, e da sua invencibilidade, até o facto de estes serem martirizados e relativizados mostrava no fundo que estes eram vistos como invencíveis e conquistadores. Que modelos se guerreavam pelo domínio do mundo? Dois modelos europeus: o capitalista e o comunista. Brincar com os valores europeus era apenas uma forma divertida e afinal sem consequências que fruir de um luxo instalado por gerações anteriores.

A estrutura da narração é relativamente simples de descrever. Vive de seis personagem. Um marido (Tullio Hermil), a mulher (Giuliana Hermil) a amante do marido (a condessa Teresa Raffo), a mãe de Tullio, o irmão do marido (Federico Hermil) e um poeta idealista, de uma classe social inferior. (Filippo d'Arborio).

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