quinta-feira, 14 de junho de 2007

II. L’innocente. Visconti

Sendo seis as personagens relevantes (veremos uma sétima), é preciso mostrar as regras do jogo. O marido estabeleceu uma relação “aberta” com a mulher, abertura de que ele é o único autor e fruidor, embora por princípio não se oponha a que a mulher frua. Por princípio obviamente. Mas a sua abertura é apenas uma forma cómoda de exprimir o seu vazio, como veremos. A sua paixão erótica tem-na com a amante.

O problema é que a mulher se apaixona pelo poeta, que encontra em casa do cunhado. Recolhe-se em casa da sogra ao que o marido se vem juntar a ela. Situação clássica: quando começa a sentir que começa a perder a mulher já esta lhe inspira instintos eróticos.

Tarde demais: ela está realmente apaixonada pelo poeta, e está grávida dele. O poeta morre e a criança nasce. Para grande alegria da avó. Aliás, a única alegre com o facto, e por ironia a que não tem nenhum laço de sangue com a criança (embora não o saiba). Na noite de Natal o marido mata o bastardo e a história quase acaba aqui, sendo a cena final um mero epílogo, um comentário – fundamental, não obstante.

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